Saiba como é o presídio onde Carla Zambelli está presa na Itália
Deputada foi condenada pelo STF a 10 anos de prisão e está detida em Rebibbia, um dos maiores presídios da Europa
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Siga noA deputada federal Carla Zambelli foi presa na terça-feira (29/7), na Itália, e encaminhada para o Complexo Penitenciário Feminino de Rebibbia, na ala Germana Stefanini, localizada em Roma. Condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça e inserção de documentos falsos em 2023, a parlamentar fugiu do Brasil logo após ser sentenciada.
Em vídeo publicado pela defesa da deputada no dia da prisão, o advogado de Zambelli, Fábio Pagnozzi, afirmou que ela se entregou às autoridades italianas para demonstrar que não estava foragida — versão negada pela Polícia Federal. Na gravação, Carla disse que não voltaria ao Brasil para responder a pena, pois a Justiça italiana era "justa e democrática".
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Conheça o Presídio
O Complexo Penitenciário de Rebibbia é um dos três presídios exclusivos para mulheres na Itália, e é considerado um dos maiores de toda a Europa. Construído nos anos 1950, o local abriga atualmente 360 mulheres, apesar da capacidade máxima ser de 272. Mais de 30% das presas são estrangeiras.
O Rebibbia tem duas grandes alas e quatro menores, totalizando 71 celas. As internas dividem espaços como biblioteca, academia, salas de aula, teatro, áreas verdes e até mesmo uma fazenda. O complexo ainda tem uma estrutura para mães com filhos pequenos, com creche e alojamentos específicos.
Zambelli está presa na chamada "Camerotti", destinada a presas de segurança média, recém-chegadas e mulheres que aguardam julgamento. As celas têm dois beliches e banheiro, com duchas compartilhadas por andar.
O local já recebeu visita do papa Francisco, que realizou cerimônias religiosas no espaço e, em março deste ano, lavou os pés apenas de mulheres durante a missa de Páscoa, quebrando uma tradição da Igreja Católica. Em dezembro de 2024, o pontífice também abriu uma "porta santa" na capela do presídio.
Além da infraestrutura para reabilitação e atividades educativas, o presídio oferece cursos universitários em áreas como filosofia, farmácia, ciências da comunicação e direito. As detentas também podem participar de atividades como jardinagem, corte e costura, serviços domésticos e culinária.
Apesar disso, dados do Ministério da Justiça da Itália mostram que no fim de junho estavam detidas ali 369 mulheres, quase cem a mais que a capacidade total. A unidade ainda deveria contar com 214 agentes penitenciários, mas apenas 181 estão em atuação. A Itália enfrenta uma crise carcerária nos últimos anos, com a terceira pior taxa de superlotação da União Europeia.
A deputada brasileira vai depor na sexta-feira (1/8), quando será interrogada sobre a preferência de voltar ao Brasil ou passar por um processo de extradição. Caso opte pela segunda opção, o juiz deverá decidir se ela ficará presa ou terá medidas cautelares enquanto aguarda o resultado do processo.