Gesto 'obsceno' de Moraes vira alvo de críticas de bolsonaristas
Nikolas Ferreira, Cleitinho Azevedo e Eduardo Bolsonaro criticaram a conduta do ministro do STF, que acompanhava jogo do Corinthians contra o Palmeiras
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Siga noO ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), virou alvo de críticas de parlamentares bolsonaristas por ser flagrado fazendo um gesto obsceno durante uma partida de futebol na Neo Química Arena, em São Paulo. Corintiano, Moraes acompanhava o jogo entre Corinthians e Palmeiras na noite dessa quarta-feira (30/7), quando foi registrado "mostrando o dedo do meio". De acordo relatos de torcedores na partida, o ministro foi vaiado ao aparecer no telão durante o jogo.
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A imagem foi divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo e ganhou repercussão nas redes sociais. O episódio ocorreu no mesmo dia em que Moraes foi incluído na lista de sanções da Lei Magnitsky dos Estados Unidos. A norma prevê punições a autoridades acusadas de envolvimento em violações de direitos humanos ou atos de corrupção. A decisão foi publicada pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Tesouro norte-americano.
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Entre os que reagiram ao gesto do ministro, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) ironizou: “Isso é postura de ministro, sancionado?”, escreveu nas redes. Internautas, no entanto, lembraram episódio protagonizado pelo próprio parlamentar, que usou uma peruca durante discurso na tribuna da Câmara dos Deputados para fazer declarações transfóbicas.
Isso é postura de ministro, sancionado? pic.twitter.com/7G5SfmepgR
— Nikolas Ferreira (@nikolas_dm) July 31, 2025
Já o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos desde março articulando sanções contra autoridades brasileiras, também criticou Moraes. “Juiz da mais alta corte do Brasil. Meu amigo, que fundo do poço... Que recado para o mundo. Ou melhor, é a confirmação de que Donald Trump, Marco Rubio e Scott Bessent têm razão”, publicou.
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O senador mineiro Cleitinho (Republicanos) também criticou o ministro, reforçando um pedido de impeachment contra Moraes. "O ministro da Corte, que gosta de ser chamado de Vossa Excelência, fazendo gesto obsceno para quem paga o salário dele. Vocês estão entendendo como o ministro Alexandre de Moraes acha que além de ser dono da Justiça é dono do Brasil? Não aceita a democracia de ser vaiado. Por isso que é fora Moraes", disse.
Fábio Wajngarten, ex-advogado do Jair Bolsonaro (PL), afirmou que a repercussão seria diferente caso o gesto tivesse sido feito pelo ex-presidente.
Se o Presidente fizesse um gesto obsceno ou falasse um palavrão teríamos:
— Fabio Wajngarten (@fabiowoficial) July 31, 2025
7 capas;
26 homepages;
3 plantões extraordinários;
46 notas de repúdio;
19 associações pedindo Impeachment;
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Por outro lado, o gesto de Moraes foi ressaltado por parlamentares de esquerda. "Alexandre de Moraes acabou de mandar um recardo para os golpistas no estádio! Remédio pra bolsonaristas golpistas é jaula!", escreveu o vereador de Belo Horizonte Pedro Rousseff (PT).
Lei Magnitsky
Moraes foi alvo de sanção pela chamada Lei Magnitsky, aplicada contra pessoas acusadas pelo governo americano de graves violações aos direitos humanos e corrupção.
Com a medida, o ministro pode ter confiscados bens e valores que estejam nos Estados Unidos, e empresas americanas ficam impedidas de fazer negócios ou prestar serviços a Moraes. É a primeira vez que o dispositivo é aplicado contra autoridades de um país democrático.
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A sanção faz parte de um conjunto de medidas aplicadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra autoridades brasileiras na tentativa de forçar a derrubada dos processos judiciais por tentativa de golpe de Estado contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados.