AGU de Lula sobre Magnitsky: 'Não nos curvaremos a pressões ilegítimas'
Advogado-geral da União, Jorge Messias afirmou que sanções financeiras contra Alexandre de Moraes são "arbitrárias e injustificáveis"
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Siga noBRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O advogado-geral da União, Jorge Messias, afirmou nesta quarta-feira (30/7) que o Brasil não deve se curvar aos Estados Unidos e chamou as sanções financeiras anunciadas pelo governo Donald Trump contra Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), de arbitrárias e injustificáveis.
Messias também acrescentou que as medidas adequadas serão tomadas, sem ainda, no entanto, especificar quais serão elas.
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"Gostaria de ressaltar que todas as medidas adequadas, que são de responsabilidade do Estado brasileiro para salvaguardar sua soberania e instituições, especialmente em relação à autonomia de seu Poder Judiciário, serão adotadas de forma ponderada e consciente nos fóruns e momentos adequados".
A Lei Magnitsky, aplicada contra Moraes, trata de graves violações aos direitos humanos. A medida foi publicada em site do Departamento do Tesouro americano, que registrou a inclusão do ministro sob uma sanção da Ofac, o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros.
"A aplicação arbitrária e injustificável, pelos EUA, das sanções econômicas previstas na Lei Magnitsky contra membro da magistratura nacional, representa um grave e inaceitável ataque à soberania do nosso país", disse, por meio de nota.
"Não nos curvaremos a pressões ilegítimas, que tentam macular a honra e diminuir a grandeza de nossa nação soberana", afirmou o ministro.
Segundo ele, qualquer tentativa de intimidação do Judiciário brasileiro merece forte repúdio. Messias também manifestou solidariedade a Moraes, alvo prioritário do governo americano.
"Manifesto minha integral solidariedade ao ministro Alexandre de Moraes diante de medidas que atentam contra a autoridade e a independência de nossas instituições", disse.
O secretário de Estado do governo Trump, Marco Rubio, disse haver "graves abusos de direitos humanos" por parte do ministro do STF.
Com essa decisão, o governo Trump determina o congelamento de qualquer bem ou ativo que Moraes tenha nos Estados Unidos e também pode proibir entidades financeiras americanas de fazerem operações em dólares com uma pessoa sancionada.
Isso inclui as bandeiras de cartões de crédito Mastercard e Visa, por exemplo.
A punição ocorre depois de o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e aliados terem feito um périplo por Washington buscando sanções ao ministro do STF.
Mais cedo, o ministro Flávio Dino também manifestou solidariedade a Moraes, pouco após o anúncio de sanções financeiras.
"Minha solidariedade pessoal ao ministro Alexandre de Moraes. Ele está apenas fazendo o seu trabalho, de modo honesto e dedicado, conforme a Constituição do Brasil. E as suas decisões são julgadas e confirmadas pelo COLEGIADO competente (plenário ou 1ª Turma do STF)", disse em publicação nas redes sociais.
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Dino foi o primeiro a se manifestar sobre o tema, como já fez em outros momentos da escalada da ofensiva americana contra o Brasil.
Em 9 de julho, depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar uma tarifa de 50% a produtos importados do Brasil, o ministro também foi às redes sociais defender a corte.