ELEIÇÃO PT

Correia: '"Eu não me candidataria à presidência de um partido ao qual devo'

Deputado critica judicialização da eleição interna e reforça impugnação de Dandara por dívida de R$ 130 mil com o partido

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“Eu não me candidataria à presidência de um partido ao qual estou devendo.” A declaração do deputado federal Rogério Correia (PT-MG), em entrevista coletiva neste fim de semana, escancara o grau de tensão que marca a eleição interna do Partido dos Trabalhadores em Minas Gerais. O parlamentar, aliado da deputada estadual Leninha, criticou duramente a judicialização do processo eleitoral por parte do grupo ligado à deputada federal Dandara Tonantzin, que teve a candidatura impugnada por inadimplência com o diretório estadual.

Segundo Rogério, Dandara acumula uma dívida superior a R$ 130 mil com o partido desde que assumiu o mandato na Câmara dos Deputados. “Ela teve tempo para regularizar a situação. Não pagou. Isso é estatutário. Não dá para mudar a regra com o jogo em andamento”, afirmou.

A crise se aprofundou após o diretório estadual emitir cédulas com o nome de Dandara mesmo após decisão da direção nacional que impedia sua candidatura. “É grave. Isso fere a hierarquia partidária. A função de emitir cédulas é da direção nacional, e ela já havia desautorizado”, disse Rogério. Ele classificou o episódio como um “desrespeito às instâncias partidárias” e defendeu o adiamento da eleição estadual, determinado pelo Diretório Nacional.

Justiça e divergência interna

Para o parlamentar, a decisão do grupo de Dandara de acionar o Judiciário representa uma afronta à democracia interna do PT. “O absurdo de ir à Justiça é muito grande. É uma afronta não à direção, mas aos militantes. Quando você é democrático, você afirma o estatuto. Ele está lá para ser cumprido”, declarou.

Rogério afirmou que todas as instâncias internas do partido analisaram os recursos da deputada federal. “A SORG, a COIN, a Câmara de Recursos e a Direção Nacional confirmaram: ela não estava em dia com o partido. Não houve perseguição. Houve diálogo. Mas foi uma decisão unilateral da chapa dela entrar na Justiça.”

Impacto nacional

A suspensão da eleição estadual deve adiar também o resultado final da disputa pela presidência nacional do partido. Todos os estados devem enviar os resultados até as 16h da próxima terça-feira (9), com exceção de Minas Gerais. “A diferença dos votos de Minas interfere na proporcionalidade das chapas e na proclamação do novo presidente nacional. Sem os votos mineiros, não há como saber se haverá segundo turno”, explicou.

A disputa em Minas deveria ter sido definida nesse domingo (6), com três candidaturas confirmadas. "A judicialização, porém, travou o processo. “A decisão de suspender a eleição foi correta. Não havia como imprimir cédulas para 720 municípios de última hora. Isso colocaria a militância em atrito desnecessário”, afirmou Rogério.

"O PT não é partido de aluguel"

Na coletiva, o deputado também fez críticas ao que chamou de tentativa de flexibilizar as normas partidárias para interesses individuais. “O PT nunca foi partido de aluguel. Isso existe no Brasil, em partidos fisiológicos. O nosso é um partido de luta, com regras, com militância. Quem está aqui quer transformar o mundo, não ganhar posição pessoal”, afirmou.

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Para ele, cumprir as determinações internas é um sinal de respeito ao projeto coletivo do partido. “Se você deve ao partido, não pode ser candidato. Não é justo com os outros 400 dirigentes que também foram barrados por inadimplência. Seria dois pesos, duas medidas.”

Apesar do clima de disputa, Rogério diz que acredita em uma solução democrática. “Vai ter eleição. Vai ser o que o partido já definiu. E quem vencer terá que unir o PT em Minas, respeitando o estatuto e a militância.”

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