EM MINAS

Se Lula acordou, por que não aproveitar a chance?

Hora de fazer as malas e conferir se o arroubo de autoestima do Palácio do Planalto impactou também o Ministério da Fazenda

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Os ventos que sopram de Brasília levam a crer que o governo federal despertou de um longo e profundo sono digital e político. A recente traição vinda do Congresso Nacional no caso do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e a consequente judicialização da celeuma veio acompanhada de uma intensa campanha nas redes sociais que sinaliza o retorno de Lula ao eleitorado de esquerda e das classes mais baixas após dois anos e meio de uma não correspondida tentativa de aproximação com o centro e o Centrão. Para a esquerda mineira, abre-se uma nova janela de oportunidade.

Na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o trabalho do bloco Democracia e Luta, oposição ao governador Romeu Zema (Novo), consegue, via persistência e organização, suplantar o enorme obstáculo de serem uma minoria com cerca de 30% das cadeiras da Casa. O início da tramitação dos projetos do Executivo para aderir ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag) deu um novo fôlego privatista ao governo estadual e exige uma força tarefa dos deputados que já lutavam contra iniciativas desse tipo, mas antes de forma mais esparsa.

Por ora, o trabalho da oposição tem gerado bons resultados (mitigação de danos, não vitórias como costuma cantar o bloco) como na limitação do envolvimento da Codemig nas negociações estritamente à federalização e não à privatização. Mas vêm por aí as meninas dos olhos de Zema: Cemig e Copasa. Fica então o questionamento: por que não aproveitar o despertar do Palácio do Planalto para uma postura menos reativa e mais propositiva e suscitar uma resposta de Brasília aos interesses da esquerda mineira?

A oposição na Assembleia defende que a Codemig será suficiente para atingir mais de R$ 30 bilhões, chegar à marca de 20% do estoque da dívida e reduzir os juros em dois pontos percentuais, como determina o Propag. Se o Tesouro Nacional e o Ministério da Fazenda sinalizarem que pretendem aceitar a empresa de mineração e viabilizarem uma avaliação preliminar de seu preço, seria, aí sim, uma enorme vitória para o bloco Democracia e Luta.

Se a Codemig bastar, por que deputados da base se esforçariam para avançar com a impopular derrubada do referendo popular pela venda de Cemig e Copasa? E por que seguiram com o esforço para se desfazer das empresas que levam energia, água e esgoto aos mineiros?

O líder da oposição, Ulysses Gomes (PT), fala há meses em ir a Brasília para pedir um posicionamento mais claro do governo federal em relação à Codemig. Hora de fazer as malas e conferir se o arroubo de autoestima do Palácio do Planalto impactou também o Ministério da Fazenda. Hora também de envolver a bancada federal dos deputados mineiros.

Passada a eleição interna do partido neste domingo, os petistas Reginaldo Lopes e Rogério Correia, com bom trânsito junto ao Executivo Federal e diálogo permanente com a Assembleia, podem aparar as arestas de sua conturbada relação e trabalhar para facilitar a vida de seus pares estaduais. O tempo é curto e exige o aproveitamento das janelas de oportunidade.

Os partidos e Damião

O prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil) completou três meses como titular do cargo com nomeações às dezenas no Executivo da capital mineira. Chama a atenção que, apesar dos esforços em ampliar a participação partidária na administração municipal, PSDB e Psol emitiram notas para informar que não tiveram participação nas negociações em que foram contemplados direta ou indiretamente. Já a bancada do PT na Câmara afirma que não foi ouvida sobre os petistas escolhidos para as subsecretarias de Gestão Ambiental e Assistência Social.

Pacheco em Lisboa

No já tradicional e controverso evento promovido pelo ministro do STF, Gilmar Mendes, em Lisboa, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) disse que acredita na maturidade dos poderes Executivo e Legislativo para resolver o cabo de guerra em que se encontram atualmente em Brasília. Na última sexta-feira, também no ‘GIlmarpalooza’, o parlamentar, cotado para a disputa do Governo de Minas, defendeu a regulamentação das redes sociais.

Los Hermanos e a tarifa zero

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O projeto que institui a tarifa zero nos ônibus de BH chegou à comissão de Orçamento e Finanças Públicas sem receber um parecer do vereador Juninho Los Hermanos (Avante) na Comissão de Administração Pública na semana passada. O parlamentar governista perdeu o prazo para se manifestar. No Glória, bairro em que ele mora, uma faixa instalada por moradores pedia um posicionamento favorável à medida que zera o preço da passagem na capital.

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