DÍVIDA COM UNIÃO

'Seria melhor gritar no ouvido federal', diz Mateus Simões para oposição

Em Montes Claros, vice-governador comemora aprovação de projetos do Propag na Assembleia e reclama da "oposição barulhenta" em tom de provocação

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O vice-governador Mateus Simões (Novo) considerou que a aprovação em definitivo pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) da possibilidade de federalização da Companhia de Desenvolvimento Econômico (Codemig) e sua acionista majoritária, a Companhia de Desenvolvimento (Codemge), como forma de abatimento da dívida de R$ 165 bilhões com a União, foi “um passo importante” para a adesão do Estado ao Programa de Pleno Pagamento de Dívida dos Estados (Propag).

Ele lembrou que o Propag está sendo “tratado com responsabilidade” pelos deputados, com um bom andamento das discussões na Assembleia, onde já foram aprovados cinco projetos e ainda faltam ser apreciados outros nove relativos ao tema, encaminhados pelo governador Romeu Zema (Novo) em maio.

Mas, ao tratar do assunto, o vice-governador alfinetou os parlamentares contrários ao governo na ALMG, dizendo que eles fazem “uma oposição barulhenta”, mas sabem que, no final, o melhor é aprovar os projetos. Em tom de provocação, sugeriu aos deputados da oposição para “gritar no ouvido do governo federal”, a fim de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venha perdoar a dívida do Estado.

“Eu fico muito feliz de ver como a Assembleia Legislativa tem tratado com responsabilidade o tema do Propag. Ontem (quarta-feira), nós demos mais um passo importante. Com isso já são cinco projetos aprovados na Assembleia Legislativa na direção da adesão definitiva ao Propag. Ainda temos nove projetos em discussão na casa que estão caminhando”, relatou Simões, lembrando que o Governo do Estado tem prazo até 30 de outubro para concluir a negociação com a União.

Sobre a tramitação da proposta do Propag na Assembleia, o vice-governador comentou: “percebo que pode haver uma oposição barulhenta, mas mesmo eles (os deputados oposicionistas) sabem que, no final, o melhor é (será) aprovar o projeto”.

“Melhor mesmo era (seria) se eles, ao invés de gritar no meu ouvido, fossem gritar no ouvido do governo federal - que ainda não nos deu perdão, que eu aceitaria tranquilamente um perdão”, declarou.

Ainda em tom de provocação, Simões afirmou: “Fica até o desafio ao PT, que gosta tanto de reclamar dos projetos que nós estamos apresentando para o Propag: por que eles não vão lá ao Lula fazer um pouco do barulho que eles estão fazendo dentro da Assembleia, atrapalhando um pouco a tramitação dos projetos, para pedir o mesmo perdão que foi dado para a Venezuela, de 10 bilhões de reais? Eu aceito. Está dito já de cara que eu aceito um perdão de 10 bilhões de reais”.

O vice-governador Mateus Simões fez as declarações nesta quinta-feira, na Câmara Municipal de Montes Claros, Norte de Minas, durante a comemoração dos 168 anos de aniversário da cidade, em que recebeu a Medalha de Honra Ivan José Lopes – maior comenda do município. A solenidade contou com a participação de deputados (estaduais e federais) da região, prefeitos, vereadores, dirigentes de entidades de classe e outras lideranças.

Ao participar da solenidade na Câmara Municipal, o presidente da Assembleia Legislativa, Tadeu Martins Leite (MDB), que é de Montes Claros, destacou que o parlamento mineiro, “sempre com independência”, tem sentado á mesa com o Executivo estadual para discutir e construir soluções para os problemas enfrentados pela população.

Salientou que é “dessa forma” que a Assembleia tem tratado a negociação da dívida com a União, por meio dos projetos do Propag. “Há mais de 25 anos nós temos um problema instalado em nosso estado. E, às vezes, as pessoas não entendem a importância de uma discussão como esta. Mas é importante dizer que cada bilhão de juros que economizarmos significa mais recursos para a investir na saúde, na educação, na infraestrutura e na área social”, afirmou o presidente da Assembleia.

“Eu rodo muito o Norte de Minas e todo estado. De vez em quando vejo que as pessoas não entendem a importância dessa discussão, que, há 20 anos praticamente não se faz em Minas Gerais. Há 20 anos Minas Gerais paga praticamente juros para a União, de uma dívida que começou com R$ 14 bilhões, nós já pagamos R$ 118 bilhões e ainda devemos R$ 170 bilhões por conta dos juros”, disse Tadeu Leite em entrevista ao EM.

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“Então, qual é o desafio que nós estamos fazendo hoje? Tentar tirar os juros de toda essa história. Cada bilhão em juros que nós estamos deixando de pagar, ou deixaremos de pagar para o Governo Federal, se Deus quiser, são mais recursos que sobram para fazer investimentos em saúde, infraestrutura, educação. E nós sabemos que nós fomos muito, especialmente nessas e na segurança pública de investimentos. Então, o desafio da Assembleia e o trabalho da Assembleia é para isso – é para que a gente consiga ajudar Minas a ficar livre dos juros que há 25 anos se paga para o governo federal”, afirmou o presidente da ALMG.

Ele lembrou os juros das dividas foram pagos nos últimos governantes da Nação, sacrificando o estado, independente do partido que estava ou está no poder central. “Então, isso é uma discussão apartidária, do Estado de Minas Gerais. É uma decisão que nos envolve a cada dia, para resolver o problema”, concluiu.

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