Bolsonaro critica data de julgamento no STF: 'Velocidade da luz'
Bolsonaro critica a rapidez do julgamento no Supremo Tribunal Federal e fala em "perseguição política"
compartilhe
Siga noO ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) questionou a celeridade do julgamento que pode torná-lo réu por tentativa de golpe. A análise do caso foi marcada pelo ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), para três sessões: duas na terça-feira (25/3), uma pela manhã e outra à tarde, além de uma terceira audiência na quarta-feira (26/3).
Em suas redes sociais, nessa quinta-feira (13/3), Bolsonaro comparou a condução do processo com outros países e afirmou que o “devido processo legal, por aqui, funciona na velocidade da luz”. Ele sugeriu que a rapidez do julgamento estaria ligada ao seu desempenho em pesquisas de intenção de voto para as eleições presidenciais de 2026. O ex-presidente está inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), portanto, impedido de disputar o pleito.
- Nikolas: 'Já teve atrito com sua esposa? Não posso ter com o presidente?'
- Câmara de BH aprova envio de pedidos de anistia para Congresso
Bolsonaro também afirmou que o inquérito estaria “repleto de problemas e irregularidades”, sem apresentar provas. Ele criticou os custos e a atuação do Judiciário brasileiro, mencionando rankings internacionais.
Leia Mais
"No Brasil, que tem a 30ª justiça mais lenta do mundo, segundo o Banco Mundial; o judiciário mais caro do mundo, segundo diversas fontes; que não está nem entre os 70 melhores no ranking global de Estado de Direito; e que só supera a Venezuela em imparcialidade... Mas nesse Brasil de índices que impressionam negativamente, um inquérito repleto de problemas e irregularidades contra mim e outras 33 pessoas está indo a julgamento em apenas 1 ano e 1 mês (de 8 de fevereiro de 2024 a 25 de março de 2025). É impressionante!", criticou.
- Nos EUA, a perseguição contra @realDonaldTrump e as ridículas acusações de "insurreição" levaram quase 5 anos para serem convertidas em denúncia formal – e depois foram reduzidas a pó pela escolha soberana do povo americano. Tudo correu na primeira instância, com uma breve… pic.twitter.com/sQbYsDwAXZ
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) March 13, 2025
Julgamento
A Primeira Turma do STF começa, no dia 25 de março, a análise da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra oito dos 34 investigados por tentativa de golpe de Estado, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Se a denúncia for aceita, os acusados passarão à condição de réus.
O julgamento será realizado pelos ministros Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino. Nesta fase, o STF avalia se há elementos suficientes para justificar a abertura de uma ação penal, sem discutir eventuais condenações.
Caso o processo avance, uma nova etapa será aberta para definir responsabilidades, possíveis condenações e penas.
Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia
A PGR decidiu fatiar a denúncia em quatro grupos. Bolsonaro integra o chamado “núcleo central” da suposta tentativa de golpe. Além do ex-presidente, fazem parte desse grupo os seguintes denunciados:
- Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN);
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
- Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
- Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e candidato a vice-presidente na chapa do ex-presidente Jair Bolsonaro;