A bancada do PL articula com o novo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a votação do projeto de lei de anistia aos golpistas que depredaram a Esplanada dos Ministérios em 8 de Janeiro. O líder do partido, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), disse nesta terça-feira (4) que os deputados vão continuar a articulação do texto "enquanto não for votado".
“O PL da Anistia terá articulação todos os dias, em todos os momentos enquanto não for votado. A gente está conversando e dialogando, a melhor forma, o melhor método, ainda tem uma conversa com o presidente Hugo para a gente avaliar. E inicialmente estamos conversando com os demais líderes. Porque o que importa são os votos”, disse o deputado a jornalistas.
Segundo Cavalcante, o projeto é a prioridade número um do partido na Câmara. O trabalho também passará por conversar com outros líderes partidários para convencê-los a apoiar a pauta. A definição de outros projetos prioritários para o PL, como a alteração na lei da ficha limpa, que pode beneficiar Jair Bolsonaro (PL), no entanto, só vai ocorrer na próxima semana.
“Nossa prioridade número um é o PL da anistia. Neste momento, avaliamos que ainda precisamos avançar em conversa com outros líderes para avaliar o momento certo desta votação. A gente precisa sentar na próxima semana e comunicaremos na próxima semana a nossa lista de prioridades”, pontuou, ao dizer, ainda, que não será possível avançar na anistia sem o apoio de outros partidos.
“Esse PL da anistia ou qualquer outro projeto para a gente aprovar precisa de maioria na Casa. Vamos ter que conversar com os demais líderes. Nós sozinhos não conseguimos ganhar. Vamos precisar de outras bancadas. Este é o meu trabalho”, afirmou.
O presidente Hugo Motta já havia falado sobre o assunto nesta terça. Em entrevista à GloboNews, Motta afirmou que a gestão dele não pactua com qualquer flerte com a ditadura. Também citou o deputado Rubens Paiva, torturado e morto pela ditadura e que inspirou o livro e filme Ainda Estou Aqui, sucesso de bilheteria no Brasil que concorre ao Oscar em três categorias.
“Não pactuamos com qualquer flerte com a ditadura. A história de Rubens Paiva deve ser sempre lembrada, devemos dizer que o Poder Legislativo está de pé, as atribuições e prerrogativas do poder Legislativo estão mais fortes”, afirmou Motta.
O presidente também disse que quem vai decidir se o tema será votado será o Colégio de Líderes. "Vamos tratar tudo de forma muito tranquila e de maneira muito serena. Nosso trabalho será a busca de uma pacificação nacional, de harmonia, para que os Poderes constituídos tenham uma pauta de convergência nacional. É isso que o Brasil espera de nós", pontuou.
Comissões
A definição dos comandos das comissões permanentes será feita só em março, depois do Carnaval. O PL, segundo Sóstenes Cavalcante, começou a debater o assunto nesta terça. Ele disse que já recebeu uma lista de prioridades de cargos da oposição e que vai debater o assunto tanto com o presidente do PL quanto com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
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“Recebi da oposição a lista de prioridades que eles estabeleceram como oposição. Vou sentar com o presidente Valdemar, com o presidente Bolsonaro, com todos, ouvir todos e aí a gente decide”, disse o líder partidário.