Nas Minas Gerais, o ouro é passado, presente e futuro
Só em 2024, a receita gerada pela mineração de ouro ultrapassou R$ 11 bilhões em Minas Gerais, com a extração de 30 toneladas
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Siga noA história de Minas Gerais se confunde com a história da mineração de ouro no Brasil. Desde o período colonial, a produção do metal precioso moldou a cultura, a economia e o próprio nome do estado. Mas, embora essa tradição seja centenária, os tempos são outros. Hoje, a mineração é pautada por processos cada vez mais tecnológicos, refletindo um novo momento do setor mineral.
Minas Gerais segue como protagonista na mineração de ouro no Brasil, liderando tanto em produção quanto em faturamento. Só em 2024, a receita gerada pela mineração de ouro ultrapassou R$ 11 bilhões em Minas Gerais, com a extração de 30 toneladas.
O ouro sempre foi considerado um "porto seguro" em tempos de instabilidade. Tradicionalmente, é visto como um excelente investimento de solidez, pois, enquanto os valores das moedas sofrem nos períodos turbulentos e inflacionários, o ouro tende a manter seu valor ou se valorizar.
A história da mineração de ouro em Minas Gerais remonta ao final do século 17, quando as primeiras jazidas começaram a ser exploradas. Desde então, diversas cidades mineiras cresceram e se consolidaram em torno dessa atividade.
Essa tradição, que atravessa os séculos, carrega ainda o importante marco da indústria mais longeva em atividade no Brasil. A produtora de ouro AngloGold Ashanti, que celebra 191 anos de história no mês de julho, iniciou suas operações na cidade mineira de Nova Lima em 1834 e se comprova como um exemplo de atuação sustentável no setor.
Ao longo de quase dois séculos, temos buscado combinar excelência operacional com responsabilidade ambiental, sempre atentos aos aprendizados do passado e aos desafios do futuro. Estar há tanto tempo em operação nos ensina que inovação e responsabilidade precisam caminhar juntas. Por isso, seguimos firmes em nosso compromisso de transformar a mineração por meio de práticas cada vez mais seguras, eficientes e sustentáveis.
Hoje, a empresa opera a mais profunda mina subterrânea do país, a Mina Cuiabá, localizada em Sabará, na região metropolitana de Belo Horizonte. Para se ter uma noção da grandiosidade, ela alcança mais de 1.600 metros de profundidade, sendo o ponto continental mais profundo do Brasil. Em sondagens, já foi identificado ouro a mais de 2.400 metros de profundidade, quase três vezes a altura do prédio mais alto do mundo, o Burj Khalifa, em Dubai, com seus 828 metros.
Mas a profundidade é apenas um dos muitos indicadores da complexidade dessa operação. O local abriga uma extensa rede de galerias subterrâneas em forma de espiral, com 330 quilômetros no total e 26 quilômetros apenas na rampa principal. É literalmente uma cidade sob nossos pés.
O nível de automação e inteligência só é possível graças a uma infraestrutura tecnológica robusta que dá suporte às operações subterrâneas. Um exemplo disso é o Centro de Controle Operacional (CCO), que funciona como o “cérebro” da mina. De lá, é possível tomar decisões estratégicas com base em dados em tempo real.
Para garantir a conectividade no subsolo, contamos com mais de 440 roteadores de wi-fi espalhados pelas galerias. Isso permite que dados circulem com fluidez e segurança, apoiando desde a comunicação entre as equipes até a automação de processos críticos.
Hoje, por tecnologia digital, cada um dos profissionais que trabalha no subsolo são localizados por um sistema em tempo real de geolocalização denominado People Tracking.
Sistemas de ventilação modernos e inteligentes garantem conforto e segurança para quem trabalha no local, sendo gerenciados de forma online, conforme a localização das pessoas.
A automação chegou também aos equipamentos de lavra, etapa da mineração que envolve a extração do minério da jazida de forma segura e eficiente. Hoje, já é possível operar equipamentos e carregadeiras que estão a centenas de metros de profundidade de forma 100% remota, diretamente da superfície.
Um destaque nesse cenário é a primeira carregadeira 100% elétrica em operação subterrânea no Brasil, implementada na Mina Cuiabá. Além de eliminar emissões de carbono e ruído, o equipamento proporciona ganhos de performance com torque instantâneo e maior conforto térmico.
Tudo isso é sempre realizado a partir de um absoluto compromisso ambiental. A empresa preserva hoje 10,5 mil hectares de vegetação (mais de 10 mil campos de futebol), envolvendo importantes biomas como Cerrado e Mata Atlântica. Além disso, com um profundo respeito às nossas comunidades anfitriões. Recentemente, este trabalho ganhou o reforço do recém-fundado Instituto AngloGold Ashanti, que somente este ano está investindo R$ 13 milhões em mais de 40 projetos e iniciativas socioambientais.
Seguimos comprometidos em construir uma empresa que gera valor e resultados para a sociedade. Em 2025, estamos investindo mais de R$ 1,2 bilhão na região da América Latina, dos quais R$ 820 milhões no Brasil, em Minas Gerais. Por meio de uma mineração de ouro responsável e sustentável, a AngloGold Ashanti mostra na prática que é possível, e necessário, reinventar a mineração. O caminho da inovação é baseado na sustentabilidade. E próximo aos nossos 200 anos, podemos dizer que essa jornada está apenas começando.
Luis Lima
Presidente da produtora de ouro AngloGold Ashanti