editorial

Desafios para Leão 14

Primeiro agostiniano e primeiro norte-americano a ocupar o trono de São Pedro, o papa Leão 14 poderá ser um ponto de equilíbrio no mundo

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Leão 14 chegou falando em paz e diálogo, com uma citação de Santo Agostinho logo de início: “Para vós, sou bispo; convosco, sou cristão”. Em seu primeiro pronunciamento, após encerrado o conclave, o papa eleito ressaltou também a necessidade de se construírem pontes, bem ao contrário do seu conterrâneo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que vira e mexe fala em erguer muros. E assusta meio mundo com suas declarações e ações bombásticas.


Tudo indica que novo pontífice seguirá os passos do antecessor, Francisco, que era jesuíta, especialmente na atenção aos mais pobres e desvalidos, além de investir na Unidade da Igreja Católica. O diálogo entre os extremos, especialmente o inter-religioso, figura entre as expectativas de religiosos e leigos como compromisso do novo líder de 1,4 bilhão de católicos no planeta.


Primeiro agostiniano e primeiro norte-americano a ocupar o trono de São Pedro, Leão 14 poderá ser um ponto de equilíbrio no mundo em tempos tão conturbados e de guerras, sendo o conflito mais recente a disputa pela região da Caxemira entre Índia e Paquistão. Em suas palavras, há busca de paz. Paz desarmada, um valor caro aos agostinianos, cuja ordem se sustenta nos pilares da interioridade, da vida em comunidade e dos serviços à Igreja e à sociedade. Uma Igreja fraterna, que leva também à união interna, longe das fraturas expostas.


O arcebispo de BH, dom Walmor Oliveira de Azevedo, viu o resultado do conclave com júbilo. E está certo de que a experiência cosmopolita de Robert Francis Prevost, nome de batismo do novo papa, poderá ser de grande utilidade para as mazelas planetárias.


Há muitos desafios no horizonte. Além das guerras na Ucrânia, na Faixa de Gaza e na África, há injustiça social, crises migratórias, como ocorre no seu país de origem, onde migrantes são perseguidos e expulsos, mudanças climáticas, indiferença com problemas sociais crônicos. Tais questões Leão 14 conhece de sobra, afinal, trabalhou mais de duas décadas no Peru, em períodos distintos, onde foi bispo e missionário, e viajou pela América Latina e países da Europa. Em Minas, já esteve algumas vezes como prior-geral dos agostinianos. Quem conviveu com ele o descreve como uma pessoa terna.


Para muitos católicos, a escolha de um cardeal dos Estados Unidos, país de maioria protestante, foi uma grande surpresa. O nome dele não estava entre os “papabile”, ou mais cotados na lista de aposta. Logo após o tradicional “Habemos Papam”, ele surgiu na varanda do Palácio Apostólico, no Vaticano, com serenidade e visivelmente emocionado.


Surpreendente também foi o nome, Leão 14. O porquê dessa escolha pode indicar a que ele veio, seguindo a pegadas de Leão 13, cujo pontificado durou 25 anos, de 1878 a 1903, portanto, período de transição entre os século 19 e 20. É o papa da ‘Rerum Novarum’ da abertura da Igreja para os movimentos dos trabalhadores, de defesa da condição de um trabalho digno e também das pessoas mais necessitadas. Mas foi também ainda o papa do diálogo entre os grupos da sociedade.


Leão é um nome forte na história da Igreja, papas de pontificados marcantes e importantes, hoje resgatado para marcar uma nova fase na vida dos católicos.

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