O estado de emergência climática que o mundo atravessa, identificado por inúmeros estudos científicos, influencia diversos aspectos do planeta e da sociedade – deterioração de habitats, extinção de espécies, interferências na saúde humana, aumento da fome, registro de perdas financeiras e de prejuízos ao desenvolvimento. Por isso, a tomada de decisões precisa ser uma política global urgente. Os governos não podem mais esperar que a situação saia do controle para agir com reparações. As catástrofes vêm mostrando que são incontroláveis as respostas da natureza à destruição.


Um caminho a ser seguido é a adoção de tecnologia limpa. Diante da busca mundial por alternativas sustentáveis que gerem menos impactos, ela se coloca como possibilidade. O meio ambiente pede socorro há muito tempo. As consequências das ações humanas sobre as cadeias naturais estão cada vez maiores e irreversíveis. Se não houver atitude, o futuro das populações será de enfrentamento de perigosas condições.


A concentração de gases de efeito estufa, o derretimento de geleiras e a elevação do nível do mar nunca foram tão altos. A temperatura vem subindo, gerando ondas extremas e recordes de calor, além de enchentes, incêndios florestais e tempestades. O relatório Estado do Clima Global em 2023, editado anualmente pela agência especializada das Nações Unidas, apontou o ano passado como o mais quente já registrado. O documento ainda destaca as mudanças como fatores agravantes da fome e do deslocamento de milhares de cidadãos pelo mundo. A quantidade de pessoas que sofrem insegurança alimentar aguda chegou a 333 milhões, em 78 países monitorados pelo Programa Alimentar Mundial.


Proteger e restaurar ecossistemas e também redefinir padrões de produção e de consumo são metas fundamentais. Mas as nações precisam atuar definitivamente em todos os setores da economia para acelerar os processos de transição produtiva e energética. Tecnologia para isso existe. Os governos e as corporações são conhecedores de uma ampla variedade de práticas ecologicamente corretas possíveis de serem desenvolvidas e aplicadas. A redução da dependência de métodos convencionais, como o uso do carvão e do gás natural, precisa ocorrer. Concomitantemente, painéis solares, energia eólica e de ondas são matrizes que merecem cada vez mais investimentos. A troca de fontes fósseis poluentes para fontes renováveis não poluentes é um desafio de escala global.


Pensar o ambientalismo empresarial também é essencial para essa quebra de paradigmas. O mercado, intimamente ligado à competição e produtividade, tem a tarefa de encontrar meios de solução do problema da degradação ambiental. As calamidades escancaram que o econômico e o ecológico têm de andar juntos. As fábricas precisam minimizar o emprego de matérias-primas, diminuir a geração de resíduos e o desperdício de materiais.


Hoje, por causa da crescente preocupação da população mundial, a questão ambiental é primordial para o desenvolvimento das organizações. A preservação e recuperação do meio ambiente despertam interesses pessoais, governamentais, empresariais e científicos. Ter eficiência com tecnologia limpa não é ideologia, é questão de sobrevivência e precisa ser estabelecida de forma justa e inclusiva. Os países possuem potencialidades diversas para fazer as mudanças. Esperar mais tempo pode ser fatal.