Mortes violentas diminuem, mas medo persiste

Presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública explica por que o medo não diminui

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O Brasil registrou seu menor índice de mortes violentas dos últimos dez anos, com 44.127 óbitos em 2024, numa queda de 5,4% em relação ao ano anterior. 

Esses são os números divulgados nesta quinta-feira, 24, pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025. Mas, se essa violência diminuiu, por que a sensação de insegurança ainda é tão grande? O presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, respondeu a essa pergunta da coluna.

“Ao mesmo tempo em que caem os crimes de rua como mortes violentas intencionais, os furtos e os roubos, cresce o índice de violência no espaço privado, porque boa parte dos agressores são pessoas próximas, como a violência contra a mulher, a sexual e a contra as crianças e adolescentes. Cresce a violência na casa e também nas escolas”, disse o presidente do Fórum, responsável pelo anuário.

Renato Sérgio de Lima explicou:

“De um lado, você tem a boa notícia na rua, mas o espaço privado está extremamente violento. E, por outro lado, você tem o mundo virtual, que é a nova fronteira da humanidade, ainda pouco regulado e com pouca capacidade do poder público, como o novo eldorado do crime organizado, com os golpes, os estelionatos.” 

O crime digital é uma modalidade crescente, cuja porta de entrada é o roubo e o furto de celulares, envolvendo desde a invasão de privacidade a golpes financeiros.

“Esse aumento de forma muito intensa da violência física e sexual em casa e na escola e a completa incapacidade de segurança no mundo virtual, tornando a gente reféns muitas vezes das quadrilhas do crime organizado, justificam o sentimento de medo  da população, que acha que segurança é o principal tema da agenda pública hoje.”

De acordo com o anuário, entre 2023 e 2021, cresceram 245% os episódios em que aulas foram suspensas em virtude de episódios de violência. Se em 2021 esses episódios fecharam 1% das escolas, em 2023, ano dos dados mais recentes do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica), o fenômeno atingiu 3,6% das escolas. 

Os crimes contra crianças e adolescentes cresceram entre todas as faixas etárias e modalidades em 2024, ano base do estudo. A produção e a distribuição de material de abuso sexual cresceram 26,8% em relação ao ano anterior, tendo como vítimas crianças de 5 a 9 anos de idade. Os maus tratos cresceram 12,7%, contra adolescentes de 14 a 17 anos.

Em 2024, os estupros registraram o maior número de vítimas desde que o anuário foi criado, 19 anos atrás: 87.545. E outro número confirma a explicação de Lima: desses crimes, 65,7% ocorreram dentro de casa.

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