Gonet dá razão a preocupação de agentes da Abin expostos em relatório da PF
Paulo Gonet concordou com pedido de entidade de servidores da Abin por sigilo em identidades de agentes não investigados pela PF
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Siga noO relatório final da Polícia Federal sobre a atuação de uma “Abin paralela” gerou preocupações entre agentes e servidores de carreira da Abin. Isso porque o documento da PF, cujo sigilo retirado por Alexandre de Moraes em 18 de junho, identifica nomes, cargos e expõe até contatos de agentes da agência de inteligência não investigados no inquérito.
A insatisfação foi formalizada junto a Moraes dois dias depois pela União Nacional dos Profissionais de Inteligência de Estado da Abin (Intelis). A entidade afirmou ao ministro do STF que o relatório compromete a atividade e a segurança dos agentes, e também a segurança nacional.
“Tais servidores serão facilmente identificados por serviços de inteligência de Estados Estrangeiros e, eventualmente, neutralizados em serviço”, disse a Intelis. A instituição pediu a Moraes que os dados desses servidores sejam ocultados, mantidos anônimos.
A solicitação ganhou apoio da PGR nessa quinta-feira, 3. Paulo Gonet concordou com as preocupações e defendeu ao ministro que o relatório da PF siga sem sigilo, mas que sejam omitidas por meio de tarjas as informações sobre os agentes da Abin não investigados.
“A divulgação de dados, de forma irrestrita, poderá, nessas circunstâncias, comprometer o exercício da atividade de inteligência da Abin e expor publicamente servidores que não possuem relação com os fatos investigados”, escreveu Gonet.