Formada pela UFMG, atua no jornalismo desde 2014 e tem experiência como editora e repórter. Trabalhou na Rádio UFMG e na Faculdade de Medicina da UFMG. Faz parte da editoria de Distribuição de Conteúdo / Redes Sociais do Estado de Minas desde 2022
Emily Azevedo Sena, de 16 anos, foi encontrada morta, com cortes na barriga crédito: Arquivo pessoal
Nesta quinta-feira (13/3), o casal Nataly Helen Martins Pereira e Christian Albino Cebalho de Arruda foram presos pelo assassinato de Emily Azevedo Sena, de 16 anos. Os dois foram até um hospital em Cuiabá (MT) com um bebê recém-nascido pedindo para registrá-lo, dizendo que o parto tinha acontecido em casa.
No entanto, a equipe médica desconfiou do comportamento dos dois e chamou a polícia, que os levou para a delegacia. Foi então que a polícia encontrou o corpo de Emily enterrado no quintal da casa dos dois e descobriu que eles mataram a jovem para pegar o bebê.
Outros dois homens suspeitos de envolvimento no crime foram presos. Nataly e Christian podem responder por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual.
De acordo com o G1, Emily foi enforcada com fios de internet e tinha cortes na barriga, indicando que o bebê foi tirado de seu ventre. Segundo a perícia, a jovem tentou se defender, mas não resistiu ao ataque.
A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) investiga o caso, que chocou a população pela brutalidade dos detalhes. O bebê continua internado no hospital, sob os cuidados da avó, Ana Paula Meridiane.
Segundo a mãe de Emily, a garota conversava nas redes sociais com Nataly, que dizia ser mãe de dois meninos e que estaria à espera de uma menina. Por isso, ela tinha roupas de bebê e um protetor de berço para doar.
"Ela falou que ganhou muita roupa e queria doar um pouco para Emilly. Então, mandou a localização e até um Pix para que minha filha pudesse ir até lá buscar as roupas. Só que ela foi e não voltou", relatou a mãe ao portal.
A adolescente saiu de casa na quarta-feira e não foi mais vista. “Ela não atendia, só recusava as ligações. Apenas me mandava mensagens dizendo que não podia falar porque estava em uma corrida de aplicativo", afirmou.
Menos de 24 horas depois, o casal foi detido em flagrante no hospital.
Confissão
Nataly confessou à polícia que assassinou a adolescente porque queria ficar com o bebê depois de ter sofrido dois abortos. Ela contou que agiu sozinha, inocentando o marido e outros dois homens que também foram presos.
De acordo com o G1, Christian foi avisado sobre o nascimento do bebê e, em seguida, seguiu para o hospital. Ele foi preso e liberado após prestar depoimento.
Uma lei federal de 27/6/ 2022 tornou mais fácil e mais barata a troca de nome no Brasil. Só no primeiro ano de vigência da lei nº 14.382 mais de dez mil brasileiros trocaram de identidade.
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Condenada pelo assassinato dos pais em 2002, em um crime que chocou o Brasil, Suzane von Richtofen foi uma das pessoas que tiraram proveito da nova legislação.
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No dia 13 de dezembro de 2023, ela formalizou a união estável com o médico Felipe Zecchini Muniz em cartório de Angatuba, no interior de São Paulo, e mudou sua identidade para Suzane Louise Magnani Muniz.
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Daniel Cravinhos de Paula e Silva, um dos executores do assassinato do casal von Richtofen, também eliminou o sobrenome. Ele era namorado de Suzane à época do crime.
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Elize Matsunaga é mais um caso de condenada pela justiça por assassinato que ficou conhecida nacionalmente e optou por mudar de registro civil.
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Sentenciada por matar e esquartejar o marido Marcos Matsunaga, ela resgatou o sobrenome de solteira em busca de ressocialização para cumprimento de pena em regime aberto.
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Elize passou a trabalhar como motorista de aplicativo em Franca, no interior de São Paulo, como informou recentemente o seu biógrafo Ulisses Campbell.
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Antes da lei editada em 2022 a partir de uma Medida Provisória, trocar de nome ou sobrenome era tarefa burocrática, onerosa e por vezes malsucedida no Brasil.
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A pessoa que postulava a mudança de nome tinha que contratar um advogado e recorrer a um tribunal. A decisão judicial podia levar anos e ainda ter um desfecho negativo. Succo no Pixabay
Apenas em casos excepcionais a decisão judicial costumava ser célere. Entre eles, nomes com erro de grafia, aqueles que pudessem causar constrangimento e em situações de vítimas ou testemunhas de crimes que precisassem recomeçar a vida.
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Com a nova legislação, a apresentação do pedido de mudança de prenome ou sobrenome é feita diretamente em um cartório civil.
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Para alterar o prenome, a lei exige que o solicitante tenha ao menos 18 anos, apresente CPF, RG e certidões atualizadas e pague uma taxa, que varia entre R$ 100 a R$ 400 a depender do estado.
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No caso de mudança do sobrenome, é preciso comprovar vínculo afetivo ou de parentesco com alguém que carregue a identidade pretendida.
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A lei autoriza apenas uma mudança de prenome em cartório. Caso a pessoa deseje uma nova alteração, precisará recorrer à Justiça.
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Em relação ao sobrenome, a lei não impõe um limite, sendo possível mudar diversas vezes ao longo da vida.
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A norma também permite que o nome de um bebê recém-nascido seja modificado no prazo de 15 dias após o primeiro registro.
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A lei autoriza que uma pessoa casada retome o nome de solteira mesmo mantendo o laço matrimonial, caso desista da alteração feita à época do casamento.
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Vale observar que mudanças de nome não alteram os números de RG e CPF, que seguem os mesmos. Ou seja, não elimina pendências que tenham que ser resolvidas, como no caso de dívidas, por exemplo.
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A defesa de Nataly confirmou que ela perdeu um bebê em outubro do ano passado. Após o aborto, ela continuou fingindo que estava grávida e participando de grupos de mães.