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Amazônia Legal registra menor área desmatada desde 2014

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A Amazônia Legal registrou sua menor superfície desmatada em 11 anos, anunciou o governo nesta quinta-feira (30), às vésperas da Conferência Climática da ONU, a COP30, que será realizada em novembro em Belém do Pará.

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Entre agosto de 2024 e julho de 2025, o desmatamento caiu 11% em relação ao mesmo período anterior, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Cláudio Almeida, coordenador do Programa de Monitoramento dos Biomas Brasileiros (BiomasBR), do Inpe, disse que a destruição de quase 6.000 km² de vegetação nativa na Amazônia Legal neste período representa "o quarto ano consecutivo de redução do desmatamento".

Trata-se da menor superfície desmatada desde 2014 e a terceira menor desde que começaram os registros, em 1998.

O desmatamento também diminuiu 11% no Cerrado, a savana mais biodiversa do mundo, situada ao sul da Amazônia, com uma perda de vegetação equivalente a mais de 7.200 km², segundo o Inpe.

"Quando a gente tem um ganho, tem que ir para o próximo desafio. A gente não deve ficar acomodado. Por isso que o nosso desafio é zerar o desmatamento em 2030", disse a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.

Após assumir o terceiro mandato em 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu acabar com o desmatamento no Brasil até 2030.

A floresta amazônica, que se estende por nove países, é considerada vital na luta contra o aquecimento global por sua capacidade de capturar carbono.

Para ambientalistas, os resultados divulgados hoje são uma conquista das políticas do governo brasileiro.

"Depois de anos de retrocesso, o Brasil volta a trilhar uma trajetória de liderança ambiental e demonstra que é possível combinar desenvolvimento econômico com proteção dos biomas", reagiu, em nota, Alexandre Prado, da WWF-Brasil.

"Com a COP30 se aproximando, este é o momento ideal para que empresas e governo reforcem, juntos, uma agenda consistente para enfrentar as mudanças climáticas, implementando nacionalmente o compromisso de eliminação do desmatamento até 2030", acrescentou.

O presidente Lula fez da preservação florestal uma prioridade para a COP30, a primeira a ser realizada em uma cidade amazônica, entre 10 e 21 de novembro.

Durante a conferência, o Brasil também vai lançar um fundo global, o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), para compensar os países com alta cobertura florestal que mantiverem as árvores em pé ao invés de derrubá-las.

- Efeito dos incêndios -

Segundo especialistas, a destruição da Amazônia e do Cerrado é impulsionada principalmente pela ampliação de terras para a agricultura e a pecuária no Brasil, o maior exportador mundial de soja e carne bovina.

Nos últimos anos, estes dois biomas sofreram com fortes secas, vinculadas às mudanças climáticas, que favorecem a propagação dos incêndios.

"Se não fosse o quadro climático tão grave com os incêndios tão fora de linha da série história, como ocorreu no passado, nós teríamos tido provavelmente este ano o menor índice [de desmatamento] da história", disse, em coletiva de imprensa, João Paulo Capobianco, secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente.

Os incêndios frequentemente têm origem humana: a prática das queimadas é muito disseminada tanto entre grandes latifundiários quanto entre pequenos pecuaristas para limpar o pasto por onde passam seus rebanhos.

Em 2024, o fogo devastou quase 18 milhões de hectares da Amazônia brasileira, um recorde histórico.

O desmatamento avançou durante o governo de Jair Bolsonaro (2019-2022), do PL, um cético das mudanças climáticas, aliado do agronegócio.

Lula, que impulsionou uma queda no desmatamento de 70% na Amazônia em seus dois primeiros mandatos (2003-2010), se concentrou em reforçar as agências ambientais e posicionar o Brasil como líder na luta climática.

No entanto, é criticado por apoiar novos projetos de exploração de petróleo, que, afirma, ajudarão a financiar a transição energética.

Este mês, a Petrobras recebeu autorização para iniciar a perfuração de um poço exploratório de petróleo perto da foz do rio Amazonas.

A decisão, apoiada por Lula, foi criticada por ambientalistas, que a acusam de minar a posição do Brasil como anfitrião da COP30.

rsr/app/mel/am/lm/mvv/rpr

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