Petróleo se beneficia com perspectivas de distensões comerciais
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As cotações do petróleo subiram nesta quarta-feira (22), impulsionadas pela hipótese de que Washington alcance novos acordos comerciais com vários de seus parceiros, o que poderia favorecer o crescimento mundial e restringir as exportações de petróleo russo.
O preço do barril de tipo Brent, negociado em Londres para entrega em dezembro, subiu 2,07%, para 62,59 dólares.
Seu equivalente no mercado americano, o barril de tipo West Texas Intermediate (WTI), com vencimento no mesmo mês, que se utiliza por primeira vez como contrato de referência, avançou 2,22%, para 58,50 dólares.
Na terça-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que esperava fechar um "bom" acordo comercial com Pequim durante a cúpula de países da Ásia-Pacífico na próxima semana, um sinal de distensão após sua explosão de raiva há cerca de dez dias.
"Qualquer sinal de distensão nas tensões comerciais entre as duas maiores economias mundiais" melhora as perspectivas econômicas e as previsões de demanda de petróleo, disse à AFP Ole R. Hvalbye, analista da consultoria SEB.
O presidente americano também se reuniu com seu "grande amigo", o primeiro-ministro indiano Narendra Modi, e ambos os mandatários mantiveram "uma excelente conversa" na qual "falaram de comércio", disse Trump.
O dirigente americano também afirmou, pela segunda vez em uma semana, que Nova Délhi tinha a intenção de interromper suas importações de petróleo russo. A Índia, o segundo maior importador de petróleo russo depois da China, não confirmou nem desmentiu essa informação.
Se o país decidir efetivamente deixar de importar petróleo russo, Moscou se veria obrigada a buscar outros exportadores, o que aumentaria a demanda de fato, uma mudança que poderia sustentar os preços.
Sobretudo porque tal mudança de rumo da Índia "poderia complicar a tarefa da Rússia de vender seu petróleo", assegura Arne Lohmann Rasmussen, analista da Global Risk Management, já que o número de países dispostos a comprar mais petróleo do Kremlin é limitado.
Nesta quarta, os operadores do mercado também souberam de uma queda inesperada nos estoques semanais americanos devido ao aumento do ritmo das refinarias, o que significa que a demanda continua sendo constante.
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