Cubano expulso dos EUA para Eswatini inicia greve de fome
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Um cubano expulso dos Estados Unidos para o remoto reino africano de Eswatini iniciou uma greve de fome na prisão de segurança máxima onde está detido, anunciou sua advogada nesta quarta-feira (22).
"Roberto Mosquera del Peral (...) está em greve de fome por tempo indeterminado desde 15 de outubro de 2025", disse sua advogada nos Estados Unidos, Alma David, em um comunicado divulgado nesta quarta-feira.
Mosquera del Peral foi enviado em julho para este país minúsculo situado entre a África do Sul e Moçambique, juntamente com cidadãos de Jamaica, Laos, Vietnã e Iêmen, segundo um acordo entre Eswatini e os Estados Unidos ao qual a AFP teve acesso.
O pacto estipula que Eswatini aceitou receber 160 deportados em troca de 5,1 milhões de dólares (27,4 milhões de reais, na cotação atual) para desenvolver "sua capacidade de gestão de fronteiras e imigração".
Todos estão detidos em uma prisão de segurança máxima e só podem falar com suas famílias por meio de curtas videochamadas, sob a supervisão de guardas armados, segundo uma investigação da AFP.
O governo Trump afirma que os estrangeiros enviados para lá são "criminosos" condenados por acusações que vão de estupro de menores a assassinato.
Mas seus advogados e familiares garantiram à AFP que todos eles já cumpriram suas penas e vivem livremente nos Estados Unidos há anos.
"Meu cliente está detido arbitrariamente e agora sua vida está em perigo", disse David no comunicado.
O governo Trump alegou que Mosquera havia sido preso por homicídio, mas a AFP apurou que sua condenação mais grave foi por tentativa de homicídio e que ele estava há anos em liberdade.
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