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Cientistas criam modelo de IA para prever doenças

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Cientistas anunciaram, nesta quarta-feira (17), que haviam criado um modelo de inteligência artificial capaz de prever diagnósticos médicos com anos de antecedência, com base na mesma tecnologia do ChatGPT da OpenAI.

Partindo do histórico do paciente, a IA Delphi-2M "prevê a prevalência de mais de mil doenças" com anos de antecedências, de acordo com um estudo publicado pela revista Nature.

Os cientistas, provenientes de instituições do Reino Unido, Dinamarca, Alemanha e Suíça, recorreram aos antecedentes médicos de cerca de meio milhão de pacientes do banco de dados biomédico UK Biobank. Para processar todos esses dados, utilizaram uma tecnologia semelhante à do ChatGPT, um modelo de linguagem baseado inicialmente em conteúdos textuais.

Compreender uma sequência de diagnósticos médicos equivale a "aprender a gramática de um texto", explicou Moritz Gerstung, especialista em IA do Centro Alemão de Pesquisa do Câncer, à imprensa.

Graças ao seu treinamento, Delphi-2M "aprende a detectar padrões nos dados de saúde antes dos diagnósticos, e em quais combinações e sucessões eles ocorrem", acrescentou Gertung, o que permite "previsões muito significativas e relevantes para a saúde".

O especialista apresentou diagramas que sugerem que a IA poderia identificar pessoas com um risco maior ou menor de sofrer um ataque cardíaco do que fatores como idade ou outros dados poderiam prever.

As capacidades da Delphi-2M foram testadas a partir de dados de saúde de quase dois milhões de pessoas na Dinamarca.

No futuro, modelos como este poderiam ajudar a "orientar o monitoramento e, possivelmente, levar a intervenções clínicas mais precoces" na medida preventiva, afirmou Gerstung.

As equipes de pesquisa indicaram, no entanto, que este modelo de IA deveria passar por mais testes e que ainda não estava pronto para uso.

Em maior escala, essas ferramentas poderiam ajudar a "otimizar os recursos em um sistema de saúde sob pressão", garantiu Tom Fitzgerald, do Laboratório Europeu de Biologia Molecular e coautor do estudo.

Em muitos países já se utilizam dispositivos informáticos para prever o risco de doenças, como o programa QRISK3, que médicos britânicos utilizam para avaliar o risco de sofrer um ataque cardíaco ou um acidente vascular cerebral.

Mas a Delphi-2M "pode lidar com todas as doenças ao mesmo tempo e por um longo período", indicou outro autor do texto, Ewan Birney.

Para Gustavo Sudre, professor no King's College de Londres especializado em IA médica, este avanço "parece ser um passo significativo em direção a uma forma de modelagem preditiva na medicina que seja escalável, interpretável e, o mais importante, eticamente responsável".

tgb/phz/es/jvb/rm/aa

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