Congresso de El Salvador controlado por Bukele debate reeleição presidencial indefinida
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Siga noO Congresso de El Salvador, dominado pela situação, discute nesta quinta-feira (31) a reeleição presidencial indefinida com os olhos voltados para a continuidade do presidente Nayib Bukele, em uma profunda reforma constitucional que também propõe ampliar o mandato de governo de cinco para seis anos.
Bukele, de 44 anos, governa desde 2019 e foi reeleito em 2024 com 85% dos votos, o que lhe deu controle quase absoluto sobre todos os poderes e instituições do Estado, o que a oposição denuncia como "ditadura".
A Assembleia Legislativa, com 57 dos 60 deputados alinhados a Bukele, debate em um processo acelerado permitir a "reeleição sem reservas", ampliar o mandato presidencial, sincronizar as eleições presidenciais, legislativas e municipais, e eliminar o segundo turno eleitoral, segundo o projeto de reforma.
Os deputados da situação também propõem reduzir o atual período presidencial, que termina em 2029, para 2027 com o objetivo de realizar eleições gerais, nas quais Bukele poderá participar em caso de aprovação da reeleição "sem reservas".
"Hoje morreu a democracia em El Salvador [...] as máscaras caíram", disse no plenário a deputada opositora Marcela Villatoro, que criticou o fato de a reforma ter sido apresentada quando o país entra em uma semana de férias. "São cínicos", ressaltou.
Bukele goza de enorme apoio popular por sua "guerra" às gangues, que reduziu a mínimos históricos a violência no país com um regime de exceção que permite detenções em massa sem ordem judicial.
"Isto é bastante simples, povo salvadorenho. Somente vocês vão poder decidir até quando apoiam o seu presidente", disse a deputada Ana Figueroa ao apresentar as reformas.
A reforma constitucional foi proposta pela bancada governista em meio a denúncias de repressão a defensores dos direitos humanos e críticos do governo Bukele, o que forçou dezenas de jornalistas e ativistas ao exílio.
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