UE tenta deixar setor vitivinícola fora do alcance das novas tarifas acordadas com EUA
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Siga noA UE admitiu, nesta quinta-feira (31), esperar que o setor vitivinícola seja afetado, juntamente com a maioria dos produtos europeus, à medida que as tarifas dos EUA entrem em vigor esta semana, mas acrescentou que mantinha negociações para uma exclusão.
Washington e Bruxelas firmaram no último fim de semana um acordo pelo qual a maioria das exportações da UE enfrentará uma taxa de 15% nos Estados Unidos a partir de sexta-feira, com uma série de isenções.
Nesse contexto, países produtores de vinho como França e Itália pressionam para que sejam estabelecidas tarifas zero para bebidas como champanhe ou vinhos entre as exceções do acordo final, mas essas negociações continuam em andamento.
"Não é nossa expectativa que o vinho e as bebidas destiladas sejam incluídas como uma isenção no primeiro grupo anunciado pelos Estados Unidos amanhã [sexta-feira]", disse nesta quinta-feira um porta-voz da Comissão Europeia, Olof Gill.
"Portanto, esse setor, como todos os outros setores econômicos, será abrangido pelo teto de 15%", disse o porta-voz.
A Comissão, o braço Executivo da UE e responsável pela difícil negociação comercial, busca garantir o maior número possível de isenções para esse setor, destacou.
"Continuamos negociando com nossos parceiros americanos", afirmou.
Os EUA são o maior destino de exportação para os vinhos europeus, segundo dados da indústria.
A taxa de 15% acordada após meses de negociações é muito mais alta do que as tarifas pré-existentes nos Estados Unidos sobre os produtos europeus, com uma média de 4,8%.
Gill disse que estava sendo trabalhado para finalizar uma declaração conjunta que, embora ainda não seja juridicamente vinculativa, deve trazer alguma clareza.
"Os Estados Unidos assumiram esses compromissos. Agora cabe aos Estados Unidos implementá-los. A bola está no campo deles", afirmou.
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