Corte Constitucional suspende primeira-ministra da Tailândia

A primeira-ministra tailandesa, Paetongtarn Shinawatra, foi suspensa do cargo nesta terça-feira (1º) pela Corte Constitucional, que abriu uma investigação sobre sua condução de uma disputa diplomática com o Camboja. 

A política na Tailândia tem sido dominada há anos por uma disputa entre a elite conservadora, pró-militar e monarquista, e o clã Shinawatra, acusado de ser uma ameaça à ordem social tradicional tailandesa. 

Paetongtarn, que assumiu o poder há menos de um ano, será suspensa enquanto a Corte Constitucional decide se ela violou as regras de ética do governo na disputa de fronteira. 

"Aceito a decisão do tribunal", disse a primeira-ministra a repórteres. 

Uma longa disputa territorial com o Camboja desencadeou confrontos transfronteiriços em maio, quando um soldado cambojano foi morto. 

Paetongtarn ligou para o ex-governante cambojano Hun Sen para discutir as tensões. Nessa conversa, chamou-o de "tio" e se referiu a um comandante militar tailandês como seu "oponente", de acordo com uma gravação vazada que gerou fortes críticas.

Parlamentares conservadores a acusaram de se curvar ao Camboja e minar as Forças Armadas. Eles também a acusam de violar disposições constitucionais que exigem "integridade comprovada" e "padrões éticos" por parte de funcionários do governo. 

"A Corte Constitucional, por maioria de 7 votos a 2, suspende a ré de suas funções como primeira-ministra a partir de 1º de julho até que a Corte Constitucional tome sua decisão", afirmou o tribunal em um comunicado. 

O escândalo levou um importante aliado conservador do partido Pheu Thai, de Paetongtarn, a deixar a coalizão, e milhares de pessoas protestaram contra a governante em Bangcoc no fim de semana. 

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