NOSSA HISTÓRIA, NOSSO PATRIMÔNIO

Novas luzes sobre o mestre Aleijadinho

Novas descobertas sobre o patrono das artes no Brasil, reverenciado amanhã pelos 211 anos da sua morte, e sobre seu pai, o português Manoel Francisco Lisboa

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Patrono das artes no Brasil, Antônio Francisco Lisboa está no centro das atenções na terra natal, Ouro Preto. Falecido há 211 anos, em 18 de novembro de 1814, o “mestre do Barroco” recebe homenagens hoje e amanhã na 46ª Semana do Aleijadinho. A programação inclui atividades culturais no Santuário Nossa Senhora da Conceição, no Bairro Antônio Dias, templo no qual se encontra também sepultado seu pai, o português Manoel Francisco Lisboa. Em reverência ao artista, o 18 de novembro se tornou o Dia do Barroco Mineiro.

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Muito já se escreveu sobre Aleijadinho (1738-1814), mas sua história permanece como uma obra aberta, havendo sempre pesquisadores interessados em conhecer mais sobre o trabalho do escultor, entalhador, marceneiro e perito (na época, chamado “louvado”) e surpreender o mundo com novas revelações. Após uma década de estudos, que culminaram no lançamento do livro “Igreja do Carmo de Sabará – As escriturações contábeis revelam sua história – 1763-1920”, o mineiro Oldair Ferreira Motta traz a inédita informação de que a madeira (cedro) usada na construção do coro dessa joia do Barroco mineiro veio do distrito de Roças Novas, em Caeté.

“O próprio artista, com integrantes da sua oficina, se encarregou de levar as toras de cedro de Roças Novas a Sabará, onde ainda existe a casa que Aleijadinho se hospedava”, explica o autor do livro, lembrando que os registros históricos nunca mencionam uso de madeira do distrito de Roças Novas, mas sempre de Ouro Preto e Região. “Meu objetivo, com essa pesquisa, é ajudar arquitetos, estudantes, historiadores e demais interessados na obra de Aleijadinho”, afirma o autor.

Integrante há 27 anos da Irmandade Nossa Senhora do Carmo de Sabará e perto de tomar posse no Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais (dia 22, às 10h, em BH), Oldair Motta, engenheiro eletricista, pesquisou toda a documentação existente no arquivo da bicentenária irmandade a exemplo dos livros de receita e despesa dos séculos 18 e 19. Na Igreja do Carmo, Aleijadinho foi responsável pelos dois atlantes e fachada em pedra-sabão, além de púlpito, coro, grades e imagens de São Simão Stock e São João da Cruz.


TÍTULO DO PAI

Outra descoberta importante se refere ao pai de Aleijadinho. Artista plástico e autor de 15 livros, José Efigênio Pinto Coelho, de Ouro Preto, encontrou na Torre do Tombo, em Lisboa, a carta datada de 1713 em que o rei de Portugal, dom João V (1689-1750), concede a Manoel Francisco Lisboa o título de mestre, carpinteiro e pedreiro. A novidade está no livro “A3EM e a engenharia brasileira – Muita história para contar 2”, publicado pela Associação dos Antigos Alunos da Escola de Minas (A3EM).

José Efigênio falou sobre o assunto na 46ª Semana do Aleijadinho, que se encerra amanhã. “Manoel Francisco Lisboa foi o principal personagem da construção de Vila Rica (antiga Ouro Preto), a partir de 1720, quando é criada a Capitania de Minas. Ergueu igrejas, pontes, chafarizes e Passos (capelinhas da Semana Santa). “Este é o documento que faltava para mostrar a importância do pai de Aleijadinho”, ressalta.


RETRATO DO ARTISTA

Há um ano, o retrato de Aleijadinho passou a integrar a Sala dos Grandes de Minas, sendo o primeiro afrodescendente a figurar nessa galeria do Palácio da Liberdade, na capital. Em 12 de setembro de 1972, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais oficializou o retrato do artista. Eis parte do texto: “Fica reconhecido como efígie oficial de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, o retrato miniatura pintado a óleo por Euclásio Penna Ventura, que se encontra depositado no Arquivo Público Mineiro e de propriedade do Estado.” Aleijadinho era filho de Manoel Francisco Lisboa e da negra alforriada Isabel.

O retrato do artista tem longa trajetória. Feito no século 19 por Euclásio Penna Ventura, o óleo sobre pergaminho consiste em um ex-voto medindo 20 centímetros por 30cm e mostra um homem mestiço bem vestido. Originalmente, pertencia à Casa dos Milagres de Congonhas. O quadro foi vendido em 1916 a um comerciante de Congonhas, identificado como Senhor Baerlein, proprietário da Relojoaria da Bolsa do Rio de Janeiro. A alegação de que se tratava de Antônio Francisco Lisboa se baseou na imagem representada ao fundo da pintura, em segundo plano, que parece idêntica a uma obra de autoria do artista.

EXPECTATIVA EM MARIANA PARA REINAUGURAÇÃO...

O som extraordinário do Órgão Arp Schnitger, da Catedral da Sé, em Mariana, estará de volta no próximo dia 8, data consagrada a Nossa Senhora da Conceição. Mudo há uma década, o instrumento será reinaugurado durante missa solene e em ação de graças pelos 40 anos de ordenação sacerdotal de dom Airton José dos Santos, arcebispo metropolitano de Mariana. Construído entre 1700 e 1710 na Alemanha, o Arp Schnitger está presente no templo desde 1753. A cerimônia terá a participação do coro do seminário, coral Canarinhos de Itabirito e Orquestra Padre Simões, sob regência de Eric Lana.


...DO HISTÓRICO ÓRGÃO DA CATEDRAL DA SÉ

Após cinco meses na Espanha, para restauração, retornaram a Mariana, em 8 de setembro, os dois someiros do órgão da Catedral Basílica Nossa Senhora da Assunção. Someiros são as caixas que armazenam e distribuem, para os tubos, o ar produzido pelos foles do instrumento. Na chegada, o prefeito Juliano Duarte manifestou sua satisfação, certo de que o instrumento poderá potencializar o turismo religioso por se tratar do único órgão desse tipo fora da Europa. “Ele está mudo há 10 anos, e voltará a soar novamente. Por meio da Secretaria Municipal de Patrimônio Cultural e do Fundo Municipal de Patrimônio Cultural, estamos fazendo um investimento de R$ 1,2 milhão para o restauro das peças”.


PAREDE DA MEMÓRIA

Ato de vandalismo associado a ladroagem e desrespeito pelo patrimônio público. De uma praça de Itaú de Minas, no Sul do estado, está desaparecida a escultura em bronze de monsenhor Ernesto Cavicchioli, religioso de expressão na vida comunitária. Com 1,50 metro de altura, o busto, inventariado pelo município, estava afixado desde 2005 sobre um pedestal (não desaparecido) em granito polido, de formato retangular, com moldura decorativa simples. O espaço com o nome do monsenhor Ernesto Cavicchioli fica diante Matriz Santa Terezinha do Menino Jesus, ele exerceu seu ministério e desempenhou papel fundamental na vida espiritual e social da comunidade. Assim, o monumento de valor histórico e afetivo mostra o reconhecimento popular à dedicação e ao compromisso com a educação e o desenvolvimento humano no município. Quem tiver informações pode acessar a plataforma Sondar do Ministério Público de Minas Gerais (sondar.mpmg.mp.br)


ALEIJADINHO 1

Estão aqui informações sobre os dois livros referentes a Aleijadinho e seu pai, Manoel Francisco Lisboa, complementando as informações da matéria na página ao lado. O primeiro, “Igreja do Carmo de Sabará – As escriturações contábeis revelam sua história – 1763-1920”, de Oldair Ferreira Motta, trazendo na capa as imagens de São Simão Stock e São João da Cruz, esculpidas pelo artista. O livro custa R$ 60 e pode ser adquirido diretamente com o autor no email oldmotta@gmail.com


ALEIJADINHO 2

Nascido e residente em Ouro Preto, terra de Aleijadinho, José Efigênio Pinto Coelho escreveu sobre o pai de Aleijadinho no livro “A3EM e a engenharia brasileira – Muita história para contar 2”, publicado pela Associação dos Antigos Alunos da Escola de Minas (A3EM). O texto, com base em documento de 1713 encontrado na Torre do Tombo, em Lisboa, foca em Manoel Francisco Lisboa, que chegou a Vila Rica, em 1720. Informações pelo telefone (031) 98871-5356

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ARTE EM ARCOS

O talentoso artista visual Caio Ronin concluiu uma obra que marca a cidade de Arcos, no Centro-Oeste mineiro. E já se tornou um cartão-postal aos olhos da população. Com 14 metros e 3m de largura, totalizando 40 metros quadrados, o mural ocupa a caixa da d´água da rodoviária. Natural de Santa Luzia, na Grande BH, Ronin esteve em Arcos a convite do Festival Nacional de Arte de Rua (Fenar). Para fazer seu trabalho, que retrata dois tucanos e uma queda-d’água, ele se inspirou na fauna local e nos recursos naturais da região.

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