MG reforça policiamento na divisa com o Rio após operação contra o CV
Secretário de Segurança do Estado, Rogério Greco, afirma que estado está preparado para uma eventual fuga de membros da facção
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O governo de Minas reforçou o policiamento e a fiscalização nas cidades que fazem divisa com o Rio de Janeiro. A operação especial acontece após a megaoperação das forças de segurança pública do estado fluminense contra suspeitos de integrarem o Comando Vermelho, nos complexos do Alemão e da Penha, nessa terça-feira (28/10). Ao Estado de Minas, o secretário de Justiça e Segurança Pública de Minas, Rogério Greco, afirmou que o estado já está se preparando para uma eventual fuga de membros da facção.
A Operação Contenção, realizada pelas polícias civil e militar do Rio de Janeiro, deixou 119 mortos, sendo 115 civis e quatro policiais. Em um primeiro momento, na tarde dessa terça-feira (28/10), o governo do Rio havia confirmado a morte de 64 pessoas, sendo quatro policiais. No entanto, na madrugada desta quarta-feira (29/10), moradores do Complexo da Penha expuseram 50 corpos que foram encontrados em uma mata da região e não constavam na contagem oficial.
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Após a operação, procurada pela reportagem, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que todas as forças de segurança do estado acompanham “de perto”, por meio dos respectivos serviços de Inteligência, os desdobramentos da Operação Contenção no Rio de Janeiro. Nesta quarta-feira, Rogério Greco confirmou que unidades foram deslocadas para reforçar o policiamento próximo a cidades da Zona da Mata.
“Essa operação, nas divisas principalmente, vai ter um rigor maior, vai ter uma fiscalização maior. E a posição do governo de Minas é definitivamente não permitir o ingresso desses traficantes [...] Queremos, ao máximo, evitar que eles se instalem aqui em Minas Gerais, mas infelizmente acontece no Brasil inteiro”, afirmou o secretário.
Segundo o chefe da segurança mineira, já é previsto que membros do CV fujam da capital fluminense para outras cidades e estados. Greco explica que a situação aconteceu durante a pacificação das comunidades da região em 2010 o que fez com que a criminalidade no interior do Rio aumentasse.
“Nós sabemos que isso é possível acontecer e as medidas preventivas já foram tomadas. Sabemos também que temos uma grande quantidade de presos faccionados, inclusive do Comando Vermelho, e temos unidades específicas para esses detentos”, diz Rogério Greco.
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Riscos a Minas
Apesar das medidas preventivas para reforço da segurança pública no estado, especialistas da área não acreditam que lideranças do Comando Vermelho migrem para cidades em que há presença de grupos criminosos filiados. O professor Luiz Flávio Sapori explica que a maneira com que a ação governo do Rio de Janeiro foi feita demonstra que a possibilidade de transferência das lideranças é pequena.
Para Sapori, as chances são diminutas uma vez que, até então, o objetivo da operação foi de enfrentamento aos membros da facção e não retomada territorial. O especialista explica que ações semelhantes já acontecem há 40 anos na cidade, o diferencial desta é sua magnitude, tanto de presos e perdas quanto de efetivo empregado.
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“Não vejo a possibilidade de lideranças do Comando Vermelho saírem da cidade do Rio de Janeiro e migrarem para cidades mineiras. Principalmente porque é improvável que o domínio da facção deixe de acontecer amanhã, ou depois de amanhã [...] Mesmo matando 70 jovens traficantes, nas próximas semanas o Comando Vermelho tem condições de recrutar novos 100”, afirma o especialista.