MINAS GERAIS

Lobos-guará do Santuário do Caraça estão habituados aos humanos, diz estudo

Coordenador ambiental do Santuário do Caraça afirma que a habituação não implica que os animais tenham sido domesticados

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Lobos-guará do Santuário do Caraça, Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) localizada na Região Central de Minas Gerais, estão “naturalmente habituados" à presença de observadores humanos. A informação foi revelada pelo estudo “Turismo de observação do lobo-guará como ferramenta de conservação”, viabilizado pelo programa Semente e iniciado em 2023.

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Coordenador ambiental do Santuário do Caraça, Bernardo Borba explica que, por os lobos estarem “naturalmente habituados”, eles se sentem menos estressados com a presença humana, que é expressiva na área. A reserva recebe, em média, 70 mil visitantes por ano, de acordo com o site do santuário.

No entanto, Borba ressalta que os animais estarem mais acostumados com pessoas não significa que eles tenham sido domesticados ou que os visitantes possam tocá-los. Segundo ele, os lobos-guará seguem com seus instintos naturais.

O estudo também destaca que, apesar de transitarem próximos às áreas de visitação do santuário, os lobos-guará mantêm sua independência e utilizam, especialmente, as áreas preservadas da reserva para buscar alimento e descansar. “Os dados mostraram que a habituação não causa interferência em sua movimentação nem os força a permanecer nas áreas em que não se sentem confortáveis”, revela o estudo.

A observação dos lobos-guará na RPPN também aponta que o tempo que os lobos passam na área próxima aos humanos é curto. Em horários opostos aos das visitas, entre o pôr do sol e o amanhecer, os lobos também utilizam frequentemente as trilhas turísticas, o que indica uma coexistência pacífica e organizada, de acordo com o coordenador ambiental.

Lobos do Caraça 

Dois casais de lobos-guará residem atualmente no Santuário do Caraça. O primeiro é formado por Sampaia, de 8 anos, e Zico, de 6, que ocupam a área central da reserva. O segundo casal é constituído por Petrina, de 3, e Lourenço, de 5, que vivem na “Baixada Caracense”, uma região mais afastada e rural. O monitoramento dos canídeos é realizado por meio de colares GPS e câmeras trap posicionadas em diferentes pontos da reserva e do Santuário do Caraça.

Dos quatro animais, Sampaia se destacou como a loba mais à vontade entre os visitantes no adro da Igreja Nossa Senhora Mãe dos Homens, permanecendo no local por períodos mais longos, sem demonstrar desconforto. A observação da “hora do lobo”, momento à noite em que os visitantes do santuário aguardam a aparição dos animais no adro, revelou que, mesmo habituados ao ambiente turístico, Sampaia e Zico buscam áreas mais tranquilas sempre que necessário.

Já Petrina e Lourenço, cujos monitoramentos começaram em março de 2025 e novembro de 2024, respectivamente, frequentam áreas mais afastadas do santuário. Eles transitam entre trechos de reserva e regiões degradadas, com pastagens e mineração. Até o momento, não há registros deles no entorno da igreja.

Apesar de viverem na mesma RPPN, as áreas de vida dos casais não se sobrepõem, respeitando o comportamento territorialista da espécie, de acordo com Bernardo Borba. “Os lobos são extremamente territorialistas, e isso explica por que os casais mantêm áreas de vida distintas, sem competir pelo espaço”, explica Rogério Cunha, coordenador do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação dos Mamíferos Carnívoros (CENAP/ICMBio).

Além disso, análises de deslocamento indicaram que cada lobo percorre, em média, 15 km por dia.

O que é o Santuário do Caraça?

“O Complexo Santuário do Caraça é o conjunto de toda a propriedade, de 11.233 hectares, onde estão localizados o Conjunto Arquitetônico do Santuário, a área da RPPN (com 10.187 hectares) e partes identificadas pela proprietária como áreas de manejo”, conforme explicação no site do espaço. O santuário está localizado nos municípios de Catas Altas e Santa Bárbara, na Região Central de Minas Gerais.

O Caraça tem quatro eixos: 

  • Preservação, conservação e educação ambiental (RPPN, centro de visitantes e trilhas);

  • Educação, cultura, ciência (Conjunto arquitetônico, museu e biblioteca);

  • Centro Vicentino Missionário de espiritualidade, religião e peregrinação (Santuário e Curato);

  • Complexo Turístico (pousada, restaurante, loja, lanchonete, bar roteiros e atrativos);

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