PC interdita depósito com mais de 7 mil litros de cachaça em cidade mineira
A ação da polícia contou com auxílio da Seapa-MG, do órgão de vigilância sanitária do município e do Procon
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A operação Dose Clandestina, deflagrada pela Polícia Civil (PC-MG), resultou na prisão de um homem de 50 anos nessa terça-feira (21/10), no bairro Bom Sucesso, em Juiz de Fora, região da Zona da Mata, a 255 quilômetros de distância de BH. O homem é suspeito de produzir e armazenar cachaça de forma clandestina. A ação contou com a participação da Seapa-MG e também da Vigilância Sanitária e do Procon da cidade.
A fiscalização municipal interditou o imóvel e ficou responsável por descartar as bebidas e os materiais apreendidos. Estima-se que o local armazenava entre 7 mil e 8 mil litros de cachaça. O suspeito não tinha registro empresarial, alvará de funcionamento e nem licença dos órgãos competentes.
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De acordo com a PC, as investigações começaram após denúncias de que havia um depósito irregular de bebidas alcoólicas. Os agentes identificaram que as condições, somadas à estrutura do local, eram inadequadas para a produção e armazenamento de cachaças.
A bebida era armazenada em recipientes de plástico comuns, muitos sem vedação ou sem certificação para o uso alimentício, como galões usados para o transporte de combustível. Segundo a polícia, os proprietários do alambique irregular adicionavam fragmentos de madeira e frutas para alterar a cor e o sabor da bebida, numa tentativa de simular um processo de envelhecimento artificial.
Esse método pode liberar compostos tóxicos, como metanol e taninos não controlados, o que torna o consumo da bebida perigoso para a saúde. As embalagens das bebidas não apresentavam rótulos, com identificação de origem, data de fabricação e validade, o que impede o rastreio do produto. O homem foi autuado em flagrante por crime contra relações de consumo e encaminhado ao sistema prisional.
Intoxicação por Metanol
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) descartou, nesta quarta-feira (22/10), que a morte de um homem de 48 anos em Itajubá, na Região Sul de Minas, 447 quilômetros de BH, tenha sido causada por intoxicação de metanol. O homem morreu na terça-feira 14/10.
De acordo com a SES-MG, ele fez uso abusivo de bebida alcoólica no domingo 12/10 e apresentou um quadro de acidose metabólica refratária – quando o sangue se torna extremamente ácido e não consegue ser corrigido por tratamentos convencionais.
A SES-MG alerta a população sobre os riscos do consumo de bebidas de procedência duvidosa e orienta que, diante de sintomas suspeitos, os pacientes procurem imediatamente atendimento médico.
Todos os casos devem ser comunicados ao CIATox/MG, que fornecerá orientações clínicas e fará a notificação imediatamente ao Cievs-Minas.
De acordo com dados divulgados na segunda-feira (20/10) pelo Ministério da Saúde, Minas Gerais não tem nenhuma notificação de intoxicação por metanol.
O estado que mais apresenta ocorrências é São Paulo, com 38 incidentes confirmados e 19 sob investigação. Os outros estados com casos confirmados por metanol são: Pernambuco (3), Paraná (5) e Rio Grande do Sul (1).
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Sintomas de intoxicação por metanol
A SES-MG informa que os sintomas de intoxicação por ingestão de metanol são náuseas, vômitos, dor abdominal, cefaleia (geralmente de forte intensidade), confusão, vertigem, perda de visão, borramento visual. Os sintomas persistem ou se agravam entre 6 e 72 horas depois da ingestão de bebida destilada adulterada.
*Estagiário sob supervisão da subedietora Juliana Lima