RESGATE

'Busca por vítima de afogamento em rio sempre vai apresentar dificuldades'

Ações, como a empenhada nesta semana no Ribeirão Arrudas, em Belo Horizonte, estão entre as mais desafiadoras, segundo o Corpo de Bombeiros

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Ao longo da última semana, pelo menos dois casos de morte por afogamento foram registrados na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Um deles ocorreu na Represa Várzea das Flores, em Betim, e o outro, no Ribeirão Arrudas, na capital. Nesse último, em particular, o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) levou 7 dias para localizar o corpo da vítima, identificada como Luiz Gustavo Santiago, de 23 anos. Ele trabalhava como repositor e estava na garupa de uma moto, que caiu no curso d'água na madrugada de 8 de outubro, uma quarta-feira.

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A demora para localizar o corpo causou, inclusive, reclamações de familiares e amigos de Luiz Gustavo. O CBMMG, porém, destaca que trabalhos de resgate em rios são extremamente difíceis. No caso do Ribeirão Arrudas, em particular, há desafios adicionais, que incluem fatores como a grande urbanização das margens. "Busca por vítima de afogamento em rio sempre vai apresentar dificuldades", explica o tenente Henrique Barcellos, porta-voz do CBMMG. 

"A gente está falando de um ribeirão urbano, que é uma confluência de diversos outros rios, há diversos locais de captação de água da chuva", observa o militar. Ele destaca que, nos dias seguintes à queda, choveu em Belo Horizonte, o que alterou a dinâmica das águas. "A corporação, nesse caso, chegou a buscar buscar dados de pluviometria do final de semana, já que a chuva poderia ter afetado, ali, a condição de correnteza e feito com que alguns remansos mudassem de local", diz. 

Outro entrave é que, em casos de pessoas desaparecidas em cursos d'água, o uso de cães farejadores, muitas vezes, também é inviabilizado. "O emprego do cão tem algumas condições de aplicabilidade. Uma delas, por exemplo, é a gente ter a possibilidade de usar o cone de odor, o que não é tão favorável em um cenário de vítima submersa em água corrente", esclarece o tenente do CBMMG. 

Barcellos salienta que, no caso específico do Ribeirão Arrudas, algumas características, como a grande altura das margens, que aumenta a distância entre o animal farejador e o chamado ponto de odor, prejudica ainda mais a utilização dessa técnica.  

Apesar de conhecido, Ribeirão Arrudas impõe dificuldades

Um problema adicional, de acordo com Barcellos, é que o Ribeirão Arrudas não permite mergulhos, devido à falta de profundidade. E, mesmo que esse procedimento fosse possível, não garantiria que a localização ocorresse de maneira mais rápida. "A maioria dos rios não vai apresentar uma visibilidade adequada, que traga segurança para a equipe dos bombeiros", pondera. 

De acordo com porta-voz da corporação, pouquíssimos mergulhadores, além dos bombeiros militares, entram em águas turvas, devido aos riscos. "A falta de visibilidade não deixa que as equipes de mergulho percebam pontos de enrosco", pontua. "Por isso, se trabalha, nesses locais, com a comunicação de tato, com entrosamento muito firme entre profundidade e superfície. Algumas equipes trabalham com comunicação por rádio, também, com transmissores", complementa.

Quanto a resgates em cursos d'água poluídos, Barcellos explica que as equipes do CBMMG contam com trajes e equipamentos que garantem proteção, chamados de "roupas secas". Porém, ainda assim, essa característica constitui mais um obstáculo aos trabalhos. "Mergulho em águas contaminadas sempre é uma preocupação, também, para a corporação; é outro dificultador", sintetiza. 

Em ocorrências de quedas no Ribeirão Arrudas, o porta-voz assegura que as equipes do CBMMG já tomam certas atitudes logo em seguida ao acionamento. "Estrategicamente, é necessário que as equipes fiquem espaçadas, para a visualização de alguns locais que a gente já considera mais propícios para o enrosco de alguma vítima", relata. "Então, é até comum que as testemunhas nem vejam a aglomeração das equipes dos bombeiros em um ponto", acrescenta. 

Ações

No caso do desaparecimento de Luiz Gustavo Santiago, no último dia 8, Barcellos afirma que, imediatamente, uma ambulância do CBMMG percorreu uma faixa de 2 km ao longo do leito do ribeirão, o que seria outro procedimento comum nesse tipo de caso. Ainda de acordo com o porta-voz, três viaturas do CBMMG foram prontamente empenhadas no caso.

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Barcellos salienta ainda o uso de drones durante as buscas, que teriam sido operados por 15 equipes da corporação. "Muito se falou em helicóptero, mas, para esse tipo de ocorrência, ele não tem uma aplicabilidade alta, porque não vai conseguir desviar de obstáculos baixos, na altitude adequada para conseguir visualizar pontos encobertos", elucida. "O drone tem uma visualização muito mais versátil para esse tipo de ocorrência, e uma imagem, também, que pode ser gravada, pode ser revista, o que é adequado", conclui.

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