Por que tremeu na Grande BH?
Belo Horizonte e outras cidades na Região Metropolitana sentiram tremores de terra na noite dessa terça-feira (16/9) e na madrugada de quarta (17)
compartilhe
Siga noMoradores de Belo Horizonte e cidades na Região Metropolitana, como Contagem, relatam terem sentido tremores de terra na noite dessa terça-feira (16/9) e na madrugada de quarta (17/9). Sismólogo da Universidade de São Paulo (USP), Bruno Collaço explica que esses abalos são o “alívio” das pressões geológicas na crosta terrestre.
Leia Mais
“São causas naturais. O Brasil está na Placa Sul-Americana e essa placa está sendo comprimida do lado leste pela Placa da África e do lado oeste pela Placa de Nazca. Essas forças se espalham por toda a crosta sob o Brasil. Alguma hora, essas rochas da crosta terrestre não conseguem resistir a essas pressões e quebram. Quando quebram, tem essa movimentação ao longo de uma falha geológica, que geram as ondas sísmicas, que é o tremor que as pessoas sentem”, explica o especialista.
Na Grande BH
Segundo registros, o epicentro dos tremores dessa terça e quarta foi Contagem. Os abalos foram sentidos nas regiões Oeste, Pampulha e Barreiro, em BH. Além de Betim, Esmeraldas e Ribeirão das Neves, também Região Metropolitana da capital mineira.
De acordo com a Rede Sismográfica Brasileira (RSBR), foram dois tremores. O primeiro, de magnitude de 2.9 mR na escala Richter, foi registrado por volta das 22 horas. O segundo aconteceu às 2h25, com magnitude de 2.5 mR. Segundo a organização, a atividade sísmica é comum na região.
Bruno Collaço afirma que tremores como esses ocorrem todas as semanas no Brasil, mas acabam passando despercebidos quando afetam áreas pouco habitadas. Quando ocorrem em centros urbanos, como na Grande BH, são sentidos por mais pessoas e têm mais repercussão. A intensidade, ou magnitude, dos tremores também interfere na percepção da população.
A estudante de jornalismo Roniara Silva, de 26 anos, é moradora do Bairro Granja Vista Alegre, em Contagem, epicentro do tremor. Ao Estado de Minas, ela contou que ficou "assustadíssima". "Eu estava em casa quando ouvi um estrondo bem alto, parecendo uma bomba distante, e a casa inteira tremeu. Meu primeiro pensamento foi correr para a varanda e ouvi outros vizinhos comentando que sentiram também", relatou. Quando foi dormir, por volta de 2h25, a jovem sentiu novamente os tremores.
Para a jornalista Julia dos Santos, de 24 anos, os tremores foram bem rápidos. Ela mora no Bairro Betânia, na Região Oeste da capital mineira. À reportagem, ela contou que estava se preparando para dormir quando, por volta de 22h, sentiu o primeiro tremor. Meia hora depois sentiu o segundo. "Eu achei que pudesse ser algum carro de som, mas hoje (17/9) vi que o epicentro dos tremores foi em Contagem, e agora entendi que era um tremor mesmo", disse.
Possíveis riscos
Tremores de terra podem assustar moradores das localidades atingidas, mas Collaço afirma que abalos como os que ocorreram na Região Metropolitana de BH não costumam ter “força” para causar danos materiais.
O pesquisador explica que, quando uma destruição acontece nessas circunstâncias, provavelmente está atrelada à qualidade da construção. Ele destaca que é importante que a população fique atenta às orientações das Defesas Civis.
Histórico recente
Além dos dois tremores registrados ontem e hoje, Minas Gerais teve outros seis abalos sísmicos em setembro, de acordo com registros do Centro de Sismologia da USP. Confira quando e onde:
- 4/9 - Crisólita, no Vale do Mucuri - 2.5 mR
- 8/9 - Capim Branco, Região Central de Minas - 2.0 mR
- 8/9 - Capim Branco, Região Central de Minas - 1.9 mR
- 11/9 - Sete Lagoas, Região Central de Minas - 2.0 mR
- 11/9 - Frutal, Triângulo Mineiro - 2.2 mR
- 12/9 - Sete Lagoas, Região Central de Minas - 2.0 mR
Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia