COBRANÇA DE PEDÁGIOS

MG: saiba quanto custam os pedágios da Rodovia da Morte

Anúncio de cobrança dos pedágios foi publicado no Diário Oficial da União nesta terça-feira (16/9)

Publicidade
Carregando...

A cobrança de pedágio na BR-381, a "Rodovia da Morte", em praças ou pórticos instalados no trecho entre Caeté e João Monlevade, na Região Central de Minas, começa no dia 27 deste mês, como anunciado nesta terça-feira (16/9) pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e publicado no Diário Oficial da União (DOU).

A Nova 381, concessionária responsável pelo trecho, promete emitir um comunicado ainda nesta terça.

Conforme publicado no Diário Oficial da União, ficaram definidos também os valores de duas praças de pedágio, sendo R$ 15,50 para automóveis, caminhonetes e furgões em Caeté; e R$ 12,90 em João Monlevade.

Já para caminhões leves e ônibus, os valores são R$ 31 em Caeté e R$ 25,80 em João Monlevade. Para veículos com mais de oito eixos, será adotado um multiplicador de tarifa.

Valores do pedágio por categoria de automóvel, número de eixos e tipo de rodagem

  • Automóvel, caminhonete e furgão | 1 eixo | Simples | Caeté: 15,50 | João Monlevade: 12,90
  • Caminhão leve, ônibus, caminhão-trator e furgão | 2 eixos | Dupla | Caeté: 31,00 | João Monlevade: 25,80
  • Automóvel e caminhonete com semirreboque | 3 eixos | Simples | Caeté: 23,25 | João Monlevade: 19,35
  • Caminhão, caminhão-trator, caminhão-trator com semirreboque e ônibus | 3 eixos | Dupla | Caeté: 46,50 | João Monlevade: 38,70
  • Automóvel e caminhonete com reboque | 4 eixos | Simples | Caeté: 31,00 | João Monlevade: 25,80
  • Caminhão com reboque, caminhão-trator com semi-reboque | 4 eixos | Dupla | Caeté: 62,00 | João Monlevade: 51,60
  • Caminhão com reboque, caminhão-trator com semi-reboque | 5 eixos | Dupla | Caeté: 77,50 | João Monlevade: 64,50
  • Caminhão com reboque, caminhão-trator com semi-reboque | 6 eixos | Dupla | Caeté: 93,00 | João Monlevade: 77,40
  • Caminhão com reboque, caminhão-trator com semi-reboque | 7 eixos | Dupla | Caeté: 108,50 | João Monlevade: 90,30
  • Caminhão com reboque, caminhão-trator com semi-reboque | 8 eixos | Dupla | Caeté: 124,00 | João Monlevade: 103,20

Os outros equipamentos de cobrança de pedágio, em Jaguaraçu, no KM 280,150; Belo Oriente, no KM 227,500; e Governador Valadares, no KM 176,550, devem entrar em funcionamento a partir de novembro.

A cobrança é feita automaticamente por meio da leitura da placa ou da TAG eletrônica. Equipamentos de monitoramento instalados em pontos da via fazem a captura dos veículos. Há ainda a possibilidade dos condutores instalarem um aplicativo no celular para realizar.

O modelo free flow, anteriormente instalado apenas na MG-459 em Monte Sião, no Sul do de Minas, foi anunciado no trecho da BR-381 no fim de agosto, com a proposta de agilizar o tráfego, uma vez que os motoristas não precisam parar para efetuar o pagamento da tarifa.

O tipo de pedágio, já utilizado em rodovias estaduais de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, bem avaliado por especialistas, foi instalado em Minas Gerais pela primeira vez em julho do ano passado.

Avaliação de especialistas

Apesar de ser utilizado no Brasil, em outros estados, o sistema é recente em Minas, e especialistas analisam a implementação positivamente. De acordo com o professor do Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia (ETG) da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a medida é "muito válida", pois economiza tempo.

Segundo o engenheiro, a ausência de cancela beneficia não só os motoristas, como as concessionárias, já que diminui custos com infraestrutura e mão de obra.

“Esse processo de cobrança é muito interessante, porque elimina a fila e a parada, torna nossos deslocamentos mais rápidos e mais eficientes. E tudo acontece só no digital; então ou cai direto na conta do usuário, ou, dependendo do modelo que for implementar, ele pode receber até um boleto de cobrança em casa ou onde ele trabalha. É muito mais prático e evita a necessidade de pessoas humanas nos pórticos e de uma infraestrutura maior”, diz.

Ele reforça que a eliminação da infraestrutura física das praças de pedágio permite a integração com sistemas inteligentes de transporte para contagem de fluxo e tráfego, podendo até ser utilizada inteligência artificial (IA). Conforme o especialista, a ausência de paradas nas cancelas reduz o tempo de viagem e melhora a eficiência. Ele menciona, ainda, a implementação bem-sucedida desse modelo em shoppings.

Embora existam desafios tecnológicos, como a necessidade de conectividade constante em áreas com sinal de internet fraco, Marcelo acredita que a tecnologia já existente em outros países, como Estados Unidos e outros da Europa, pode ser adaptada. Ele sugere, inclusive, a possibilidade de implantar pedágios free flow em trechos menores, o que reduziria o custo para o usuário.

Usuários contrários à cobrança

Depois de anunciada a cobrança sobre o pedágio, cerca de 60 manifestantes ocuparam uma faixa da BR-381, na altura do KM 412, em Caeté, na Grande BH, no dia 27 de agosto, para protestar contra a instalação de um pedágio no local. As pessoas presentes ao ato afirmam que o pórtico sem cancela foi instalado em um ponto que prejudica moradores de Nova União e região, também na Grande BH, no acesso à capital mineira, já que implica gasto na ida e na volta.

Os manifestantes informaram que muitos trabalhadores e estudantes do município, que faz divisa com Caeté, precisam se deslocar diariamente para BH. A pista foi ocupada por 34 minutos, o que provocou lentidão no trânsito da área. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) esteve no local e tentou conter os manifestantes.

Suspensão do pedágio

Nessa segunda-feira (15/9), deputados, prefeitos, vereadores e lideranças políticas de Minas Gerais protocolaram no Tribunal de Contas da União (TCU) uma denúncia pedindo a suspensão da cobrança de pedágio na BR-381. A representação questiona a legalidade de iniciar a cobrança antes da conclusão das obras de duplicação, manutenção e sinalização no trecho.

O pedido conta com a assinatura do deputado estadual Christiano Xavier, dos prefeitos Waldir José dos Santos (Nova União), Wanderlei dos Santos Ribeiro (Bom Jesus do Amparo) e Alberto Nazaré Pires (Caeté), além do vereador Magno Augusto Motta Macieira Drumond (Bom Jesus do Amparo), da advogada Rosilene Félix Guimarães (presidente do diretório do PSD em Itabira) e do vereador Luiz Henrique Consoli Souza (Santa Bárbara).

De acordo com a denúncia, a tarifa pode representar até R$ 600 por mês para trabalhadores que utilizam a estrada diariamente, sendo que a BR-381 é considerada uma das estradas mais perigosas do estado. Em agosto, um funcionário de uma empresa terceirizada da concessionária morreu em acidente no trevo de Caeté, fato citado pelos denunciantes como exemplo da insegurança do trecho.

A denúncia foi protocolada no dia 12 de setembro e assinada por advogados que representam o grupo político. O TCU deve avaliar o pedido de liminar para decidir se suspende ou não o início da cobrança.

Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia

O que pede a representação

  • Suspensão imediata da cobrança nos cinco pedágios previstos (Caeté, João Monlevade, Belo Oriente, Jaguaraçu e Governador Valadares);
  • Realização prévia de obras estruturais em toda a rodovia;
  • Isenção para moradores do entorno das praças;
  • Reavaliação do modelo de cobrança automática;
  • Estudos detalhados sobre o impacto socioeconômico na população.

Tópicos relacionados:

br-381 minas-gerais rodovia transito

Acesse o Clube do Assinante

Clique aqui para finalizar a ativação.

Acesse sua conta

Se você já possui cadastro no Estado de Minas, informe e-mail/matrícula e senha. Se ainda não tem,

Informe seus dados para criar uma conta:

Digite seu e-mail da conta para enviarmos os passos para a recuperação de senha:

Faça a sua assinatura

Estado de Minas

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Aproveite o melhor do Estado de Minas: conteúdos exclusivos, colunistas renomados e muitos benefícios para você

Assine agora
overflay