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Morte do gari: o que muda após a confissão do empresário

Renê Júnior confessou ter matado o gari Laudemir Fernandes durante briga de trânsito no Bairro Vista Alegre, Região Oeste de Belo Horizonte

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Com a confissão de que teria assassinado o gari Laudemir de Souza Fernandes no dia 11 de agosto, Renê da Silva Nogueira Júnior terá a pena reduzida caso seja condenado pela Justiça. O empresário assumiu a autoria do crime nessa segunda-feira (18/08) durante interrogatório na sede do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no Bairro Lagoinha, Região Noroeste de Belo Horizonte. 

O advogado criminalista Bruno Rodarte analisa que a decisão de Renê de assumir a autoria do crime pode ter sido motivada pelo acúmulo de evidências que o incriminam. Imagens de uma câmera de segurança divulgadas pela Polícia Civil mostram o suspeito guardando a arma usada no crime. As gravações foram feitas pelo sistema interno do estacionamento do prédio em que ele morava, no Bairro Vila da Serra, em Nova Lima, na Grande BH. 

Além disso, na sexta-feira (15/8) exames de microbalística confirmaram que o projétil que matou Laudemir saiu da arma da delegada Ana Paula Balbino Nogueira, mulher de Renê, e o horário da câmera da empresa onde o suspeito trabalhava usado como álibi está errado.

“Nesse caso, pelo que nós temos informação, o que aconteceu foi o acúmulo de elementos probatórios contrários à tese que o Renê sustentou em um primeiro momento, negando a autoria. Consequentemente, a confissão acarreta na redução de uma eventual pena fixada ao final do processo”, explica Rodarte.

O especialista ainda frisa que, a partir do momento em que o indivíduo confessa, em qualquer hipótese, é imprescindível reduzir a pena.

Como foi o momento do crime?

A equipe de limpeza estava na Rua Modestina de Souza, no Bairro Vista Alegre, Região Oeste da capital, quando a motorista, Eledias Aparecida Rodrigues, percebeu que uma fila de carros se formava atrás dela e decidiu manobrar o caminhão para a direita e permitir a passagem dos veículos, entre eles um BYD conduzido pelo empresário Renê da Silva.

Segundo o depoimento de Eleidas, ela e os outros garis disseram ao suspeito “vem, vem, pode vim (sic)”, orientando que havia espaço suficiente para ele passar com o carro. Logo depois, Renê pegou uma arma e apontou para a motorista, ameaçando atirar. O gari Tiago Rodrigues se posicionou entre o empresário e a colega, questionando: “Você vai dar um tiro na mulher trabalhando? Vai matar ela dentro do caminhão?”.

Renê conseguiu passar sem esbarrar no caminhão e parou cerca de três metros à frente. Desceu do carro com a arma em punho, apontou para os trabalhadores, disparou e atingiu Laudemir no abdômen. O tiro acertou o lado direito das costelas e saiu pelo esquerdo.

O gari deu entrada no Hospital Santa Rita, em Contagem, na Grande BH, mas morreu momentos depois por hemorragia interna. No local do crime, foi recolhido um projétil intacto de munição calibre .380.

Como o suspeito foi preso?

Horas após o crime, a Polícia Militar localizou e prendeu Renê no estacionamento de uma academia na Avenida Raja Gabaglia, Bairro Estoril, Região Oeste de Belo Horizonte. Segundo a corporação, a identificação do suspeito foi possível graças à análise de imagens de câmeras de segurança, que revelaram parte da placa do veículo e possibilitaram identificar o modelo do carro.

De acordo com o boletim de ocorrência, ao ser abordado na entrada da academia, Renê negou participação no crime e afirmou que sua esposa é delegada da Polícia Civil de Minas Gerais. Disse, ainda, que o veículo está registrado em nome dela. O boletim também relata que a arma supostamente usada no crime pertence à esposa do suspeito e foi apreendida pela PM. 

Renê teve a prisão em flagrante convertida em preventiva pela Justiça, a pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), em audiência de custódia realizada na manhã de quarta-feira (13/8). O advogado do caso, Leonardo Salles, não se pronunciou.

De acordo com a decisão judicial, a prisão preventiva do réu é necessária para garantir a ordem pública, dada a gravidade do crime é o modus operandi utilizado. Isso porque, segundo a ata da audiência, o crime foi cometido "em plena luz do dia, por motivo fútil, uma aparente irritação decorrente de uma breve interrupção no trânsito".

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Ainda na noite de segunda (11/8), o suspeito foi levado para o Centro de Remanejamento Sistema Prisional da Gameleira (Ceresp Gameleira) e, segundo a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), transferido para o Presídio de Caeté, na noite de quarta-feira (13/8).

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