DOAÇÃO DE ÓRGÃOS

Cai o número de transplantes de rins e Santa Casa BH faz apelo por doadores

Segundo a instituição, este ano, foram feitos apenas dois procedimentos de transplante renal em crianças. Em 2024, foram 14 transplantes

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A Santa Casa de Belo Horizonte registrou uma queda no número de transplantes renais em pacientes pediátricos em 2025. Segundo a própria instituição, até o momento, apenas duas crianças foram transplantadas, em comparação com 14 procedimentos realizados em 2024. A situação, que afeta a rotina de 15 pacientes com até 12 anos de idade em hemodiálise, reforça o apelo do hospital por mais doadores de órgãos.

A coordenadora do Centro de Transplantes, Thais Azevedo, explicou que o hospital busca antecipar a mobilização do Setembro Verde, mês de conscientização sobre a doação de órgãos. “Temos crianças que estão há um ano e meio aguardando por um transplante e não podemos esperar tanto”, afirmou.

A urgência se dá pelo fato de que o transplante é a única solução definitiva para a condição, que exige sessões de hemodiálise de 3 a 4 horas por dia, três vezes por semana, comprometendo o desenvolvimento e a rotina escolar dos pacientes. A capacidade máxima da Santa Casa para o tratamento é de 16 pacientes.

 

Solução distante

Em entrevista ao Estado de Minas, Olívia Pedrosa Venâncio contou sobre a rotina que enfrenta como acompanhante da filha Alana Vitória Venâncio, de 5 anos. Ela é paciente em hemodiálise e aguarda por um transplante.

As duas moram na cidade de Cássia, no Sul de Minas, há 405 km de distância de Belo Horizonte, e se mudaram para a capital há dois anos e meio, já que o município de origem não oferece serviço de hemodiálise pediátrica. “Ela fazia diálise peritoneal em casa, mas, devido a uma infecção, precisou vir para a hemodiálise. Como não tem a oferta desse serviço lá, viemos para cá”, relata a mãe.

A rotina é exaustiva. De segunda a sexta, Olívia fica em BH com a filha, hospedada em uma casa de apoio. Elas só retornam para casa nos fins de semana. A menina está na fila de transplante desde 12 de junho de 2024, mas enfrenta complicações que dificultam a espera.

“Devido a algumas complicações, com relação à anemia, ela não tem conseguido ficar muito tempo na fila. A hemoglobina dela cai e, por esse motivo, precisa de transfusão”, explica a mãe. Segundo ela, quando a criança precisa de uma transfusão, ela é retirada da fila do transplante por 19 dias, o que contribui para a longa espera. 

Sem transplante 

Olívia ainda disse que, nesse semestre, os transplantes praticamente pararam de acontecer. "Os médicos até conversaram com a gente que não está tendo. Estão em falta os doadores", desabafa. 

A luta constante pela vida da filha a mantém longe da família, uma realidade compartilhada por outras mães na casa de apoio. "Estamos longe do convívio familiar esse tempo todo. O pai dela não pode nos acompanhar por causa do trabalho", lamenta Olívia.

A mãe faz um apelo para que as pessoas conversem com suas famílias sobre a doação de órgãos e se declarem doadoras. Ela destaca que muitas pessoas nem imaginam que crianças também precisam de hemodiálise. "Fazemos esse apelo para as pessoas para que essa fila ande e diminua", conclui.

 

Cenário em MG

Procurada pelo EM, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) informou que este ano foram feitos 33 transplantes pediátricos no estado. Já no ano passado, Minas Gerais realizou 115 procedimentos.

Em relação a transplantes de órgãos no geral, o estado realizou 1.080 procedimentos, sendo 777 de rins. Em 2025 já foram 602, sendo 446 renais. 

Como se tornar um doador?

Para se tornar um doador de órgãos no Brasil, o passo mais importante é conversar com os familiares sobre a vontade de doar. A legislação brasileira exige a autorização familiar para a doação após a constatação da morte encefálica. 

Além disso, é possível sinalizar antecipadamente, por meio do documento chamado Diretivas Antecipadas de Vontade (DAV), ou testamento vital. Nele, a pessoa expressa suas preferências sobre cuidados médicos futuros, incluindo a doação de órgãos, para o caso de ficar incapacitada de tomar decisões por si mesma.

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Também é possível fazer isso de forma totalmente eletrônica, por meio do site aedo.org.br. No entanto, é importante lembrar que o DAV não substitui a decisão final, que é da família. 

*Estagiária sob supervisão do subeditor Gabriel Felice

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