Agosto lilás: polícias ampliam combate à violência contra a mulher em MG
No primeiro dia de operação já foram cumpridos 47 mandados de prisão e 88 de busca e apreensão, além de realizarem 600 visitas tranquilizadoras
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Siga noCom o objetivo de enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher, a Polícia Civil lançou oficialmente a programação do Agosto Lilás com uma operação deflagrada na manhã desta sexta-feira (1º/8). A ação acontece em todo estado, com a mobilização das 70 Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deams), incluindo as unidades de Belo Horizonte e Região Metropolitana.
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No primeiro dia da operação foram cumpridos 47 mandados de prisão e 88 de busca e apreensão, além de serem realizadas 600 visitas chamadas de tranquilizadoras a mulheres com medidas protetivas de urgência deferidas pela Justiça.
Segundo a delegada Letícia Gamboge, chefe da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), 600 policiais estão empenhados na operação, que utiliza 200 viaturas da Polícia Civil. A ação conta com a participação do Core (Coordenadoria de Recursos Especiais) e da Puma (Patrulha Unificada Metropolitana de Apoio).
“Os números apontam por uma queda dos crimes contra a mulher, mas ainda longe do objetivo”, diz ela.
Mais proteção
“Hoje temos 70 delegacias especializadas em atendimento à Mulher (Deam) em Minas Gerais. Elas estão localizadas em cidades estratégicas, além de Belo Horizonte. E estaremos inaugurando mais duas unidades ainda este mês. No próximo dia 7 estará em funcionamento a unidade de Ibirité. E até o final do mês, a de Ituiutaba”, diz a delegada Gamboge.
Os números de casos que têm a mulher como vítima são assustadores. Hoje, por exemplo, existem 37 mil medidas protetivas formalizadas.
“Houve uma queda no número de feminicídios no período de janeiro a julho deste ano em relação ao ano passado. Em 2024, foram 83 feminicídios e, agora, 75. Isso corresponde a uma queda de 9,64%”, diz Gamboge.
Segundo ela, a importância é trabalhar junto à sociedade para que as mulheres não se calem, e que denunciem. “É preciso, que em caso de violência, a mulher denuncie. Isso é fundamental. As denúncias podem ser feitas pelos telefones Disque 180, 181, 197 e 190”.
A delegada lembra, ainda, que em Belo Horizonte, a mulher vítima de violência pode, ainda, recorrer à Casa da Mulher Mineira, na Avenida Augusto de Lima, 1.845, no Centro.
“A Casa da Mulher Mineira está preparada para dar apoio psico-social e lá ela terá, também o apoio da Defensoria Pública. Além disso, as vítimas podem procurar qualquer delegacia, pois todas estão preparadas”, explica a delegada Gamboge.
Sul de Minas
No sul mineiro também foi feito o lançamento da Operação Agosto Lilás. As polícias Civil e Militar fazem um trabalho conjunto nas operações, em diversas cidades.
Policiais militares fazem blitz preventivas, com dicas de segurança, palestras educativas e outras ações para tentar prevenir a violência contra a mulher e a violência doméstica.
A Policia Civil cumpre, em diversas cidades, mandados de prisão contra pessoas suspeitas de violência doméstica, e também são feitas visitas tranquilizadoras às vítimas.
Polícia Militar
Em outro ponto de BH, na Cidade Administrativa, a Polícia Militar também lançou a Operação Agosto Lilás para potencializar as ações voltadas ao enfrentamento à violência contra a mulher, reafirmando o compromisso da Instituição com a defesa dos direitos fundamentais e a promoção da segurança e bem-estar da população mineira, em especial das mulheres.
A PM pretende, com a iniciativa, fortalecer a rede de apoio às vítimas e encorajar denúncias, essencial para o combate eficaz à violência doméstica.
Hoje, segundo a comunicação da PM, o serviço de Prevenção à Violência Doméstica está presente de maneira fixa em 172 municípios mineiros, com os demais sendo atendidos por Radiopatrulhas capacitadas.
A corporação informa que de janeiro a julho de 2025 foram registrados 59.856 atendimentos pelas radiopatrulhas de proteção à mulher no estado. Em 2024, o serviço contabilizou 116.300 atendimentos.
Entre as atividades estão a realização de visitas preventivas com base no Protocolo de Segunda Resposta, operações de prevenção à violência doméstica com distribuição de materiais educativos, reuniões com os órgãos da Rede de Enfrentamento, realização de palestras sobre o tema, além de operações voltadas ao cumprimento de mandados de prisão.
A chefe do Centro de Jornalismo da PMMG, major Layla Brunnela, anunciou que a PM vai contar, a partir de agora, com uma classificação de risco das vítimas por meio de um aplicativo informatizado que será gerado a partir de dados inseridos no sistema, como: tipo de violência que a mulher sofreu, quantas vezes que a vítima buscou ajuda junto à Polícia Militar, se foi emitida medida protetiva e outros.
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“Todas as comandantes e militares envolvidos no atendimento de proteção à mulher terão, em tempo real, a atualização do sistema. A classificação vai orientar a PM a um atendimento prioritário e agilizar o pós-atendimento mais aproximado”, diz a major Brunella.