Casal de amigos percorre a pé toda a Estrada Real sem planejar a rota
A dupla se conheceu em uma famosa rota de peregrinação. Está caminhando há sete dias e deve parar dentro de um mês
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Siga noLauro Kussano e Luciana Crescenzo se conheceram no “Caminho da Fé”, uma rota de peregrinação brasileira inspirada no Caminho de Santiago de Compostela, cujo trajeto vai do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, em São Paulo, até as montanhas da Serra da Mantiqueira, em Minas Gerais. Desde então, tornaram-se grandes amigos e, hoje, vivem juntos uma grande aventura.
Os dois, sem qualquer planejamento de rotas ou pesquisa sobre os lugares, decidiram percorrer a pé toda a Estrada Real, famosa no turismo brasileiro por atravessar diversas cidades históricas, principalmente em Minas Gerais, mas também com trechos no Rio de Janeiro.
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Para Luciana, estar com os pés na estrada não é novidade. Não por acaso, ela é mais conhecida como Luciana Peregrina. Já para Lauro, formado em Odontologia, apesar de estar acostumado a pedaladas pesadas, essa é uma experiência inédita. Mas isso não o impediu de pedir a Luciana um mês para se preparar e acompanhá-la nesse longo caminho.
No momento em que esta reportagem foi publicada, os dois já estavam caminhando há sete dias e, até agora, conheceram a Cachoeira do Tabuleiro. “Daqui para frente, a gente não sabe por onde vai passar, porque gostamos de surpresa. Não pesquisamos absolutamente nada. Estamos nos informando com os moradores locais, tanto sobre a próxima cidade quanto sobre os pontos turísticos da região”, explica.
Desafios
O mais desafiador para Lauro é o esforço físico. Subidas, descidas, caminhos difíceis de percorrer e mochilas pesadas tornam o passeio ainda mais complicado: “De hoje para amanhã, até Itambé do Mato Dentro, é um trecho de 38 km de estrada de terra, sem nada no caminho. E isso a gente realmente não está acostumado. Ter que levar comida, água… Tem a questão das subidas, descidas, né? Cascalho, pedra, escorrega… É puxado, é pesado. Nossa mochila tá bem pesada”, confessa.
Os intervalos são apenas para dormir e se alimentar; no restante do tempo, a dupla está caminhando. Para dormir, eles montam barracas: “Mas buscamos, ao menos, lugares próprios para camping, com chuveiros. Assim, não precisamos tomar banho gelado no rio”, brinca.
É nesses momentos silenciosos, durante as longas caminhadas, que outro tipo de desafio se revela para Lauro. “Muita coisa passa pela cabeça”, diz. O paulista conta que o trajeto fica mais leve ou mais pesado, dependendo dos pensamentos.
A aventura deve durar cerca de mais um mês.
Fica a dica
Para quem quer cair na estrada como os amigos, o dentista que abandonou a profissão para se dedicar ao turismo dá alguns conselhos. O primeiro é fazer o percurso de carro, para verificar a quilometragem de um ponto ao outro.
Programar-se dentro dos próprios limites também é uma dica de Lauro. Segundo ele, os relatos de outras pessoas sobre as caminhadas não devem servir como parâmetro para definir a própria experiência. Cada um tem seus próprios limites.
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