QUATRO ANOS DEPOIS

BH: amantes que mataram marido para ter casa são condenados à prisão

Réus foram acusados por homicídio qualificado, destruição e ocultação de cadáver, além de fraude processual, e não poderão recorrer em liberdade

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Tatiana Sardinha Barbosa, de 42 anos, e Ney Cruz da Silva, de 45, casal de amantes acusado de matar o marido dela em junho de 2021, em Belo Horizonte, foi condenado em júri popular por homicídio qualificado, destruição e ocultação de cadáver, além de fraude processual. Eles não poderão recorrer em liberdade.

Na época, Rômulo Anderson Barbosa, de 46 anos, foi considerado desaparecido, mas partes do corpo foram encontradas em um matagal. O inquérito foi concluído três anos depois, em abril de 2024, e indica que os suspeitos queriam se apropriar dos bens da família da vítima, como a casa onde moravam, no Bairro Ribeiro de Abreu, Região Nordeste da capital.

A acusação começou na manhã de quinta-feira (9/5) e terminou à meia-noite, na Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Belo Horizonte. Tatiana foi condenada a 17 anos pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica, enquanto Ney condenado a 14 anos e seis meses de prisão em regime inicialmente fechado pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), os dois tiveram o direito de recorrer em liberdade negado e tiveram a prisão determinada para início imediato do cumprimento da pena.

Defesa

Na defesa, Ney Cruz afirmou que foi chamado por Tatiana à casa e, chegando lá, encontrou o ex-companheiro dela já morto. Segundo ele, a mulher não explicou como aconteceu a morte e quem matou, mas ele ajudou a ocultar o cadáver.

O acusado também disse que só se interessou pela mulher depois que ela já estava separada. Durante o tribunal do júri, ele disse que não tinha desavença com o homem e não tinha motivo para matá-lo, embora ele demonstrasse ser ciumento e Tatiana relatasse ter medo do ex.

O homem também alegou que, no início das investigações, confessou que participou da morte porque foi coagido, mas alega que participou somente da ocultação de cadáver.

Já na defesa de Tatiana, ela alegou que o ex-marido era muito violento em casa e ameaçava a sua família, mas eles fingiam ter um relacionamento perfeito. No interrogatório, ela afirmou que, no dia dos fatos, chegou em casa e já encontrou o ex-marido morto no quarto da casa.

Segundo ela, Ney a ameaçou para que ela não chamasse a polícia e pediu que ela ajudasse a limpar o sangue. De acordo com o TJMG, Tatiana acusou Ney de ter ocultado o corpo sozinho, enquanto ela limpava o sangue.

O caso

As investigações da Polícia Civil indicam que Tatiana e Ney mantiveram um relacionamento sem o conhecimento de Rômulo. O autor morava em uma casa aos fundos do lote onde vivia o casal com os filhos e, quando a vítima saía para trabalhar, o suspeito ia se relacionar com a mulher.

O marido da mulher descobriu a traição e avisou que iria se divorciar dela e despejar o inquilino. Segundo a PC, a reação irritou a dupla, que planejou o crime e o cometeu em 14 de junho, enquanto a vítima dormia. O homem foi atingido por três golpes de bastão de madeira na cabeça e, após o crime, o casal limpou toda a casa e se desfez do colchão onde ele dormia. Tudo foi visto pelos filhos do suspeito.

A mulher noticiou o desaparecimento de Rômulo nas redes sociais e só registrou um boletim de ocorrência depois de muita insistência pela mãe da vítima. O comportamento da suspeita chamou a atenção dos policiais.

“Ela estava sorridente nas entrevistas. A equipe estranhou que ela não demonstrava a situação de risco daquele momento e isso se confirmou depois com a captura telefônica dela e do suspeito, onde a gente identificou que ela tinha muitas conversas. Nos dois dias que antecederam o desaparecimento dele, ela conversou com o seu amante 31 vezes”, disse o delegado Alexandre Oliveira, responsável pela investigação.

Os suspeitos viveram todo o período após o crime como um casal, inclusive com os filhos convivendo entre si e na própria casa onde ocorreu o crime. Eles queriam ter acesso aos benefícios da vítima e, no último ano, a mulher entrou com um pedido na Justiça para considerar Rômulo morto.

O crime foi descoberto após o depoimento da ex-mulher do suspeito, que contou que os filhos haviam visto a movimentação para o crime e que viram o pai escondendo o corpo de Rômulo. “Teve um depoimento muito relevante de uma ex-mulher do autor, onde ela narrou aquilo que ela soube pelos filhos em comum dela e do autor. Esses filhos presenciaram toda a dinâmica do crime, aí nesse momento nós conseguimos a materialidade do crime, conseguimos a prisão temporária”, contou Alexandre.

“A mulher do Rômulo foi esperta que no momento do crime, planejado pelos dois, ela retirou os filhos dela com o Romulo da casa. O autor, o amante, não fez o mesmo. Deixou seus filhos na casa e eles contaram pra nós toda a preparação do crime e a movimentação. Eles não viram ou ouviram a execução, mas eles contaram que viram o pai chegar com um cabo de uma picareta, uma madeira maciça e o pai disse para os seus filhos que com aquele cabo ele ia matar o Rômulo”, completou o delegado.

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Com informações de Pedro Faria

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