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JUSTIÇA

Caso Clara Maria: movimentos organizam ato neste sábado em BH

Jovem de 21 anos foi vítima de feminicídio na capital mineira no início desta semana; movimentos pedem justiça

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Movimentos sociais, estudantil e sindicatos vão realizar, neste sábado (15), atos por justiça a Clara Maria, jovem que foi morta no domingo (9) e teve o corpo concretado. Em Belo Horizonte, a concentração ocorrerá na Praça Sete, no Centro da capital, às 10h.

O ato está sendo organizado pelo 8M Unificado e o movimento estudantil Faísca UFMG, além de outras entidades e sindicatos. Nas redes sociais, internautas reforçaram a importância do ato e clamaram pelo fim do feminicídio.

“A Clara foi vítima de um feminicídio movido pelo ódio neonazista às mulheres. Iremos às ruas. Arrancaremos Justiça por ela com a destruição desse sistema nojento! Clara Maria Venâncio Rodrigues, presente!”, disse uma internauta.

 
 
 
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Já em Uberlândia, na Região do Triângulo Mineiro, cidade natal da jovem assassinada, a manifestação será realizada em frente ao Teatro Municipal, na Avenida Rondon Pacheco, no Bairro Tibery. Ainda não há horário de início para o ato, mas amigos da vítima querem homenageá-la e cobrar por justiça.

O crime

O corpo da jovem, de 21 anos, foi encontrado coberto por uma camada de concreto nos fundos de uma casa, nessa quarta-feira (12). A jovem desapareceu enquanto voltava para casa. A família de Clara Maria é de Uberlândia, na região do Triângulo, e uma irmã veio para a capital para ajudar nas buscas enquanto ela estava desaparecida.

Com relação à forma que o corpo foi encontrado, os bombeiros informaram que a mistura de concreto não estava completamente seca ou rígida, o que pode indicar que o procedimento para ocultar o corpo teria siso feito recentemente. Outro indício que corrobora com a teoria é de que foram encontrados terra e entulho em cima do corpo, que podem ter sido utilizados pelos suspeitos para tentar disfarçar o odor do corpo em decomposição.

Delegados da Polícia Civil disseram na tarde dessa quinta que as investigações continuam para determinar a motivação do crime. A polícia também investiga se o corpo de Clara foi vítima de necrofilia.

Os policiais destacaram a frieza dos suspeitos ao confessarem o crime. O jovem de 27 anos, que foi colega de trabalho de Clara e que devia R$ 400 a ela deu versões contraditórias para a motivação, segundo os delegados. Primeiro ele disse que queria tirar dinheiro da conta da jovem, mas teria ficado com ciúmes quando a encontrou em uma cervejaria, acompanhada do namorado, dias antes do crime.

O outro suspeito, de 29 anos, é amigo do primeiro e trabalhava em estabelecimentos na mesma avenida da padaria em que Clara trabalhava. Ele foi preso em casa, na Grande BH e disse que nutria ódio da jovem depois de ter sido repreendido por ela em público por ter feito apologia ao nazismo. Desde então, segundo os delegados, teria dito a amigos que queria ver a jovem morta.

O delegado Alexandre Oliveira disse que conversou com um amigo em comum dos suspeitos que teria relatado que o homem de 29 anos teria confessado a vontade de praticar necrofilia. Um terceiro homem, de 34 anos, chegou a ser preso por envolvimento no crime. Ele esteve na casa do jovem, de 27 anos, onde o corpo de Clara foi encontrado, na segunda-feira (10/3). Segundo os delegados, após os interrogatórios, a participação dele no crime foi descartada, mas as investigações continuam.

Os delegados informaram ainda que o suspeito de 27 anos planejava fugir. Ele já teria feito contato com um amigo que mora em outro estado pedindo ajuda para arrumar um emprego.

Escalada de feminicídio

Até o dia 12 deste mês, pelo menos seis mulheres foram brutalmente assassinadas em Minas Gerais, segundo levantamento do Estado de Minas. No último ano, uma mulher foi morta pelo marido, namorado, companheiro ou ex a cada dois dias, no estado. Foram 161 feminicídios registrados em 2024 e outras 248 tentativas, segundo dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).

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O número de violência contra a mulher em Minas Gerais continua em níveis tão alarmantes quanto os crimes contra a vida. Somente em janeiro deste ano, mais de 13 mil mulheres registraram ocorrências de agressões no estado – uma média de 400 vítimas por dia, conforme dados da Sejusp.

Esse número se mantém estável nos últimos três anos, evidenciando que, apesar das leis e campanhas de conscientização, o problema continua sem retrocesso significativo. Em 2024, foram 153.599 registros de violência doméstica, número próximo ao de 2023, com 156.090 casos. Em 2022, foram 141.582 ocorrências.

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