Acusados de matar criança com tiro na cabeça são inocentados em BH
Absolvição dos réus ocorreu por 4 votos a 3 devido à falta de provas. Lauany Nara, de 8 anos, morreu em Pouso Alegre, no Sul de Minas
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Siga noO Conselho de Sentença do 3º Tribunal do Júri de Belo Horizonte absolveu nesta quinta-feira (13/3) Ailton Moreira Júnior e Arthur Miguel Teixeira Moreira, réus pela morte de Lauany Nara, de 8 anos, em abril de 2023, no município de Pouso Alegre, no Sul de Minas Gerais.
“Infelizmente, a maioria do júri entendeu que não havia meios de sustentar uma condenação. Além disso, as testemunhas de acusação acabaram entrando em contradição sobre a dinâmica do crime. Por isso, eles foram absolvidos por falta de provas”, explicou ao Estado de Minas o advogado da família de Lauany, Rovilson Carvalho. A absolvição ocorreu por 4 votos a 3.
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Carregando uma mochila com material escolar, a menina voltava da escola no dia 5 de abril de 2023, quando, ao passar pela Rua Oscar Dantas, no Bairro São Geraldo, foi atingida na cabeça durante uma troca de tiros entre traficantes. Na ocasião, os suspeitos, encapuzados, passaram pelo local de carro, abriram fogo e atingiram a criança.
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Lauany foi socorrida e levada ao Hospital Samuel Libânio por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas acabou morrendo.
Um adolescente, de 17 anos, que estava no grupo alvo dos disparos, também foi atingido com um tiro na perna e outro no braço. Ele sobreviveu após receber atendimento na mesma unidade hospitalar onde Lauany foi atendida.
No dia seguinte, por volta das 12h30, a PM recebeu uma denúncia anônima informando que os procurados — dois adolescentes e os dois homens que acabaram inocentados — estavam hospedados em um hotel no município de Careaçu. Os militares foram ao endereço e realizaram as prisões e apreensões dos jovens.
Os adolescentes, que à época tinham 16 e 17 anos, foram sentenciados à pena de internação em maio de 2023, mas já estão em liberdade.
Agora, o advogado da família de Lauany avalia a possibilidade de pedir a anulação do júri e a marcação de um novo julgamento. Segundo ele, os réus foram julgados na capital após solicitação da defesa, que alegou risco à segurança deles devido à comoção em Pouso Alegre.