Mulheres 'invadem' redes de biomédica morta pelo ex: 'Pagou um preço alto'
Assassinato brutal de Miquéias Nunes de Oliveira em Ibirité, na Grande BH, gerou comoção nas redes sociais. Ex-companheiro confessou o crime
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Siga noO assassinato da biomédica Miquéias Nunes de Oliveira, de 33 anos, a golpes de canivete enquanto trabalhava em uma clínica de estética no Bairro Várzea, em Ibirité, na Grande Belo Horizonte, causou comoção nas redes sociais. No perfil de Miquéias no Instagram, muitas mulheres, incluindo amigas da biomédica, lamentaram a execução brutal ocorrida no momento em que a profissional atendia uma paciente.
“Minha amiga, pagou um preço alto por confiar em um ser que nunca mereceu sequer um ‘oi’. Mulher linda, decidida, dedicada e esforçada. Exemplo de filha, irmã e tia. Amava seus sobrinhos. Só queria viver, ser feliz. E hoje todos os seus sonhos foram ceifados (...). Que dor, que saudade. O cara [ex-companheiro da vítima] teve tudo dela e nunca soube valorizar. Quando perdeu, não soube lidar (...)”, diz trecho de um comentário publicado nesta terça-feira (11/3) por uma amiga na última publicação de Miquéias.
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O ex-companheiro da vítima, Renê Teixeira, de 42 anos, confessou o crime ocorrido nessa segunda-feira (10/3). Ele teria tentado tirar a própria vida ainda dentro da clínica e, sob escolta, foi levado para o Hospital Municipal de Contagem. Conforme apurado pela polícia, o homem não aceitava o fim do relacionamento.
“Estivemos juntas no curso [de biomedicina]. Uma menina cheia de sonhos, competente e dedicada”, escreveu uma colega de Miquéias. “Não a conheço, mas estou chocada com tudo isso. Que Deus conforte os familiares e amigos”, publicou outra mulher em solidariedade.
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“Que tristeza! Infelizmente, mais um caso para a estatística. Sugiro que as amigas próximas se organizem e façam uma manifestação. Chamem a atenção das autoridades. Essa atitude não vai trazê-la de volta, mas é uma maneira de demonstrar indignação e honrar sua memória. Nosso silêncio normaliza casos como o dela”, desabafou outra mulher.
Conforme o relato da polícia, a vítima foi encontrada deitada ao lado do suspeito. O Samu foi acionado para prestar socorro, mas ela morreu no local.
Segundo a Polícia Civil, Renê Teixeira foi autuado em flagrante por feminicídio e posse ilegal de arma de fogo de uso restrito, pois uma arma foi encontrada em sua casa. A reportagem não conseguiu localizar a defesa dele. O espaço segue aberto para manifestações.
Formada em biomedicina e natural de Manhuaçu, na Zona da Mata mineira, Miquéias tinha especialização em estética e pós-operatório. Além disso, era certificada como terapeuta alternativa pelo Conselho Regional de Terapia Holística (CRTH).
Notas de pesar
A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Ibirité destacou que o assassinato, além de ser uma tragédia pessoal, é “reflexo de um problema grave e crescente na sociedade: a violência contra a mulher”.
“É inadmissível que, em pleno século XXI, ainda convivamos com tamanha barbárie. A violência contra a mulher é um problema estrutural que precisa ser enfrentado com urgência e seriedade, desde a educação até a aplicação efetiva da lei. Cada vez que uma mulher é agredida, assassinada ou violentada, a sociedade perde um pouco de sua humanidade. Kéia, que fazia a diferença em sua profissão e contribuía para a comunidade, teve a vida brutalmente interrompida por um ato de violência que não pode ser tolerado”, declarou a CDL em parte da nota de repúdio.
Nas redes sociais, o perfil da Escola Municipal Eni Alves Nogueira, em Palmeiras do Manhuaçu, distrito de Manhuaçu, onde a vítima estudou, também lamentou a morte. “A comunidade escolar presta suas condolências e manifesta seus sentimentos de pesar à família e a todos que tiveram a honra de conhecer e conviver com Kéia. Que sua memória permaneça em nossos corações”, destacou a escola em trecho do comunicado.
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Com informações da Folhapress*