Tributo ao feito à mão
Projeto Passarela da Liberdade exibe a pluralidade criativa de Minas em desfile
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O perfil de Minas Gerais será desenhado pelo viés da moda e da cultura no dia 22 de outubro, às 20h, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes. A quinta edição do projeto Passarela da Liberdade aborda o tema Minas feita à mão em um desfile conceitual, que já faz parte do calendário fashion da cidade.
Esse recorte simbólico e criativo de um estado que respira artes, ofícios, saberes e fazeres, patrimônio material e imaterial, tradições e manifestações populares vai ser exibido por 41 conceituados estilistas mineiros por meio de looks autorais criados a partir do olhar de cada um.
Do artesanato do Vale do Jequitinhonha à riqueza das pedras, do bordado às outras delicadas habilidades manuais, da cestaria às matérias-primas naturais, o que se verá na passarela é um tributo ao feito à mão traduzido em peças especiais.
O projeto é, mais uma vez, fruto da parceria entre o governo de Minas - por meio da Secult (Secretaria de Estado de Cultura e Turismo), Codemge (Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais), FCS (Fundação Clóvis Salgado) e a A.Criem – Associação dos Criadores e Estilistas de Minas Gerais.
As criações individuais ganham unidade por meio do tema, da escolha de tecidos e de uma cartela que privilegia nuances do terracota, tons de castanha e café e off white. Essa colcha de retalhos será costurada pelo publisher e stylist Giovanni Frasson, que já participou das duas edições anteriores do Passarela da Liberdade.
Dois looks quebram a escolha cromática: o vestido longo em tule preto retrabalhado com fitas de cetim plissadas e aplicadas manualmente, criado por Cássio Vital, estilista da Alphorria, para homenagear Edna Thibau. “Levei em consideração a silhueta e a cor que ela mais amava. Essa silhueta sereia é definida por saia em tafetá godê duplo em plissado soleil”, ele explica.
A outra criação é masculina, em jeans: trata-se de um tributo a Amarido Ferreira -, que, assim como Edna, faleceu neste ano -, e foi concebido a quatro mãos pelas amigas Andréa Aquino e Bárbara Luiza de Oliveira. “Mais que um look, este é um sopro de memória. Cada costura guarda a ousadia inovadora e os tons de blues que sempre habitaram o olhar de Amarildo”, afirmam as designers.
Parceria
Quatro novos criadores, indicados pelas quatro faculdades de moda de Belo Horizonte, também participam dessa edição, em uma parceria da A.Criem com a academia. Débora Carvalho (UNA); Henrique Mattos (UFMG); Isabela Mendes (UEMG) e Sofia Nogueira Barbi (FUMEC) desfilam juntos aos veteranos em uma perfeita integração e trocas de experiências.
“Chegar à quinta edição representa, muito mais do que continuidade, a consolidação de um movimento cultural, artístico e identitário, que se fortalece a cada ciclo. É a valorização de um legado importante de Minas Gerais, que é o artesanal”, explica Antônio Diniz, presidente da A.Criem.
Segundo ele, “a realização do desfile é a confirmação de que o projeto tem relevância e reconhecimento no cenário da moda e da cultura mineira e já se tornou parte do calendário de eventos de Belo Horizonte”, assinala.
A associação comemora, ainda, a participação do interior do estado no evento. As cidades de Uberlândia, Jacutinga e Paraguaçu serão representadas na passarela. Assim como o Trajeto Moda, com um look criado pela estilista Thalita Rodrigues. A iniciativa, que tem como objetivo apoiar mulheres em situação de vulnerabilidade na busca pela autonomia, dignidade e independência financeira, por meio da geração de renda através da moda, tem sido replicada no estado por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de Minas Gerais (Sedese-MG).