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Siga noAno passado não teve frio por aqui, mas no Hemisfério Norte foi diferente. Mesmo assim, o que temos visto nas passarelas das semanas de moda europeias são coleções mais leves. Para aquecer, caso o clima pese mais, cada marca apresenta uma variada opção de casacos e botas – todos lindos – e muito cachecol.
Burberry
Burberry se inspirou nas casas de campo britânicas e estilos equestres para seu outono-inverno 25/26. O CEO Joshua Schulman continua com a estratégia focada em agasalhos, cachecóis e marketing na tentativa de aumentar as vendas. A paleta de cores traz tons quentes de marrom, cinza e cinza-claro, com toques de vermelho e amarelo. Os trench coats de jacquard e as jaquetas de brocado foram inspirados nas tapeçarias e papéis de parede de casas ancestrais, com camisas de pijama e calças de seda dando um toque doméstico.
Richard Quinn
Quinn mostrou a elegância clássica com um toque ousado e moderno. Inspirando-se nas silhuetas refinadas da Dior e nas lendas da velha Hollywood como Audrey Hepburn, exibiu peças com cinturas marcadas, fitas delicadas, saias tulipa e decotes arredondados. Quinn expandiu os limites criativos com elementos ousados e contemporâneos.
S.S. Daley
S.S. Daley apresentou uma coleção inspirada no mundo envolvente dos Scottish Colourists – um grupo artístico conhecido pela ousadia de sua paleta de cores e paisagens artísticas atmosféricas. Justaposição de tecidos; couros macios amanteigados combinados com tecidos rígidos semelhantes a tapeçarias, criando formas de silhueta redesenvolvidas. Uma camisa de organza transparente delicadamente fluida adornada com estampas de videiras em tons suaves de azul e verde se chocam contra a robustez do jeans de sarja.
HARRIS REED
Harris Reed fez um desfile dramático, elegante e desconfortável ao som de Metallica tocado por violoncelistas. Suas inspirações foram desde móveis até turbulência política, punk britânico, drag e mulheres vitorianas. Os looks tiveram abordagem mais artística. O desfile começou em preto. Detalhes em azul-cobalto e dourado deram sequência, em especial através de tentáculos impressos em 3D e folhas de ouro aplicadas na região dos seios.
BORA AKSU
O desfile de Bora Aksu homenageou a imperatriz Sisi, da Áustria, conhecida como a “rainha da beleza”. O estilista turco se manteve fiel à essência romântica ao entregar babados monocromáticos, véus assustadores e luvas pretas de ópera. Faixas de renda, mangas bluson e tule em camadas foram presença constante. A grandeza austríaca estava nas jaquetas e sobretudos estruturados, véus amplos e rendas intrincadas. As cores predominantes são brancos e cremes, com algumas adições de vermelhos fortes, roxos e azul-náutico. O resultado é uma coleção delicada, porém moderna.
ERDEM
O desfile de Erdem Moralioglu teve colaboração do pintor Kaye Donachie. Sensível, a coleção teve como destaque uma homenagem à mãe de Donachie, que morreu tragicamente em 2007. Seu rosto estava estampado em vários looks. Erdem apresenta uma coleção uniforme em conceito, com modelagem clássicas, sem desconstruções ou desdobramentos. As estampas chegam leves e delicadas, enquanto os bordados tridimensionais quase saltam das peças. Vestidos e ternos de cintura marcada, casacos casulo e vestidos justos dos anos 1950. Coleção feminina clássica, de fácil leitura e elementos conceituais.
Huishan Zhang
Baseado nas silhuetas aerodinâmicas dos anos 1960, o estilista chinês Zhang mudou fluidamente de ternos de tweed adornados com broches de pérolas e cristais para vestidos jeans de bainha caída antes de chegar ao seu traje de noite exclusivo. Vestidos de cetim duchesse enfeitados, vestidos de lantejoulas e neoprene brilhantes e florais bordados cortados a laser apoiados em tule destacaram seu artesanato. Destaque: a pele falsa desfiada que imitava penas, em um casaco. Bonés de penas, luvas de couro sem dedos sugeriram a decadência após o anoitecer. Capas de chuva transparentes com debrum contrastante, sobrepostas a tweeds e vestidos, acenaram para a clientela de Zhang: mulheres elegantes contemporâneas.
Edeline Lee
Lee desafiou mais uma vez as normas convencionais das passarelas: encenou uma série de sequências de luta coreografadas com esgrimistas, boxeadores e artistas marciais — cada um vestido com suas silhuetas estruturadas, porém fluidas. Vestidos de camisa peplum com borlas, tops de jacquard tom caramelo e refinadas camisas e culotes inspirados em quimonos. O grand finale: vestidos de cota de malha com saia de arco e lantejoulas que deixavam as pernas à mostra.