Celebrar o Natal em família transcende a simples troca de presentes e a decoração festiva. É um momento crucial para resgatar o verdadeiro significado da data: o nascimento de Jesus Cristo e a mensagem de amor, esperança, salvação e paz que ele trouxe ao mundo. A união familiar nesse contexto torna-se um poderoso reforço dessa mensagem.
Muitos seguem tradições que aprenderam desde criança, mas não existe uma receita. A beleza está em cada um celebrar no estilo da sua família. Compartilhando histórias, tradições ou não, consolidamos laços afetivos que perduram por toda a vida. O convívio gera memórias preciosas, construindo uma narrativa rica e significativa. É com a família que as crianças aprendem o verdadeiro significado do Natal, não como um evento consumista, mas como uma celebração espiritual e de união.
A ceia natalina é um símbolo de partilha e gratidão. Cada prato, cada gesto de carinho na preparação, reforça o sentimento de pertencimento e afetividade. Momentos de oração, reflexão e leitura bíblica aproximam a família espiritualmente, promovendo a união e a compreensão mútua.
Em algumas celebrações cantam hinos natalinos juntos ou leem a história do nascimento de Jesus, estas atividades compartilhadas criam uma atmosfera de paz e harmonia, fortalecem laços familiares e transmitem valores importantes às novas gerações.
Celebrar o Natal em família nos ensina a valorizar o que realmente importa: o amor, a união, a compaixão e a fé. É um momento para perdoar, agradecer e recomeçar, um espaço para fortalecer os laços afetivos e celebrar a vida em sua essência. É uma oportunidade de construir memórias inesquecíveis.
A magia do Natal
O casal Sandra e Mauro Assumpção celebram o Natal com a família. Sandra conta que suas primeiras lembranças do Natal são com sua avó materna, que adorava este período do ano e montava um presépio lindo na sua casa. “Ela era uma pessoa muito interessante e alegre, mas, também quebrava paradigmas. Num certo Natal, ela mostrou para meu mim e meu irmão, antes da data, os brinquedos escondidos para o dia: dois bonecos da Luluzinha e do Bolinha, que estavam entre os brinquedos mais pedidos ao Papai Noel.
“Na minha adolescência, via a minha avó chegar na minha casa e passar horas perto da árvore de Natal montada. Naquela época, as árvores tinham que ser naturais, as outras não eram consideradas bonitas. A lembrança da ceia sendo preparada – minha mãe era cozinheira de mão cheia – com o peru e o tender natalino e também a torta do Papai Noel feitos por ela, estão até hoje na minha memória gustativa.
“Casei com Mauro, que vem de uma família com ascendência italiana e muito me encantou o Natal deles, mesa enorme, que ia aumentando na medida em que aumentava a família. Muito alegre e diferente dos nossos Natais e o almoço do dia 25 trazia a saudação barulhenta de ‘Viva o menino Jesus’ e muito vinho, era uma delícia. Ao longo da minha vida de casada, tivemos vários Natais deliciosos, vendo as crianças crescerem e se alegrarem com a festa.
“Mas a vida vai caminhando e alguns mais queridos vão partindo e tudo entristece um pouco. Resolvi não deixar a magia perecer. Com a mudança dos tempos tento manter a tradição de reunir a família. Hoje em dia, todo mundo tem viagens, festas e acúmulos durante este período. Para não morrer a tradição, reúno todos, como diz uma amiga, quando dá para todos, sem desculpas! E esse ano tem uma surpresa especial.
“Minha mãe está com Alzheimer, mas, olhando numa caixa dela, achei um pen drive (ela era antenada e sabia trabalhar direitinho no computador), todas as receitas dela. Tudo lindo com gravuras, feitos no power point. Fiz um livro que vou dar no almoço para cada neta. Chama- se “Receitas da minha vida”, por Maria do Carmo Moysés.
“A magia não morre e este ano aproveitei para pegar algumas das receitas da minha mãe para refazer no almoço de Natal. Nesse almoço mantenho a tradição dos Vivas ao Menino Jesus, e celebramos esse momento juntos. Depois disso, missão cumprida, viajo e uma parte da família vai junto e celebramos mais uma vez no dia de Natal!”
Tradições e valores
Márcia e Flávio Géo decoram toda a casa com itens que trazem das viagens que fazem em família para os diversos locais do mundo. Flávio diz que para a família o Natal é uma época especial, pois os reúne em torno de tradições e valores que os unem e fortalecem seus laços afetivos.
“Para nós, o Natal representa muito mais do que presentes e decorações. É um momento de celebrar a união, o amor e a gratidão que nos mantêm próximos ao longo do ano. Reunir-nos em torno da mesa de Natal, compartilhar histórias e memórias, e criar momentos de alegria e confraternização são alguns dos principais motivos pelos quais valorizamos tanto esta data.
“Nessa mesa especial que decoramos com várias casas e lembranças que trazemos de nossas viagens de família tem uma característica interessante que seria uma volta ao mundo: Temos casas da Bélgica, Holanda, Bielorrússia, Islândia, Noruega, Suécia, Finlândia, Japão, China, Malta, Bolívia, Peru, Chile, Ecuador e até do Polo Norte! O que reforça a paixão que a família tem pelas viagens.
“Ao celebrar o Natal, honramos nossas tradições familiares e fortalecemos os elos que nos mantêm unidos, mesmo diante dos desafios do dia a dia. É uma época de renovação dos nossos votos de amor, respeito e cuidado mútuos. Por tudo isso, o Natal é um momento especial para a nossa família, que nos lembra de valorizar os verdadeiros tesouros da vida: a presença uns dos outros e a celebração do amor que nos une.”
Natal em família
“Na minha família, o Natal é mais do que uma data: é um período de celebração, união e gratidão”, conta Lili Miarelli, casada com Gustavo Figueiredo Maia. “Tudo começa logo no início de novembro, quando eu já começo a vibrar pela chegada dessa época tão especial. É nesse momento que mantenho minha tradição de montar a árvore de Natal, que marca o início das festividades e enche a casa de um clima mágico.
“Dezembro é um mês de encontros e de dividir o tempo entre as duas famílias: a minha e a do Gustavo. Para que todos possam estar juntos, organizamos antecipadamente uma celebração no início do mês. Ao redor de uma mesa que carregam as nossas tradições celebramos a vida, fazemos um balanço do ano que passou e agradecemos.
“Na noite do dia 24, o Natal é celebrado de forma mais íntima, na minha casa, com meu marido, nossos filhos, meu sogro e minha sogra. É uma noite tranquila. Já no dia 25, durante o dia, é hora de alegria contagiante na casa da família do Gustavo. Esses três momentos distintos são essenciais para nós, é momento de celebrar a família, agradecer por tudo o que vivemos e compartilhar alegria com aqueles que amamos.”
Celebrando o Menino Jesus
“Dezembro me emociona e me encanta, portador que é das lembranças afetivas guardadas nos arquivos da memória e do coração, ativadas por uma variedade de cheiros, sabores e cores que evocam sentimentos diversos e recordações de momentos felizes vividos nas nossas infâncias e juventudes”, conta Maria Eugênia Couri que seguiu com as tradições familiares depois que se casou com Armando. Ambos amam o Natal, data que comemoram com muita alegria, e gostam de ver que a grande família que formaram já tem essas tradições arraigadas neles.
“Para ela a magia do Natal existe e fazem o possível para estimulá-la junto aos netos. “Lembramos sempre que o Menino Jesus é o grande homenageado do dia. O Presépio Vivo é encenado com fervor junto com os primos e amiguinhos, devidamente caracterizados como a Sagrada Família. Os pastores e seus carneirinhos, o boizinho e a vaquinha, os Reis Magos e suas oferendas guiados pelos anjos e conduzidos pela estrela. Nossos pequenos reproduzem a mais bela história ao som de Noite Feliz.
“A casa é preparada para a vivência do Advento; a manjedoura vazia sinaliza a espera do grande dia. É tempo de amor, reflexão, alegria, confraternização, partilha e gratidão. Os netos participam da distribuição de presentes às crianças da creche (que é presidida por Maria Eugênia).
“Uma comemoração maior é feita no último domingo antes do Natal. A presença de três gerações comprova o valor da família e reforça os laços de afeto e união entre tios e sobrinhos, avós e netos, primos e primas. A chegada do Papai Noel é saudada com entusiasmo comovendo grandes e pequenos. No dia 24, a família se reúne para a ceia, orações e troca de presentes. Um mimo dado pelo amigo-oculto que sempre vem acompanhado de uma declaração de amor, e a consolidação da ideia de que solidariedade é o amor em ação e que a generosidade se multiplica.”
Homenagem às avós
Angela Gutierrez comemora seu Natal com a família e os amigos queridos na noite do dia 24, em sua casa. A reunião é alegre, repleta de amor, sem trocas de presentes, apenas troca de afetividade. Este ano ela surpreendeu fazendo, literalmente, sua árvore de Natal. Ela fez centenas de quadrados de crochê e montou, um a um, manualmente, em uma gigantesca estrutura de cone que mandou confeccionar. Originalidade e criatividade maior, nunca vi. Uma homenagem às suas duas avós.
“Tive duas avós crocheteiras, cresci vendo essas duas vozinhas queridas lidando com as agulhas, linhas e lãs o tempo todo. Isso me influenciou bastante, porque quando eu tinha 9 anos minha avó portuguesa me ensinou a fazer crochê. Ela era professora primária e foi uma professora de crochê muito brava. Marcava a tarefa e eu tinha que apresentar o trabalho feito, e se não estivesse muito bom ela desmanchava, e falava 'quem faz croché, desmancha croché'. Essa foi a minha escola. Elas me fascinavam.
“Os anos se passaram as várias fases da vida foram chegando e eu nunca abandonei o croché. Sempre foi um ofício antigo e agradável, cheio de lembranças, memória. Acho que eu vim para isso, para guardar memória, e o croché é uma delas.
“Agora, na minha fase da terceira idade tenho uma professora que é o contrário das minhas avós. Ela é jovem, alegre, linda, Mariana Freire, por outro lado é como elas, devotada a esse ofício. E como elas entende que o croché vai além das agulhas e das linhas, ele é calma, paz, pensamento, reflexão. É um momento em que conseguimos estar com a gente mesmo. Faço esse exercício com ela e com um pequeno grupo de amigas, e foi daí que nasceu a ideia dessa árvore. Ela está pronta e eu estou feliz de ter feito. E é uma homenagem a essa tradição da minha família.”
Natal
A personagem Concessa postou um video muito lindo sobre o Natal, com aquele jeito próprio, só dela. Achei a mensagem tão significativa, que tomei a liberdade, traduzi para o “português padrão” e publico aqui. Mas sugiro que entrem no Instagram @concessaoficial assistam e enviem para quem é importante para vocês.
“Vai chegando esta época é hora de escutar que o Natal está chegando, o Natal isso, o Natal aquilo, para onde você vai no Natal... não é assim? Mas antes do Natal tem o advento, que prepara a gente de dentro para fora e de fora para dentro. É o arrumar nossas bagunças internas, aquelas que não aparecem no Facebook e no Instagram. É hora de organizar nossas ideias e rever tudo que foi programado, passar um pente fino nas tarefas, ver se não largou nada importante para trás. E deixar ventar, para limpar tudo de ruim que ficou guardado e assim só ficam as coisas boas. Organizou o seu interior? É hora de enfeitar, enfeitar com o que você tem de melhor. Pode ser com a sua simpatia, uai. Simpatia é quase amor. E por falar em amor, não se esqueça do presépio, e da história de amor que ele conta. O terror a gente esquece.
Tudo enfeitado? É hora de receber os bons ventos que vem de fora: os votos de saúde, alegria, prosperidade. Vai recebendo, recebe tudo de bom que te desejam. É uma época de muito consumo, mas pode ser também uma época de muita resolução. Resolver aquela pendência que está tirando seu sono, aquele pedido de desculpas que ficou devendo para alguém... às vezes para você mesmo. O advento nos deixa mais preparado para o evento, que é o Natal. Comece daí que eu começo de cá. Para podermos passar mais um Natal com muita luz, iluminando os caminhos de vamos trilhar. Deixe o vento passar por você e deixe o advento ventar dentro de você” Assista em pelo instagram @casadeconcessaoficial