TARIFAÇO

Fiemg diz que Plano Brasil Soberano não resolve a raiz do problema

Plano do governo federal contém pacote de medidas para ajudar as empresas brasileiras exportadoras mais afetadas pelo tarifaço americano

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A Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) classificou as medidas do Plano Brasil Soberano como paliativas que não resolvem a raiz do problema. O plano, contendo um pacote de ações para ajudar as empresas brasileira que exportam afetadas pelo tarifaço americano, foi enviado pelo governo federal nessa quarta-feira (14/8) ao Congresso como uma Medida Provisória.

 

De acordo com o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, as ações pontuais não substituem a necessidade de uma solução de caráter estrutural e diplomático: “As medidas podem dar algum fôlego às empresas, mas não resolvem a raiz do problema. É urgente que o Brasil mantenha negociações firmes e produtivas com o governo norte-americano, buscando reverter as tarifas e resguardar uma relação comercial estratégica. Se não houver rapidez na implementação e clareza nas regras, o risco é que os recursos e incentivos fiquem no papel”.

 

Apesar das críticas, a Fiemg reconheceu que as medidas anunciadas pelo governo federal representam um esforço para conter parte dos prejuízos com o tarifaço. Segundo a entidade, o impacto real sobre a preservação da competitividade industrial dependerá da agilidade na execução e da eliminação de barreiras burocráticas que atrasam a chegada do apoio ao setor produtivo.

Setor de cafés especiais considera que medidas atendem ao curto prazo

A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) considerou as medidas editadas pelo governo federal importantes no curtíssimo prazo, “as quais darão um direcionamento para o segmento no enfrentamento da crise”, embora os detalhes serão informados somente depois pelo Palácio do Planalto. No entanto, a associação reforçou que a melhor solução permanece sendo a inclusão do café na lista de isenção ao tarifaço.

“As medidas anunciadas permitirão, ainda no curto prazo, que o setor dos cafés especiais do Brasil ganhe um fôlego pontual, assim como o próprio governo federal, para manter suas negociações, alinhando posicionamentos internamente e reforçando a sinergia com as entidades pares do setor privado do café nos Estados Unidos, de forma que seja alcançada uma solução definitiva e positiva nessa relação bilateral sobre o café”, diz a nota da BSCA.

Setor produtivo defende proteção de mercado

Entre as ações que o setor produtivo espera do governo federal é o combate ao dumping, que é a prática de uma empresa vender produtos num mercado estrangeiro a preços inferiores ao custo de produção ou ao preço praticado no mercado interno, sobretudo por parte da China.

“Os empresários já identificaram a oferta de produtos importados abaixo do custo de produção. Mesmo porque, vários países também perderam participação no mercado americano com tarifas. Muitos países também estão adotando proteção de mercado”, disse Roscoe.

Durante encontro com os setores que ficaram de fora da lista de isenções ao tarifaço, na última semana, Roscoe garantiu que esta reivindicação foi feita ao governo federal antes do decreto do tarifaço, mas foi reforçada depois disso junto ao vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Assim, representantes de vários setores reivindicam a necessidade do governo federal estabelecer uma política de defesa comercial para proteção do setor produtivo nacional. Na ocasião, o presidente da Fiemg se mostrou desanimado com a possibilidade de redirecionar a exportação brasileira para outros mercados, já que existe uma tendência global dos países se fecharem e não se abrirem.

As falas de Roscoe aos empresários que estiveram na reunião da última semana foram duras. O presidente da Fiemg disse que essa crise não vai acabar dentro de dois anos. "Quem saiu da ‘guilhotina’, saiu na lista de exceções. Se não entrou para a lista, vai demorar. Por isso é preciso se adaptar o mais rápido possível", recomendou.

Nesta ocasião, a Fiemg anunciou aos empresários mineiros que tiveram ao menos 10% da produção afetada pelo tarifaço incentivos como a gratuidade das ações de treinamento do Sesi (Serviço Social da Indústria) e do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), voltado para requalificação da mão de obra. Outro serviço que foi oferecido sem custo foram as consultorias do Senai para aprimorar o processo produtivo, incluindo a eficiência energética. Roscoe também colocou a assessoria técnica da Fiemg à disposição dessas empresas para possíveis ajustes, como demissões.

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No dia 19 de agosto a Secretaria Estadual de Fazenda (SEF) vai divulgar os critérios do governo estadual para dividir entre os setores os incentivos que foram anunciados por Romeu Zema logo que o decreto do tarifaço foi assinado nos Estados Unidos. A Fiemg também aguarda um retorno do governo federal em relação às reivindicações do setor produtivo de ordem tributária, ambiental, energética, econômica e trabalhista.

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