CARNE BRASILEIRA

Tarifaço compromete viabilidade da exportação de carne bovina para os EUA

No primeiro semestre do ano, volume da exportação do produto cresceu 112,6% e receita aumentou 102% em relação ao mesmo período de 2024

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A carne bovina ficou de fora da lista de exceções da aplicação do tarifaço sobre as exportações brasileiras para os Estados Unidos. Com isso, a partir de 6 de agosto, a alíquota para o produto será de 76,4%, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).

Os Estados Unidos são o segundo maior mercado importador da carne bovina brasileira. De janeiro a junho o Brasil exportou 181.477 toneladas do produto para o mercado americano, um aumento de 112,6% em relação ao mesmo período de 2024.

Já a receita foi de US$ 1,04 bilhão, crescimento de 102%. Para 2025, a previsão da Abiec era exportar 400 mil toneladas de carne bovina para o mercado americano, mas a alíquota compromete a viabilidade econômica da operação.

De acordo com Roberto Perosa, presidente da Abiec, o governo federal está estudando ações para mitigar os impactos do tarifaço, como novas linhas de crédito para o setor exportador brasileiro. “Isso ainda está sendo avaliado pela equipe do governo e estará possivelmente dentro das medidas a serem anunciadas. A gente aguarda essa decisão para poder comentar se a linha é suficiente ou não”, afirmou.

O impacto do tarifaço na cadeia da carne bovina brasileira foi estimado em cerca de US$ 1 bilhão nesse restante de ano. Apesar disso, Perosa afirmou que os empregos serão mantidos porque a indústria permanece produzindo.

“O que a indústria sofre é a perda de competitividade. O mercado dos Estados Unidos é altamente rentável, próximo ao Brasil e de alta demanda. Era um cliente bom”, explicou o presidente da Abiec, que disse que toda a cadeia do produto gera sete milhões de empregos no Brasil.

Carne ficará mais barata no Brasil?

Para Roberto Perosa, mesmo que o mercado interno seja uma alternativa para absorver parte da carne que deixará de ser exportada para os Estados Unidos, é improvável que o preço do produto seja reduzido a médio prazo.

“Se diminuir em um mês, daqui a três meses pode ter menos boi disponível para abate. Então, o risco é que a gente não tenha tanta carne disponível daqui a algum período. O interessante é que se mantenham as portas abertas para a exportação para que a gente não tenha nenhum efeito como já tiveram em diversos outros países: uma queda brusca inicial e depois a falta de carne e uma subida muito rápida no preço”, resumiu.

A carne brasileira não vai fazer falta para os EUA?

O presidente da Abiec disse que não entende a taxa extra sobre a carne bovina brasileira, já que a transação é uma “relação ganha-ganha”. Para ele, o Brasil ganha vendendo carne e os Estados Unidos ganha fazendo o blend da carne magra brasileira com a carne com mais gordura americana para a produção do hambúrguer, que representa mais de 60% do consumo de carne bovina naquele país.

“Com certeza, o preço da carne moída nos Estados Unidos deve subir e deve ter um impacto na economia americana, na classe média americana”, analisou.

A Abiec afirma que continua em diálogo com os importadores norte-americanos e colabora com o governo federal na busca de uma solução negociada. A associação reforça a importância de preservar o fluxo comercial com os Estados Unidos, que enfrentam atualmente o menor ciclo pecuário dos últimos 80 anos.

Além disso, está atuando junto ao Ministério da Agricultura e Pecuária na abertura de novos mercados e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) nas articulações diplomáticas e comerciais.

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