TARIFAÇO DE TRUMP

Haddad após recuo no tarifaço: 'Ainda estamos longe do ponto de chegada'

Ministro da Fazenda vê espaço para diálogo com os EUA, mas critica impactos "injustos" das tarifas a setores estratégicos do Brasil

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avaliou nesta quinta-feira (31/7) que a decisão do governo dos Estados Unidos de excluir parte dos produtos brasileiros da sobretaxa de 50% representa um recuo importante, mas ainda insuficiente. “Estamos longe do ponto de chegada”, afirmou. Para o ministro, apesar do alívio parcial, a medida continua injusta e será contestada tanto nas instâncias internas norte-americanas quanto em organismos internacionais.

“É o ponto de partida de uma negociação. Na nossa opinião, houve sensibilidade para algumas considerações que nós já havíamos feito mais de uma vez de que isso não ia só afetar o trabalhador brasileiro, ia afetar o consumidor americano”, disse Haddad, em conversa com jornalistas na portaria do Ministério da Fazenda.

Segundo ele, o governo norte-americano acolheu parte dos argumentos brasileiros, mas ainda há setores em situação "dramática" que precisam ser revistos com urgência. "Estamos num ponto de partida mais favorável do que se imaginava, mas longe do ponto de chegada", disse.

Nessa quarta-feira (30/7), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, oficializou a tarifa extra de 50% sobre produtos do Brasil. No entanto, o decreto trouxe quase 700 exceções, o que livrou segmentos como o aeronáutico, o energético e parte do agronegócio da taxação. Itens como carne bovina, café e frutas, no entanto, devem sofrer impactos significativos.

Haddad informou que a assessoria do secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, entrou em contato para dar início a uma nova rodada de negociações. “A primeira foi em maio, na Califórnia. Haverá agora uma segunda conversa. Vamos levar às autoridades americanas os nossos pontos de vista”, afirmou.

Ele também garantiu que o Brasil vai recorrer das decisões "nas instâncias devidas", e reforçou a postura do governo Lula em favor do equilíbrio comercial entre os blocos econômicos. "nós estamos no mesmo continente, nós temos que buscar mais integração, mais parceria", pontuou.

Para o ministro, a política externa brasileira tem buscado ampliar exportações de forma equilibrada, evitando dependência excessiva de um único parceiro. “O Brasil tem uma economia grande e não pode ser apêndice de nenhuma outra. Nem da China, nem da União Europeia, nem dos Estados Unidos”, declarou.

Haddad também anunciou que o governo brasileiro está finalizando um pacote de medidas de proteção à indústria nacional. A iniciativa já estava prevista em plano de contingência anterior, mas será calibrada à luz do novo cenário tarifário. “Os atos já estão sendo preparados aqui na Fazenda para encaminhamento à Casa Civil. Nos próximos dias, vamos ter anúncios nessa direção”, adiantou.

Por fim, o ministro fez um apelo por mais integração regional. “Nós estamos no mesmo continente, temos que buscar mais parceria. O comércio do Brasil com os Estados Unidos já representou 25% das nossas exportações. Hoje, representa só 12%. Ao invés de crescer, diminuímos. Essa atitude vai nos afastar ainda mais”, concluiu.

Tarifaço

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou no início de julho a decisão de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados para o país norte-americano. Ele justifica a decisão pelo tratamento dado pelo governo brasileiro ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e por considerar a relação comercial entre os dois países "desequilibrada".

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O governo dos Estados Unidos também abriu uma investigação comercial contra o Brasil. A apuração vai avaliar atos, políticas ou práticas do governo brasileiro relacionados a comércio digital e pagamentos eletrônicos e inclui até o Pix.

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