MONTES CLAROS

Expansão da fábrica Novo Nordisk, em Minas, deve ser concluída em 2028

Multinacional espera fomentar, durante a execução da obra em Minas, cerca de 2 mil empregados externos, além de 600 empregos permanentes

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Praticamente três meses após o anúncio de um investimento de R$ 6,4 bilhões - o equivalente a 8 bilhões de coroas dinamarquesas - em sua unidade de produção de Montes Claros (MG), a empresa global Novo Nordisk espera concluir as obras de expansão em 2028. Hoje, 25% da insulina produzida mundialmente pela farmacêutica saem da unidade do Norte de Minas – o que representa cerca de 12% da insulina consumida em todo o mundo.

Pioneira na produção de medicamentos injetáveis análogos ao GLP-1, inicialmente para pessoas com diabetes (Ozempic) e, posteriormente, para obesidade (Wegovy), a Novo Nordisk tem, atualmente, 18 estudos de diferentes moléculas em andamento, e espera expandir, nos próximos anos, seu espectro com drogas destinadas a outras doenças endocrinológicas, além de doenças raras - área na qual já atua.

Tendo em sua carteira de produtos dois medicamentos exitosos, Ozempic e Wegovy, ambos a partir da semaglutida, a multinacional espera fomentar, durante a execução da obra em Minas, cerca de 2 mil empregados externos, além de 600 empregos permanentes após a conclusão das instalações.

A unidade será projetada com foco em sustentabilidade e buscará a certificação LEED. Materiais de construção de baixo carbono serão utilizados sempre que possível, e 100% do fornecimento de energia da unidade virá de painéis solares fotovoltaicos (PVs). Além disso, a unidade utilizará estratégias inovadoras de gestão da água, incluindo captação e reuso de água da chuva para a produção.

O destaque fica por conta da possibilidade da produção no Norte de Minas de insumos para os antagonistas do GLP-1 - medicamentos que atuam na redução dos níveis de açúcar no sangue e, consequentemente, promovem a perda de peso. Hoje, esses medicamentos são importados da Dinamarca.

Segundo Isabella Wanderley, gerente-geral da Novo Nordisk Brasil, a empresa dinamarquesa tem um histórico de mais de 100 anos de produção de remédios contra a diabetes, além da abertura de um mercado relativamente novo que envolve a obesidade. “Este continua sendo o foco da companhia. Vale lembrar que ainda há um subdiagnóstico de casos de obesidade em todo o mundo e um estigma muito grande em torno da doença. Inclusive, há uma falta de entendimento de que a obesidade é uma doença crônica e que é preciso percorrer um longo caminho de conscientização nesse sentido”, comenta.

A gerente-geral destaca que para que o tratamento anti-obesidade seja seguro, ajudando pacientes ao longo de toda a vida, é fundamental o acompanhamento individualizado por parte do médico, além do controle das dosagens, de acordo com o perfil de cada paciente. “É um tratamento contínuo, capaz de garantir uma vida de maior qualidade. Com o tratamento adequado, o paciente poderá estudar, trabalhar e curtir a família, já que a doença tira um pouco das capacidades individuais por ser limitante".

Em breve, a farmacêutica pretende ampliar a carteira de produtos, atuando em novas áreas terapêuticas. “Teremos muitas novidades, com investimentos em tratamentos para doenças cardiovasculares, para problemas no fígado, doenças raras, distúrbios endocrinológicos, hormônios de crescimento e hemofilia.”

Aprovação da Anvisa


Em março, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a primeira insulina semanal do mundo, um avanço significativo no tratamento da diabetes. A nova insulina - basal icodeca - é fabricada pela Novo Nordisk. Com o nome comercial Awiqli, ela é indicada para o tratamento de pessoas com diabetes tipo 1 e 2. A novidade é a redução de 365 aplicações de insulina por ano para uma média de 52 a 54 injeções. No entanto, embora tenha sido aprovada no Brasil, ainda não há uma previsão de lançamento do medicamento por aqui.

Consulta pública

Além de afetar mais de 20% da população brasileira, a obesidade é um fator de risco para outras doenças e diminui a expectativa de vida das pessoas que convivem com ela. Doenças cardiovasculares, por exemplo, são a principal causa de morte entre pessoas com obesidade, respondendo por até dois terços dos óbitos neste grupo. Ações de prevenção e de tratamento correto da doença são essenciais para garantir bem-estar e saúde à população, evitando complicações mais graves, como é o caso da gordura no fígado, diabetes e as doenças do coração.

Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) tem opções limitadas de oferta de tratamento para a doença, que não atendem completamente às necessidades da população. Pensando nisso, a Novo Nordisk optou por incentivar a participação da população junto à consulta pública da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), que avalia a disponibilidade de um novo medicamento: a semaglutida 2,4mg para o tratamento de pacientes com obesidade grau II e III (IMC 35kg/m2), sem diabetes, com idade a partir de 45 anos e com doença cardiovascular estabelecida (infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral prévios ou doença arterial periférica sintomática).

A decisão final sobre a incorporação da semaglutida no SUS será tomada pela Secretaria-Executiva da Conitec, após a análise das contribuições recebidas durante a consulta pública, encerrada no últimodia 30.

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