Quem são os vencedores do 1º Concurso de Confeitaria e Quitanda de BH
O desafio era usar um ou mais ingredientes regionais que representam a biodiversidade de Minas Gerais
compartilhe
SIGA

Os vencedores do 1º Concurso de Confeitaria e Quitanda de Belo Horizonte foram revelados, na manhã desta terça-feira (21/10), no Teatro Francisco Nunes, no Centro da capital, logo depois da abertura do Fórum da Gastronomia, que integra a programação da Bienal da Gastronomia. Ganharam os participantes que melhor usaram ingredientes regionais.
Nesta primeira edição, o tema era Origem. Por isso, confeiteiros e quitandeiros foram desafiados a trabalhar com pelo menos um ingrediente obrigatório da lista elaborada pelas curadoras Mariana Corrêa e Mariana Gontijo. Nela, estavam produtos do cerrado, caatinga e mata atlântica, representando a biodiversidade de Minas Gerais.
"Junto com o processo de criação, eles foram conhecendo os ingredientes, sabendo como trabalhar com eles e recuperaram produtos que estão quase em desuso, como a araruta", comenta Mariana Gontijo. "A gente sempre fala que o Brasil foi descoberto, mas ele sempre esteve aqui. Acho que agora nós estamos redescobrindo quem somos através desses ingredientes."
Mariana Corrêa reforça que a iniciativa exalta a potência dos sabores encontrados em Minas Gerais. "Fiquei muito feliz de ver tanto em confeitaria quanto em quitanda a expressividade que a gente tem e que está escondida. Realmente temos que mostrar, colocar para fora", aponta.
Tem pequi no pão de queijo
Na categoria Quitanda, a vitória foi do pão de queijo com pequi e requeijão moreno da Mix Lanches. A inspiração de Frederico Amorim veio de uma receita de risoto de pequi. "Peguei o que fiz no risoto, que foi a infusão do pequi no leite, e usei para escaldar o polvilho". Com isso, o sabor do ingrediente regional fica tanto na massa (com um mix de queijos da Serra do Salitre e da Mantiqueira) quanto no recheio (que tem pedacinhos da fruta).
A ideia do requeijão moreno surgiu quando Fred batizou a receita de Riobaldo e Diadorim, que faz alusão ao livro "Grande Sertão: Veredas". "Falei assim: vamos criar um romance nosso mesmo, bem original, bem mineiro. O requeijão tem um gosto mais amendoado, de doce de leite e quebra o frutado do pequi", explica.
O segundo lugar ficou com o bolo de abóbora com crumble de castanha de baru e calda de laranja da Feito com Amor. Completou o pódio na categoria Quitanda a brevidade de araruta da Casa di Maria, que conquistou o terceiro lugar.
Leia Mais
Pão de mel com sabor de cerrado
A cagaita, fruta típica do cerrado, levou sabor para o recheio do pão de mel que venceu na categoria Confeitaria. "A gente queria trazer esse sabor raro, afetivo e ao mesmo tempo inovador para a confeitaria", justifica a ganhadora Mariana Alves, da Oficina Mineira de Cakes e Artes. "Transformar essa fruta delicada num doce foi um desafio delicioso e o resultado está encantador."
Os jurados deram o segundo lugar para o bolo flan de milho com caramelo de café e pipoca caramelizada com canela e flor de sal da Aquarela Doce Ateliê. Já o terceiro lugar ficou com a tartelete de baru, chocolate e coco da Forno de Adelina.
Como funciona o concurso?
- O Concurso de Confeitaria e Quitanda de Belo Horizonte é voltado exclusivamente para pequenos negócios com CNPJ ativo há pelo menos dois anos e sediados na capital.
- No total, foram cerca de 60 inscrições, das quais 40 foram para a primeira seletiva de um júri especializado, que escolheu os 20 selecionados para o e-book. Desses 20, um novo júri escolheu os três vencedores de cada categoria.
- Os participantes tiveram suas receitas avaliadas nos quesitos: apresentação/embalagem, adequação ao tema proposto, sabor, técnicas empregadas, uso do ingrediente obrigatório e originalidade.
- Os prêmios são de R$ 3 mil, R$ 2 mil e R$ 1 mil, respectivamente, convertidos em consultorias do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Minas Gerais (Sebrae MG) para melhoria dos negócios.