DIVERSIDADE

Sabores de outros estados conquistam o Fartura 2025

Mais do que receitas e ingredientes, os chefs que vieram de fora para o festival de gastronomia de Tiradentes levaram e trouxeram memórias, técnicas e histórias

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A 28ª edição do Festival Fartura terminou neste domingo (31/8), em Tiradentes, no Centro-Oeste de Minas Gerais, depois de dez dias de celebração da cultura, da hospitalidade mineira e, sobretudo, da diversidade gastronômica brasileira. Entre os muitos destaques, estiveram os chefs de fora de Minas, que trouxeram suas cozinhas regionais, histórias pessoais e novas perspectivas para o encontro.

O Restaurante Ilhote do Sul, de Macaé (RJ), foi uma das novidades desta edição. Os chefs Rafael Pires, natural de Tiradentes, e Luiz Renato, carioca com mais de três décadas de experiência, serviram pratos que uniam mar e terra. O público pôde provar desde o bolinho de bacalhau até o “Pote do Pescador”, um arroz caldoso de frutos do mar com farofa de coco e dendê, além de versões de nhoque que iam do filé mignon com bacon ao mix vegetariano de cogumelos.

“Estamos desde as 11 da manhã tirando panela e colocando outra no fogo. Não paramos um minuto, mas o saldo é 100% positivo. É um sonho realizado estar aqui e mostrar um pouco do que fazemos no Rio”, celebrou Luiz Renato.

A chef e jurada do programa Mestre do Sabor, Kátia Barbosa, também marcou presença. Filha de paraibanos e criada no Rio, ela defende que a cozinha brasileira precisa equilibrar tradição e modernidade. Em Tiradentes, apresentou, ao lado do mineiro Yves Saliba, uma receita de língua de boi curada, que unia técnicas contemporâneas ao sabor marcante da cozinha popular.

“Não viemos ensinar nada, viemos trocar. Festivais como o Fartura são necessários porque nos fazem aprender com os jovens chefs e com novas ideias. A comida precisa se modernizar sem perder sua essência. E o mais importante: cozinhem em casa. O cheiro que fica na memória não é do restaurante, é o da comida da vó, do franguinho de panela. É isso que forma a nossa cultura alimentar”, destacou.

Filha de paraibanos e criada no Rio, Kátia Barbosa defende que a cozinha brasileira precisa equilibrar tradição e modernidade.Com Yves Saliba, ela apresentou uma língua de boi curada
Filha de paraibanos e criada no Rio, Kátia Barbosa defende que a cozinha brasileira precisa equilibrar tradição e modernidade.Com Yves Saliba, ela apresentou uma língua de boi curada Nara Ferreira/EM/D.A Press e Senac/Reprodução

 

Pantanal no prato

Direto do Mato Grosso do Sul, o chef Paulo Machado trouxe ingredientes inusitados ao evento. Em suas cozinhas ao vivo, preparou jacaré e apresentou ao público uma versão de macarrão de comitiva enriquecida com grilos crocantes, técnica aprendida em aulas de gastronomia no México.

“O público se surpreendeu. O ‘chapolin’ traz sabor e crocância. Vale destacar que consumir insetos não é novidade. Nossos antepassados comiam diante da escassez de alimentos e pelo alto valor proteico dessa iguaria”, contou.

Para ele, o Fartura se diferencia pela hospitalidade mineira. “Aqui, a gente sente a fartura da mesa mineira. É sempre pão de queijo, doce de leite, linguiça, queijo… e tudo servido com afeto. Esse acolhimento é algo que marca o festival.”

Paulo também ressaltou a importância do intercâmbio entre gerações. “Conheci jovens chefs mineiros incríveis, gente que começou vendendo pastel de angu de bicicleta e hoje produz mil unidades por dia, sempre de forma artesanal. Essa troca nos renova.”

Do Mato Grosso do Sul, chef Paulo Machado  preparou jacaré e apresentou ao público uma versão de macarrão de comitiva enriquecida com grilos crocantes
Do Mato Grosso do Sul, chef Paulo Machado preparou jacaré e apresentou ao público uma versão de macarrão de comitiva enriquecida com grilos crocantes Nara Ferreira/EM/D.A Press

 

E, ao fim de mais um Fartura, fica claro que, mais do que receitas e ingredientes, os chefs que vieram de fora levaram e trouxeram memórias, técnicas e histórias.

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