O que é o sabor umami? Descubra o quinto gosto do paladar humano
Umami é o quinto sabor do paladar humano, presente em pratos como feijoada, sushi e massas com queijo; saiba como identificar e intensificar em suas receitas
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Siga noJá consumiu algo que não era doce, salgado, azedo e nem amargo, mas simplesmente deliciosamente saciante? Esse é o umami, o quinto gosto do paladar humano.
O conceito de umami surgiu em 1908, quando o químico japonês Kikunae Ikeda percebeu um gosto diferente ao degustar um caldo tradicional de algas e peixe bonito. Ele chamou esse gosto de “umami”, que significa “essência saborosa” em japonês. Em 2002, a ciência oficializou o quinto gosto ao descobrir receptores específicos na língua que respondem ao glutamato.
O umami não é apenas uma característica culinária: é o sinal bioquímico de proteína no alimento, ativando a salivação e aumentando a percepção de saciedade.
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Como reconhecer o umami na prática
Identificar o umami não exige paladar treinado, mas atenção aos sinais sensoriais. Ele se revela tanto pelos ingredientes quanto pelas sensações que provoca na boca.
1. Substâncias-chave
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Glutamato livre: presente naturalmente em ingredientes como tomate maduro, queijo parmesão, cogumelos, carne e peixes;
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Nucleotídeos: como inosinato (IMP) e guanilato (GMP), que amplificam o sabor umami quando combinados com glutamato,um exemplo clássico é o caldo dashi, feito com alga kombu e katsuobushi (atum bonito seco).
2. Sensações na boca
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sabor prolongado e persistente na língua;
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salivação aumentada e textura aveludada;
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impressão de “carnoso” ou “caldoso”, mesmo em pratos sem carne.
Pratos e ingredientes ricos em umami
De receitas orientais a clássicos do dia a dia, há diversos pratos que entregam essa explosão de sabor sem que a gente perceba de imediato.
1. Na cozinha japonesa
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Dashi: base líquida essencial em sopas, ramen e outros pratos, combina glutamato e inosina para gerar sabor profundo;
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Sushi tradicional: o arroz fermentado e o peixe proporcionam umami por meio dos aminoácidos liberados durante o preparo.
2. Na culinária ocidental
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massas com molho de tomate, carne e parmesão são um exemplo clássico do uso combinado de ingredientes ricos em umami;
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queijos curados, carnes curadas, embutidos e anchovas também são fontes notáveis.
3. Alimentos globais
Molhos fermentados e pastas como molho de soja, miso, kimchi, extrato de levedura (como Marmite ou Vegemite), além de vegetais como cebola caramelizada ou cogumelos secos, concentram o umami.
Por que o umami é tão valorizado hoje
Com seu poder de intensificar o sabor, o umami permite reduzir o uso de sal sem comprometer o prazer de comer. Além disso, alimentos ricos em umami estimulam maior produção de saliva e ativam áreas cerebrais relacionadas ao prazer, criando memórias sensoriais marcantes.
Dicas para intensificar o umami em casa:
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combine ingredientes naturalmente ricos em glutamato e nucleotídeos, por exemplo, tomate + parmesão ou cogumelos + molho de soja;
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use técnicas como redução de caldos ou fermentação caseira (kombu dashi, kimchi, legumes fermentados);
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polvilhe lascas de katsuobushi sobre saladas, ovos ou pratos quentes;
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aposte em alimentos maduros ou curados, como tomates secos, queijos envelhecidos, cogumelos desidratados ou molho de peixe;
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tempere com cuidado; use glutamato monossódico (MSG), um realçador de sabor seguro e metabolizado como o glutamato natural.
Umami na culinária brasileira
Na feijoada, o umami aparece nas carnes suculentas, no feijão bem cozido e no arroz com temperos, compondo uma refeição intensamente saborosa e reconfortante.
Um bom molho de tomate reduzido com carne moída e parmesão traz o perfil completo do umami: intensidade, persistência e aquela salivação irresistível.
O umami se tornou um ingrediente invisível em nossas memórias culinárias. Este sabor é acompanhado do aroma convidativo do queijo derretido, o caldo espesso e a textura rica dos cogumelos bem usados.