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CAFÉ OU VINHO?

Café na taça? Descubra a nova forma de servir a bebida

Especialista explica se recipiente pode influenciar no sabor e nas sensações do café

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Já pensou em pedir um cafézinho e ser servido em uma taça? Bem, se isso acontecer com você, saiba que não é a alta dos preços do grão que faz com que a bebida seja valorizada quando servida, mas sim uma nova possibilidade no universo cafeeiro que vem se abrindo.

Por mais inusitada que pareça, a prática vem ganhando cada vez mais espaço em cafeterias, cursos e workshops sobre café, e há uma explicação técnica por trás dela.

De acordo com Helga Andrade, especialista em café há mais de 14 anos, o recipiente em que o café é servido interfere diretamente em sua percepção, e, no caso da taça, características do grão podem ser valorizadas. “A gente percebe o bouquet com mais clareza com o espaço maior da taça”, explica.

A especialista destaca que o que acontece com o café na taça não é muito diferente dos vinhos. “Um café de boa qualidade vai evoluindo à medida que areja, como um vinho”, completa Andrade. Dessa forma, à medida que se movimenta, se complexifica em termos de sabores e sensações.

A temperatura do café também é diferente quando as taças são usadas. O recipiente é responsável por modificar a temperatura do líquido, que esfria mais rapidamente. “O vidro, principalmente se não for escaldado, vai trocar temperatura com o café e o ambiente mais rápido”, esclarece a especialista.

Helga explica ainda que, por medida de segurança e também para melhor experiência sensorial, o café deve ser amornado antes de ser servido em uma taça. “É importante o café chegar perto da temperatura corporal para conseguir sentir os sabores”, completa.

A coloração do recipiente também pode influenciar na sua percepção de um alimento e, com o café isso não é diferente. Helga explica que a taça, por ser transparente, pode gerar estranheza por “clarear” a tonalidade do líquido, conhecido pela cor quase preta. “Pode ser um choque para quem não está preparado”, afirma.

Tradição é difícil de mudar

A nova prática de servir café em taças é desafiadora, afinal, contrapõe a tradicional xícara de café usada nas casas das famílias brasileiras. “Acredito que o café é uma bebida que tem o desafio de ser corriqueira e ter um ritual muito intimista, de casa”, afirma Helga. A especialista, embora reconheça que o café seja cotidiano no país, aponta que a bebida pode oferecer muito mais aos brasileiros e que a taça pode favorecer esse quadro.

Para Andrade, o uso da taça pode ser um aliado na missão de popularização dos cafés especiais, com grãos únicos e torra fresca que favorecem a complexidade sensorial e na valorização da bebida. “A adoção da taça como uma estratégia de tirar o café do dia-a-dia”, defende a especialista.

Taça ou xícara?

Como se deve saber o café ideal para cada tipo de recipiente? De fato, de acordo com a especialista, existem cafés que são mais valorizados com base no recipiente em que são servidos.

Para cafés espressos, por exemplo, Helga recomenda a boa e velha xícara de porcelana. Para degustação profissional, a especialista utiliza a de vidro. Quando o objetivo é ritual de consumo, porém, as taças de vidro ou cristal são indicadas por Andrade.

A especialista destaca ainda que cafés fermentados, que possuem um buquê aromático complexo, mas que, ao mesmo tempo, são mais frescos e delicados, podem ser valorizados se servidos em taças de vinho.

Por outro lado, para cafés típicos brasileiros, mais encorpados e densos, a xícara de porcelana pesada é a mais recomendada. “Dá uma sensação de preenchimento maior, torna o café mais pesado”, explica Helga.

Bebidas alcoólicas

A forma mais difundida de servir café em taças ainda é por meio de drinques, de acordo com Andrade. A coquetelaria já utiliza a bebida há bastante tempo, mas vem se reinventando e revivendo clássicos. O Espresso Martini, por exemplo, criado nos anos 1980, composto basicamente por vodca, café espresso e licor de café, tem sido popularizado e reformulado.

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Com ele, surgem outras novas criações. O Carajillo 43, embora mais recente, já virou um clássico pelos bares e restaurantes da cidade. Uma mistura simples de gelo, licor espanhol e café espresso foi capaz de conquistar o gosto da população mineira e brasileira.

*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata

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