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CAMPEÕES DE VENDAS

Fábricas de salgadinhos revelam as preferências dos mineiros

Coxinhas, empadinhas, enrolados, pastéis e vários outros itens fazem parte da nossa cultura gastronômica

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O cheiro irresistível de salgadinhos recém-saídos do forno anuncia sabor e crocância e o ritmo acelerado na produção de centenas deles. Cena comum na rotina de fábricas de Belo Horizonte e Contagem que trabalham a todo vapor para abastecer casas, bares, lanchonetes e outros estabelecimentos com os quitutes. Fato é que coxinhas, empadinhas, enrolados, pastéis e vários outros itens fazem parte da nossa cultura gastronômica.


Para algumas pessoas, já virou parte do dia a dia fazer uma pausa para lanchar “na rua”. Nas estufas, há opções de salgados, de muitos tamanhos, com diversos recheios, para todos os gostos. Nas festas, não tem erro. Todo mundo gosta. E nos freezers dos supermercados, os salgados congelados são sinônimos de praticidade. Mas qual é o caminho percorrido por esses alimentos até chegar ao paladar do mineiro?


Em BH e região metropolitana, é grande o número de fábricas que começaram como empresas pequenas e familiares e, com o aumento das demandas, contrataram mais funcionários, adquiriram maquinário e se adaptaram ao mercado. E, ao longo dos anos, o que era um pequeno negócio acabou se tornando grande.

A meta da D'Gosto é aumentar em 10 vezes a produção de salgados, entre eles a bolinha de milho com alho-poró
A meta da D'Gosto é aumentar em 10 vezes a produção de salgados, entre eles a bolinha de milho com alho-poró Luiz Trix/Divulgação


Esse é o caso da D´Gosto. Criada por Patrícia e Sérgio Teixeira, mãe e filho, a fábrica começou com a produção de cerca de 300 salgadinhos por dia. Hoje, com mais de 10 anos de estrada, são 16 toneladas, mais de 80 colaboradores diretos e mais de 130 indiretos.

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A empresa, sediada no Bairro Granja Ouro Branco, em Contagem, começou com o desejo de levar praticidade aos lares mineiros no preparo dos salgadinhos. Sérgio conta que, antes, quando batia a vontade de comer salgado, as pessoas tinham muito trabalho até, finalmente, matar a vontade. Ele relembra que era preciso fritar os salgados em casa e a cozinha ficava “uma bagunça”.


A marca veio para mudar essa realidade. Os salgados congelados podem ser assados no forno ou na airfryer. Sem sombras de dúvidas, o objetivo de tornar mais fácil a vida dos consumidores foi alcançado: a D´Gosto tem mais de 55% do market share de Minas Gerais. Isso quer dizer que, de todos os salgados vendidos hoje no estado, mais de 55% são da empresa, segundo os donos.

Nove opções


O campeão de vendas é a coxinha com requeijão, seguida da coxinha tradicional e a empada de frango. No total, são nove opções. Além das três já citadas, entram na lista coxinha de pernil com requeijão, bolinha napolitana (com presunto e muçarela), bolinha de queijos, bolinha de milho com alho-poró e mini churros (com açúcar e canela separados, dentro de saquinhos), vendidos em embalagens de 800 gramas.

Apenas o croquete de carne com requeijão, da linha gourmet, chega aos clientes em pacotes de 500 gramas.


Todos podem ser encontrados em redes de supermercados, não só em Minas, mas também em São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Paraná, Tocantins e Espírito Santo.


O dono conta, orgulhoso, que, apesar de a empresa ter crescido (e muito) com o passar dos anos, a qualidade não se perdeu em meio à demanda em larga escala: “Nosso foco hoje é a venda de salgados práticos e saborosos. O sabor mineiro na mesa do brasileiro. Sem perder a qualidade e com ótimo custo-benefício, ou o melhor custo-benefício do mercado”, comemora.


Ainda segundo Teixeira, os resultados já são satisfatórios, mas, em meio ao cenário promissor da marca, a meta é aumentar a quantidade de salgados feitos por dia em 10 vezes.

Recheio cremoso


Em 2009, nasceu a TopFood. “Decidimos buscar conhecimento para produzir um pão de queijo que realmente honrasse a tradição de Minas Gerais. Depois de muitos testes e alguns quilos a mais, chegamos a um pão de queijo que respeita os ingredientes e traz o verdadeiro sabor mineiro”, diz Thiago Pereira Amaral Moreira, que, junto com o sócio Leonardo Machado, concretizou o desejo de criar a marca.

Os salgados da TopFood são vendidos congelados e já fritos; basta aquecer e se deliciar
Os salgados da TopFood são vendidos congelados e já fritos; basta aquecer e se deliciar TopFood/Divulgação


Apesar do protagonismo dos pães de queijo, o portfólio inclui pizzas, massas e salgados, como empada de frango, esfirra de carne, quibe, risole de milho com queijo e bolinho de mandioca. Entre os mais vendidos, estão (sem nenhuma surpresa) a coxinha, que se destaca pela textura crocante por fora e pelo recheio cremoso e abundante.

Moreira conta o que está por trás das receitas: “Todas são inspiradas na tradição mineira e desenvolvidas para trazer praticidade sem abrir mão do sabor caseiro”, explica.


Os salgados são vendidos congelados e já fritos. Basta aquecer e consumir, sem a necessidade de fritar ou preparar de outra forma. Os produtos da TopFood podem ser encontrados na maioria das redes de mercado da região metropolitana de Belo Horizonte. Os salgadinhos também são distribuídos para outras cidades do Brasil, com presença forte aqui em Minas, Rio de Janeiro e Bahia.


A questão sanitária e a segurança alimentar são pilares da TopFood: “Priorizamos muito a questão dos ingredientes. Sempre de primeira linha. Não colocamos nenhum tipo de aditivo nos produtos. A conservação vem da questão do sal e do congelamento. Também somos muito rigorosos com a questão da limpeza. Somos elogiados por isso”, celebra.


A rede atende tanto o varejo quanto empresas e estabelecimentos que desejam parceria com a marca. Os preços variam. O quilo das coxinhas de frango, por exemplo, que corresponde a cerca de 35 unidades, está na faixa dos R$ 45,90.


Cheiro de coxinha


Um jornalista desanimado com a profissão, em busca de um negócio que o pudesse desafiar, deu início ao Céu da Boca Salgados. Stefan Salej Júnior procurou na internet por lanchonetes à venda até que, em 2017, encontrou uma pequena fábrica na Região do Barreiro, em Belo Horizonte. Chamou a atenção de Stefan o fato de ser uma empresa artesanal com vendas em escala industrial. Mas o que realmente ganhou o coração dele não foi isso. Na visita à fábrica, o cheiro de coxinha pairava no ar. “Era maravilhoso”.

As receitas da Céu da Boca estão em livro secreto guardado a sete chaves
As receitas da Céu da Boca estão em livro secreto guardado a sete chaves Ana Caroline Santos/Divulgação


Já em posse do estabelecimento, o novo proprietário fez questão que o “jeito artesanal” continuasse a fazer parte da produção. Apenas a linha “mini” é produzida por máquinas. Todo o restante é feito por pessoas, a mesma equipe responsável pelo cheiro de coxinha que conquistou Stefan na primeira visita. Ele garante que há uma grande diferença entre um salgado de lanchonete feito por máquina e um produzido manualmente.


“Garanto que as nossas salgadeiras conseguem produzir muito melhor do que qualquer máquina em existência, além do capricho no acabamento. Comprando os nossos salgados, o consumidor sabe que ajuda um negócio local e emprega pessoas em vez de máquinas”, explica o dono.


A empresa oferece 24 variedades de salgados, vendidos congelados. Os de massa doce (com açúcar na composição), como hambúrgueres e enrolados, e os de massa podre (com farinha de trigo, gordura, ovo e sal) são pré-assados. É o caso da empada, da tortinha e do pastel assado. Os demais são pré-fritos ou crus.

As vendas são voltadas para lanchonetes, padarias, escolas e cozinhas industriais em BH e região metropolitana, além de Manhuaçu, na Zona da Mata.


O segredo das receitas Stefan não revela: “As receitas vêm do nosso livro secreto gigante de receitas, guardado a sete chaves. Consultamos avós, tias e respectivos companheiros e companheiras”, conta.

Tempo recorde


O casal Dener Ulisses Fonseca e Cândida dos Santos Souza começou a vender salgados na própria casa em 2016, com maquinário comprado de um amigo, que estava de saída do segmento. As vendas eram feitas através de redes sociais. Bastou um mês e eles já estavam “arrebentando” nas vendas. Dois anos depois, migraram para a loja no Bairro Eldorado, em Contagem, onde estão até hoje. Durante a pandemia, as vendas foram difíceis, mas “na luta” o negócio cresceu.

Com o novo espaço e mais funcionários, a Ligeirinho espera reduzir o tempo de entrega para até uma hora
Com o novo espaço e mais funcionários, a Ligeirinho espera reduzir o tempo de entrega para até uma hora Ligeirinho/Divulgação


O nome da marca é Ligeirinho. Um dos maiores diferenciais é o preço justo: “Graças a Deus, trabalhamos com honestidade com o cliente, qualidade do produto e preço bom. Tentamos vender com um preço melhor e mais acessível para o cliente sempre voltar”, afirma o proprietário.


Outro diferencial é o tempo de espera. O nome Ligeirinho não é por acaso. Dener conta que hoje a estimativa de tempo de entrega para os clientes é de até duas horas. Mas, com a aquisição de um novo espaço, que começa a funcionar na semana que vem (ainda no mesmo bairro), a expectativa é diminuir de trinta minutos a uma hora com a contratação de novos funcionários.


O novo espaço ficará disponível para aluguel de festas infantis, com brinquedos e ar-condicionado. Já o antigo endereço continuará com a parte da produção e atendimento ao público, além de oferecer a opção de consumo imediato dos produtos.


No total, são 13 opções de salgadinhos. Os mais consumidos são a coxinha de frango, pastelzinho de queijo com milho, bolinha de alho-poró e empada de frango. Além dos salgados, docinhos e bolos são vendidos separadamente ou em “kits festas”.


Os salgados podem ser comprados fritos, pré fritos ou congelados. Cem unidades de “salgados para festa” (coxinha, quibe, bolinha de presunto com muçarela, croquete de calabresa, pastelzinho de muçarela com milho, croquete de carne, bolinha de muçarela, bolinha de alho-poró e enrolado de salsicha), já fritos, estão no valor de R$ 60. Os mesmos, congelados, saem por R$ 55. Em média, a empresa vende por semana 100 mil unidades.


Os clientes podem retirar os pedidos na loja ou receber em casa. A própria Ligeirinho é responsável pelas entregas. O raio de entrega é até cerca de 20km de distância da loja. Quando perguntado sobre revendedores, Dener surpreendeu na resposta: “Não temos revendedores, nossos vendedores são os próprios clientes que vão indicando”, relata.


Amor pelo que faz


Tudo começou em 1978, em uma pequena loja em Santa Maria de Itabira, município no interior de Minas Gerais. Naquela época, nada de larga escala, grandes maquinários e parcerias. A Cantina Tia Eliana atendia apenas os moradores. Por trás do simples empreendimento, estava o desejo de uma mulher em gerar empregos e ensinar as pessoas a “andar com os próprios pés”. Essa mulher era a quitandeira Eliana.

Entre mais de 50 opções de salgados da Tia Eliana, o cigarrete de presunto e muçarela é o mais vendido
Entre mais de 50 opções de salgados da Tia Eliana, o cigarrete de presunto e muçarela é o mais vendido Amplo Brasil/Divulgação


O gestor de comunicação da marca, Euzébio de Andrade, conta que Eliana conquistava os clientes, que sempre voltavam: “A qualidade sempre chamou atenção e trazia o cliente sempre de volta. E aí a empresa cresceu e se desenvolveu. Infelizmente, a tia Eliana partiu em 2019. Mas a empresa já estava consolidada na mão da família”, relembra.


Levando “amor em tudo que faz”, desde os primórdios, hoje a empresa conta com cerca de 600 colaboradores e tem um porte expressivo. Além de uma loja em BH, são quatro unidades em Itabira, uma em Timóteo, uma em Ipatinga e uma em Santa Maria de Itabira, onde a história começou.


O gestor define a marca como uma cozinha industrial que segue a linha food service, ou seja, é uma rede que atende supermercados. E está presente em quase todo país. A preocupação é conseguir atender todo distribuidor que estiver precisando de produtos congelados para vender.


Existem mais de 50 opções de salgados. O mais vendido é o cigarrete, enroladinho frito com casquinha “dourada e crocante” e recheio de presunto e muçarela, queijo ou frango com requeijão). Também cativam os clientes a coxinha (bacalhau, carne de sol com cheddar, frango, frango com cheddar e frango com requeijão) e a empada (bacalhau, bacalhau com requeijão, calabresa, carne com azeitona, frango, frango com palmito e queijo).


Apesar de o foco da empresa ser vendas para supermercados e comércios maiores, os clientes podem encomendar em todas as unidades quantidades menores ou experimentar os quitutes por lá mesmo.


A Tia Eliana é uma indústria, de fato. Boa parte da produção conta com maquinário. Mas também conta com “mãos” em algumas etapas, pois faz questão de manter processos artesanais. Euzébio reforça que, apesar de toda a inovação, o mais importante não mudou.

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“O DNA da marca é presente em todas essas etapas. A gente usa até o slogan 'amor em tudo que faz' porque é o amor nesse sentido: de fazer com gosto como a Tia Eliana deixou essa semente. A marca até hoje cresce com essa essência de empresa pequena, que fala conversando com seus clientes, que tenta realmente levar os melhores produtos”, relata.


Serviço


D´Gosto (@salgadosdgosto)
Avenida Álvaro Santos, 920 – Granja Ouro Branco, Contagem
(31) 2342-2372

TopFood (@topfood_paodequeijo)
Avenida Antônio Carlos, 2080 – Lagoinha
(31) 98475-4573

Céu da Boca (@ceudabocasalgados)
Rua Paulínia, 186 – Tirol
(31) 2118-1186

Ligeirinho Salgados Express (@ligeirinhosalgadosexpress)
Avenida José Faria da Rocha, 5636 – Eldorado, Contagem (produção e atendimento ao público)
Avenida José Faria da Rocha, 5418 – Eldorado, Contagem (espaço para festas)
(31) 99163-7305

Tia Eliana (@tiaelianaoficial)
Avenida do Contorno, 3390 – Santa Efigênia
(31) 3241-2970

*Estagiária sob supervisão da subeditora Celina Aquino

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