Projeto ‘Falas’ tem edição dedicada à Consciência Negra
Programa da Globo encerra temporada 2025 nesta quinta (20/11), com especial que mantém característica da atração de tratar os temas pelo viés do humor
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“Falas negras”, o último programa de 2025 do projeto “Falas” – série especial da TV Globo dedicada a promover debates, informar e conscientizar o público sobre temas ligados à diversidade –, será exibido na próxima quinta-feira (20/11), Dia da Consciência Negra, após a novela “Três Graças”. Nesta edição, a apresentação fica a cargo dos atores Luis Miranda e Luellem de Castro.
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“É extremamente importante, quando a gente faz uma TV aberta e pública, poder refletir para o público essas temáticas”, afirma Luis Miranda. “É saudável e inteligente que a gente consiga ser cada vez mais inclusivo.”
Aos 55 anos, o ator, dramaturgo e comediante baiano soma trabalhos marcantes em comédias como “Sob nova direção” e “A grande família”. Atualmente, interpreta Asdrúbal, professor e amigo do protagonista Candinho (Sérgio Guizé), no folhetim “Êta mundo melhor”. Esta é a primeira participação do artista em novelas desde 2014, quando fez “Geração Brasil”.
Neste ano, Luis estreia como apresentador do “Falas negras” justamente quando o especial adota o humor como principal estratégia narrativa. Dirigido por Naína de Paula e escrito por Verônica Debom, o programa aborda a vivência negra no Brasil por meio de esquetes, stand-up, sátira, autocrítica e números musicais.
Entre os convidados estão os atores Digão Ribeiro, Fernando Caruso, Haonê Thinar, Ícaro Silva, Luísa Perissé, Magda Gomes, Pedro Ottoni e Thamirys Borsan, além dos humoristas Bruna Braga, Tatá Mendonça e Thiago Carmona.
No ar desde 2020, o projeto “Falas” já explorou formatos como o documentário, o drama e o experimento social. Em 2025, foram apresentadas as edições “Falas femininas”, “Falas da terra”, “Falas de orgulho”, “Falas de acesso” e “Falas da vida”, todas abordando seus respectivos temas pelo viés da comédia.
Luis Miranda destaca a importância de tratar o tema racial a partir de uma nova perspectiva. “A gente tenta encarar esse assunto de uma maneira bem-humorada porque, quando a gente vai falar, às vezes é com muita revolta e muita indignação. O interesse constante da arte, como um todo, é sempre comunicar, refletir, informar. É sempre sobre tentar abrir diálogos e discussões”, afirma o ator.
“No caso da questão negra, é tratar sobre o preconceito estrutural que a gente vive no país, sobre a violência sistemática e sobre o racismo. Todas essas coisas, de uma maneira ou de outra, a gente está abordando com um tom mais leve e mais ácido no programa”, diz.
Ao refletir sobre o papel do humor na sociedade, o ator defende que a comédia só cumpre sua função quando é praticada com responsabilidade. “Há mesmo limites para piadas de mau gosto. Dá para a gente rir e se emocionar com várias outras possibilidades que não sejam depreciativas. A minha postura sempre foi de procurar a delicadeza e a maior elegância possível para sempre oferecer ao público aquilo que a gente também gostaria de receber se a gente estivesse no lugar deles”, comenta.
Ele também destaca que, embora a exibição do programa coincida com uma data dedicada à celebração das vidas negras, a pauta vai além do calendário. “Para mim, todos os dias é uma luta sistemática, porque não carrego uma data comigo. Carrego uma cor, carrego uma cara, carrego uma brasilidade, o tempo inteiro e todos os dias”, diz.
“Novembro nada mais é do que um mês, por mais que a gente tenha o Dia da Consciência Negra, que agora se considera um feriado nacional. A gente precisa alertar que essa consciência não é uma coisa que você veste e, em novembro, você é consciente. Não, consciência é uma coisa que perdura, que permanece. Novembro é um mês de alerta, um mês de ressalva, mas nada mais que isso”, diz.
“FALAS NEGRAS”
• Especial exibido nesta quinta (20/11), após a novela “Três Graças”, na TV Globo.
*Estagiária sob supervisão da editora Silvana Arantes