CINEMA

Mostra no CCBB BH, com 83 filmes, exibe obra de Charles Chaplin na íntegra

Curador José de Aguiar diz que retrospectiva destaca produções praticamente desconhecidas, principalmente curtas-metragens

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Resgatando o cinema que acredita na humanidade, os filmes de Charles Chaplin (1889-1977) voltam à telona a partir desta quarta-feira (29/10) e ficam em cartaz até 17 de novembro, no CCBB BH. A Mostra Chaplin faz retrospectiva completa dedicada ao britânico que revolucionou a sétima arte.

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A programação reúne 83 filmes, entre curtas, médias e longas-metragens, além de sessões com acessibilidade, cursos, debates e oficinas.

José de Aguiar, curador da mostra, diz que concretizou um sonho antigo. “Idealizo fazer a retrospectiva completa do Chaplin há pelo menos uns 10 anos. Há quatro, vinha alimentando esta ideia de forma mais concreta. Fui aprovado no edital do CCBB de 2023 e finalmente ela aconteceu este ano”, conta.

Antes de Belo Horizonte, o evento passou por Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo.

Aguiar explica que o objetivo é oferecer ao público ampla visão da filmografia do artista, incluindo produções menos conhecidas.

Atriz e Charles Chaplin em cena de Carlitos, ladrão elegante
'Carlitos, ladrão elegante' será exibido nesta quarta (29/10), às 15h, no CCBB BH Reprodução

“A escolha foi simples, porque a minha ideia sempre foi fazer uma retrospectiva completa, principalmente porque os curtas são muito pouco vistos hoje em dia. Fiz questão de dar destaque grande para eles. Ficaram de fora apenas os filmes inacabados ou que ele sempre disse que não gostaria que fossem exibidos.”


A agenda terá clássicos como “O grande ditador” (1940), sátira ao nazismo, e “Luzes da ribalta” (1952), que marca o reencontro de Chaplin com Buster Keaton.

Também serão exibidos curtas realizados nos estúdios Keystone, Essanay e Mutual, como “Corridas de automóveis para meninos” (1914), no qual nasceu o icônico personagem Carlitos.


Durante o avanço do nazismo na Alemanha de Hitler, o filme “O grande ditador” reforçou o posicionamento do diretor e ator em relação à igualdade e à democracia. O discurso do personagem de Charles Chaplin, um barbeiro judeu, tornou-se um clássico do cinema.


“Lutemos para libertar o mundo, para acabar com as barreiras nacionais, para acabar com a ganância, o ódio e a intolerância. Lutemos por um mundo racional, um mundo onde a ciência e o progresso levem à felicidade de todos os homens. Soldados! Em nome da democracia, unamo-nos todos”, afirma Chaplin no filme lançado em 1940. 

Com Sennett nos EUA


O ator e diretor iniciou sua trajetória nos palcos londrinos ainda na infância, tornando-se depois um dos primeiros astros da história do cinema.

“Com mais ou menos 24, 25 anos de idade, ele foi para os Estados Unidos fazer uma turnê. Lá, o produtor Mack Sennett o convidou para participar de seu estúdio. Em 1914, ele fez 36 curtas-metragens em apenas um ano. Metade como ator, metade também como diretor”, diz José de Aguiar.

Personagem Carlitos, de Charles Chaplin, usa calça e blusa branca e está ao lado de lata de lixo sobre rodas em cena do filme Luzes da cidade
Carlitos denuncia a desigualdade social no romântico 'Luzes da cidade' Reprodução


Da comédia às críticas à desigualdade social, Chaplin construiu obra marcada por sensível reflexão sobre o mundo moderno. “Ele é um dos primeiros autores de cinema no sentido de considerar a realização cinematográfica como uma arte mesmo. Foi o primeiro a misturar comédia com drama e romantismo. Os filmes dele são cômicos, mas têm momentos de lirismo e poesia”, aponta o curador.

Legado atemporal


O legado de Chaplin segue atual e profundamente humano, afirma Aguiar. “O personagem dele, o Carlitos, o eterno vagabundo, continua bastante relevante. A realidade que ele tenta mostrar, a modernidade, a desigualdade, as pessoas à margem, permanece muito atual. As pessoas se identificam com a crítica social e com o humor dele. O cinema de Chaplin envelheceu muito pouco no sentido temático.”


A mostra também vai oferecer curso gratuito sobre a herança cultural de Chaplin, ministrado pelo professor José Ricardo Miranda Júnior, e debate, com tradução em Libras, com a professora Ana Lúcia Andrade e a pesquisadora Ursula Rösele, mediado pelo curador.

Haverá sessões especiais com audiodescrição, legenda descritiva e Libras, como a de “Tempos modernos”.


Para José de Aguiar, a retrospectiva representa também um gesto de preservação e estudo. Já saiu o catálogo com 600 páginas e textos inéditos no Brasil, que analisam a filmografia de Chaplin e dão conta do conteúdo teórico e histórico de sua filmografia.



MOSTRA CHAPLIN


Desta quarta-feira (29/10) a 17 de novembro, no CCBB BH (Praça da Liberdade, 450, Funcionários). Programação completa no site do CCBB BH. Ingressos gratuitos ou por R$10 (inteira) e R$5 (meia), disponíveis no site do CCBB ou na bilheteria. 


ABERTURA


• QUARTA-FEIRA (29/10)


15h: Estúdio Keystone 4


“Carlitos e a sonâmbula”
“Carlitos ciumento”
“A maleta fatal”
“Carlitos, ladrão elegante”



16h30: Estúdio Keystone 6


“Carlitos na contrarregra”
“Pintor apaixonado”
“Divertimento”
“Carlitos coquete”



18h: Estúdio Keystone 9 


“O engano”
“Carlitos e Mabel em passeio”
“O passado pré-histórico”

 * Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria

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